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segunda-feira, 17 de fevereiro de 2025

Série Grandes Seres 673 e 7ª de 2025 - Respeitosamente Homenageia aos Resistentes a um período mais sombrio brasileiro, a ditadura militar. || O que foi a ditadura militar no Brasil? || A ditadura militar e a censura || Que características da ditadura militar a MPB criticava? || Músicas da MPB que criticavam a ditadura militar || O Brasil reescreve sua Biografia e Historiografia ||

Série Grandes Seres
Numero 673 e 7ª de 2025.

Em 23/02/2025 a partir das 19 horas  conversaremos!

 

CAPÍTULO I

DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS

  Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:

I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição;

II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei;

III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante;

IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;




Estão errados os Vereadores, Prefeitos, Deputados Estaduais, Governadores, Deputados Federais, Senadores, todo o judiciário - pra que tantos palácios -  Presidência da República? Não! Todos são mandatários.
Errados estão os MANDANTES que outorgam os MANDATOS e após as eleições se tornam MANDADOS.

 

 









 

Quanto desrespeito nos últimos anos, covardemente atacado enquanto os ateus (negacionistas de Deus) passavam os chifrudos, acabavam com a floresta, tudo comandado pelos trevosos golpistas, mas chegou a hora deles, e terão que prestar contas!


Spinoza acreditava que Deus é a natureza e a natureza é Deus. Ele não acreditava em um Deus pessoal que criou o universo e controla suas ações. Para Spinoza, Deus é a causa primeira e imanente do universo, e todas as coisas são uma manifestação ou modificações da substância divina. Os pontos básicos da doutrina religiosa que fundamentam a fé universal para Spinoza incluem a crença em um Deus justo, misericordioso, único, onipresente e onisciente.





22 de fevereiro, parabéns ao IBAMA  35 anos protegendo o Meio Ambiente dos Brasileiros
A natureza sem boiada, sem patriotários, sem estúpidos, sem fanáticos, sem manipulados e manipuladores e ignorantes extremamente agressivos, sem golpistas e sem a trairada estará em festa!


A preservação do meio ambiente e o desenvolvimento sustentável são vitais para que as futuras gerações possam continuar a habitar o nosso planeta. Para que a natureza seja preservada de forma eficiente, todos os setores da sociedade devem estar envolvidos e cientes de sua responsabilidade ambiental.

O IBAMA é o órgão responsável pela preservação da fauna e da flora brasileira possibilitando ao Brasil o controle e a fiscalização de seus recursos naturais em busca do crescimento sustentável. Foi Criado em 22 de fevereiro de 1989 pela lei 7.735.
O Ibama, ao longo de seus 21 anos de história, vem dando respostas concretas aos desafios que se colocam. Desde sua criação, em 1989, os temas ambientais vêm alcançando novos espaços no Brasil e no mundo. Já em 1992 foi criado o Ministério do Meio Ambiente e, durante a Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento – Rio 92 e também foram lançadas três das principais Convenções internacionais de meio ambiente: de Mudanças Climáticas, da Diversidade Biológica e da Desertificação.



A missão
O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), tem a grande missão de fiscalizar e monitorar os recursos, sem prejuízo ao crescimento sustentável do país.





Origem
O IBAMA foi criado em 1989, a partir da fusão de 4 órgãos ambientais:
Secretaria do Meio Ambiente (Sema),
Superintendência da Borracha (Sudhevea),
Superintendência da Pesca (Sudepe)
e o Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal (IBDF).




Atribuições
O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) é uma autarquia federal dotada de personalidade jurídica de direito público, autonomia administrativa e financeira, vinculada ao Ministério do Meio Ambiente, conforme art. 2o da Lei no 7.735, de 22 de fevereiro de 1989, com a finalidade de: (Redação dada pela Lei nº 11.516, de 28 de agosto de 2007). Tem como principais atribuições exercer o poder de polícia ambiental; executar ações das políticas nacionais de meio ambiente, referentes às atribuições federais, relativas ao licenciamento ambiental, ao controle da qualidade ambiental, à autorização de uso dos recursos naturais e à fiscalização, monitoramento e controle ambiental; e executar as ações supletivas de competência da União de conformidade com a legislação ambiental vigente.” (NR).






Estrutura
O Ibama tem autonomia administrativa e financeira, sede em Brasília e jurisdição em todo o território nacional, e é administrado por um presidente e por cinco diretores. Sua estrutura organizacional compõe-se de: Presidência;
Diretoria de Planejamento, Administração e Logística;
Diretoria de Qualidade Ambiental;
Diretoria de Licenciamento Ambiental;
Diretoria de Proteção Ambiental;
Diretoria de Uso Sustentável da Biodiversidade e Florestas;
Auditoria;
Corregedoria; Procuradoria Federal Especializada;
Superintendências;
Gerências Executivas;
Escritórios Regionais;
e Centros Especializados.

Cabe ao IBAMA propor e editar normas e padrões de qualidade ambiental; o zoneamento e a avaliação de impactos ambientais; o licenciamento ambiental, nas atribuições federais; a implementação do Cadastro Técnico Federal; a fiscalização ambiental e a aplicação de penalidades administrativas; a geração e disseminação de informações relativas ao meio ambiente; o monitoramento ambiental, principalmente no que diz respeito à prevenção e controle de desmatamentos, queimadas e incêndios florestais; o apoio às emergências ambientais; a execução de programas de educação ambiental; a elaboração do sistema de informação e o estabelecimento de critérios para a gestão do uso dos recursos faunísticos, pesqueiros e florestais; dentre outros.



Parceria

Para o desempenho de suas funções, o Ibama poderá atuar em articulação com os órgãos e entidades da administração pública federal, direta e indireta, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios integrantes do Sisnama e com a sociedade civil organizada, para a consecução de seus objetivos, em consonância com as diretrizes da política nacional de meio ambiente.


Boas leituras - Fonte 1  - Fonte 2 - Página Inicial — Ibama - Fonte 3  - Fonte 4

Obrigado pela contribuição Arthur Ferrari





 Os que defenderam A CULTURA VIVA, muitos  pagaram com a própria vida! Para preservarem a frágil e nascedoura Nação Brasileira em formação!
ARTISTAS PERSEGUIDOS PELA DITADURA MILITAR DE 64! | SOCIOCRÔNICA
Artista Gráfico: Pedro Barreto

O festival Phono 73, realizado em 1973, foi marcado pela censura durante a ditadura militar brasileira. O evento, que reuniu vários artistas da gravadora Phonogram, teve um forte viés político. 

Contexto 
O festival Phono 73 aconteceu entre os dias 10 e 13 de maio de 1973, no Centro de Convenções do Anhembi, em São Paulo.
O evento foi promovido pela Phonogram, atual Universal, para promover o catálogo de seus contratados.
O festival teve um forte viés político, devido ao clima de censura da época.

Censura
Um dos momentos mais marcantes da censura foi quando os microfones de Chico Buarque e Gilberto Gil foram cortados por fiscais do governo. 
A canção "Cálice", composta por Chico Buarque e Gilberto Gil, foi vetada pela censura na véspera do show. 

Registro
O festival foi registrado nos LPs originais "Phono 73 - O canto de um povo". 

Em 1997, os LPs foram reeditados em CD duplo. 
Em 2005, foi lançada a caixa "Phono 73", com dois CDs e um DVD.


"Frente Única da Música Popular Brasileira"

A Frente Única da Música Popular Brasileira (FUMPB) foi um movimento criado em 1967 por artistas como Elis Regina, Jair Rodrigues, Gilberto Gil, Geraldo Vandré, entre outros, com o objetivo de defender a música nacional contra a crescente influência estrangeira, especialmente representada pelo uso da guitarra elétrica na música brasileira. Esse movimento ficou conhecido como a "Marcha contra a Guitarra Elétrica", ocorrida em 17 de julho de 1967, em São Paulo.
o objetivo de defender seus direitos trabalhistas e combater a exploração da classe artística. Surgiu em um contexto de intensa luta sindical e de crescente politização da cultura brasileira durante o governo de Getúlio Vargas; 
O movimento reunia importantes figuras da música popular da época, como Noel Rosa, Almirante e Herivelto Martins, e estava alinhado com as ideias progressistas da Aliança Nacional Libertadora (ANL), uma frente política antifascista e antilatifundiária. A FUMPB reivindicava melhores condições de trabalho para os músicos, regulamentação da profissão e maior valorização da música brasileira frente à crescente influência estrangeira.
Apesar de sua curta duração, o movimento teve um impacto significativo na organização da classe artística e serviu de inspiração para futuras mobilizações de músicos no Brasil. Com a repressão política imposta pelo Estado Novo (1937-1945), a Frente Única foi enfraquecida e dissolvida.

Obrigado Pela contribuição Pedro Barreto








Imagem do autor

A Música Popular Brasileira, conhecida como MPB, foi um importante veículo de expressão da resistência à ditadura militar no Brasil. Muitas músicas da época abordam temas relacionados aos tipos de acontecimentos que ocorriam durante a ditadura e as consequências desses fatos na arte e no dia a dia da população.

O que foi a Ditadura Militar no Brasil?


Antes de iniciarmos a relação entre a MPB e as músicas de protesto contra a ditadura militar, é preciso entender o que foi esse momento histórico na política brasileira.

A origem da Ditadura Militar no Brasil se deu em meio a uma crise política e social que envolveu a polarização entre grupos de esquerda e de direita no país. Em 1964, um golpe militar depôs o então presidente João Goulart e instaurou um governo autoritário que foi apoiado por setores conservadores e empresariais do país. 

Os militares, liderados pelo general Castelo Branco, justificaram o golpe como uma ação para combater a ameaça comunista e garantir a segurança nacional. Durante os primeiros anos da ditadura, houve um intenso processo de perseguição e repressão política, com a prisão e exílio de líderes políticos e sindicais, além da censura à imprensa e às artes.

A ditadura militar e a censura
Durante a ditadura militar no Brasil, a censura foi uma das principais formas de repressão do regime, e as músicas eram uma das principais formas de expressão cultural visadas pela censura.  A censura de músicas funcionava de várias formas, mas em geral era exercida por órgãos governamentais responsáveis pela análise prévia das letras e das melodias, com o objetivo de evitar que as músicas transmitissem mensagens consideradas subversivas, ou contrárias aos interesses do regime. O principal órgão responsável pela censura de músicas era o Departamento de Censura de Diversões Públicas (DCDP), criado em 1938 e subordinado ao Ministério da Justiça. O DCDP tinha a função de examinar previamente todas as obras artísticas que pudessem ser exibidas ou veiculadas publicamente, incluindo músicas, filmes, peças teatrais, programas de televisão e rádio, entre outros. O objetivo da censura era garantir que as obras não apresentassem conteúdos considerados imorais, obscenos, indecentes, subversivos ou contrários aos interesses do regime. As músicas eram submetidas a uma análise prévia pelo DCDP, que podia solicitar alterações ou vetar a sua veiculação, caso considerasse que a letra ou a melodia contivessem mensagens contrárias ao regime. Os títulos musicais que eram vetados pela censura não podiam ser tocados em rádios, televisões ou shows públicos, e os artistas que insistissem em apresentá-las poderiam ser presos ou sofrer outras formas de retaliação. A censura de músicas foi particularmente intensa durante o período da ditadura militar, que se estendeu de 1964 a 1985. Nesse período, muitas músicas da MPB foram censuradas ou proibidas de serem veiculadas, especialmente aquelas que abordavam temas que levantavam críticas ao governo autoritário. Mesmo assim, muitos artistas resistiram à censura e encontraram formas criativas de expressar suas insatisfações e resistência ao regime, muitas vezes usando a música como forma de mobilização popular e de luta pela redemocratização do país.


Que características da Ditadura Militar a MPB criticava?

As críticas da MPB à ditadura militar eram variadas, mas geralmente abordavam temas como a censura, a tortura, a perseguição política, a repressão e a falta de liberdade de expressão e democracia. Aqui estão algumas das principais críticas da MPB à ditadura militar:

  1. Censura: Já citada anteriormente, a censura era uma das principais formas de repressão do regime, e muitas músicas da MPB foram censuradas e/ou proibidas de serem tocadas. As músicas que falavam diretamente da repressão ou que criticavam o regime eram particularmente visadas. 
  2. Tortura: A tortura era uma prática comum por parte dos líderes da ditadura militar para obter informações e controlar a oposição. Muitas músicas da MPB falavam da dor e do sofrimento causados pela tortura e pediam o fim desta prática.
  3. Perseguição política: A ditadura militar perseguiu e prendeu muitos artistas, intelectuais e líderes políticos que se opunham ao regime. Diversos sons da MPB denunciavam a perseguição política e pediam a liberdade dos presos políticos e a volta dos que foram exilados. 
  4. Repressão: A repressão da ditadura militar incluía a vigilância e o controle da população, a proibição de manifestações culturais e políticas e o uso da força para reprimir a oposição. Alguns títulos da MPB falavam da falta de liberdade e denunciavam os abusos de poder do regime. 
  5. Antidemocracia: A ditadura militar era um regime autoritário que negava os direitos democráticos da população. Muitas músicas da MPB pediam a volta da democracia e o fim da ditadura. Estas são apenas algumas das principais críticas da MPB à ditadura militar no Brasil. As músicas populares de protesto eram uma forma poderosa de resistência e mobilização popular contra o regime. Em geral, a crítica era feita não somente às consequências geradas pela ditadura e suas características, mas ao modelo de governo como um todo, buscando pelo fim do militarismo no país e o retorno da democracia.


Músicas da MPB que criticavam a ditadura militar

Aqui estão algumas das músicas mais emblemáticas da MPB que mostram o cenário da ditadura militar no Brasil:
“Apesar de Você” – Chico Buarque: Esta música foi lançada em 1970, no auge da repressão da ditadura militar no Brasil. A letra é uma crítica direta ao regime, e a música se tornou um hino de resistência popular.

“Cálice” – Chico Buarque e Gilberto Gil
Lançada em 1973, “Cálice” é uma música que usa metáforas religiosas para falar da opressão da ditadura. O cálice, na verdade, tratava-se de uma crítica à censura e silenciamento da época, feita pelos censores e militares, e refere-se ao imperativo “cale-se”. A música foi censurada pelo regime e só pôde ser lançada oficialmente em 1983.


“Soy Loco Por Ti, América” – Gilberto Gil – interpretada por Caetano Veloso

Esta música foi escrita em 1968, durante um período de grande agitação política no Brasil. A letra fala da luta pela liberdade e da resistência dos povos da América Latina contra o imperialismo.

“Para Não Dizer que Não Falei das Flores” – Geraldo Vandré

Esta música foi um dos maiores sucessos da época e se tornou um hino da resistência contra a ditadura. A música foi censurada e Vandré foi perseguido pelo regime. A letra tem uma forte mensagem política e social, que fala sobre a necessidade de se lutar pela liberdade e pelos direitos do povo brasileiro.

“O Bêbado e a Equilibrista” – Aldir Blanc e João Bosco 
A música, que teve versão gravada por Elis Regina, embora não mencione explicitamente a ditadura militar no Brasil, tem uma forte relação com o contexto político da época em que foi composta.

A canção foi lançada em 1979, durante o período de abertura política do regime militar, que buscava uma reconciliação nacional após anos de repressão e censura. “O Bêbado e a Equilibrista” é uma canção de esperança, que fala sobre a importância da liberdade, da justiça e da democracia para a construção de um país melhor. A letra da música faz referência a diversas personalidades que lutaram pela democracia e pelos direitos humanos, como a cantora francesa Édith Piaf, o líder político russo n Trotsky e o poeta brasileiro Vinicius de Moraes. No entanto, a música também contém uma referência velada ao exílio de muitos artistas e intelectuais brasileiros durante a ditadura militar. A letra da música diz: “Caía a tarde feito um viaduto/E um bêbado trajando luto/Me lembrou Carlitos”.  O personagem Carlitos, interpretado pelo ator e diretor Charles Chaplin, era conhecido por suas críticas ao autoritarismo e à opressão em suas obras. Ao fazer referência a Carlitos, a música sugere uma conexão entre a luta pela liberdade e os artistas que foram exilados ou perseguidos durante a ditadura militar. Estas são apenas algumas das muitas músicas da MPB que abordam o cenário da ditadura militar no Brasil. Há muitas outras músicas e artistas que foram importantes na resistência contra o regime, e vale a pena explorar mais para entender melhor esse período da história brasileira.  Por isso veja a seguir algumas questões de vestibulares passados que mostram como a MPB pode ser citada no estudo de história.



Exercícios sobre a manifestação musical durante a Ditadura Militar

1 – (UPE/2013) O Regime Militar Brasileiro (1964-1988) foi marcado por uma bipolarização no âmbito da política e da arte, entre os que apoiavam e os que criticavam o regime. Dentro do segundo grupo, destacaram-se os músicos que produziram canções de protesto, algumas das quais vinham envoltas em metáforas, além de outros recursos estilísticos, no intuito de ocultar à Censura sua mensagem subliminar. Dentre essas músicas, pode-se identificar a “Canção da despedida”, de Geraldo Vandré no seguinte trecho: “Já vou embora, mas sei que vou voltar/ Amor não chora, se eu volto é pra ficar/ Amor não chora, que a hora é de deixar/ O amor de agora, pra sempre ele ficar.// Eu quis ficar aqui, mas não podia/ O meu caminho a ti, não conduzia/ Um rei mal coroado,/ Não queria/ O amor em seu reinado/ Pois sabia/ Não ia ser amado… ”



Fotografia marco da MPB, registrada em 1965 na casa de Vinícius de Moraes, a imagem reúne Zé Ketti, Paulinho da Viola, Francis Hime, Chico Buarque entre outros grandes nomes da música nacional

Fotografia que estampa a capa de Tropicalia ou Panis-et-Circenses – 1969 Fotografias

Foi na segunda metade da década de 1960 que se edificaram os alicerces daquilo que passaríamos a conhecer como MPB, ou Música Popular Brasileira. É evidente que todos os estilos anteriores, do samba à bossa nova, do forró ao baião, da marcha à modinha, também devem ser considerados formas diversas de música popular brasileira. Mas foi a partir desse mesmo período, caracterizado pela profusão de festivais e pela sucessão de movimentos, que a sigla MPB adquiriu significado, absorvendo sob seu guarda-chuva uma variedade enorme de ritmos e subgêneros. Herdeira de uma tradição que começou justamente com a bossa nova, a MPB precisou percorrer todo o périplo de movimentos e momentos musicais dessa época, incorporando lampejos diversos da ideologia e da estética de cada um, para se firmar como marca. Uma marca surpreendentemente coerente, por mais diversa que seja, onipresente e ubíqua como nenhuma outra.

A primeira versão da MPB foi a MPM, sigla de Música Popular Moderna, usada pela primeira vez em 1965, para identificar canções que pareciam representar um gênero impreciso. Um gênero que, embora não rompesse com a bossa nova, já não se alinhava com os dogmas sagrados da música feita por João Gilberto, Tom Jobim e Vinícius de Moraes. Uma música nova, moderna como explicitava a sigla, que não era samba nem moda ou marchinha, mas parecia aproveitar ao mesmo tempo a suavidade do repertório da bossa nova, o carisma das tradições regionais e o cosmopolitismo de canções americanas, desembarcadas no Brasil por meio dos filmes de Hollywood. Um dos primeiros exemplos de canções rotuladas como MPM foi “Arrastão”, de Edu Lobo e Vinícius de Moraes, já em 1965, ano em que venceu o 1º Festival da Excelsior.
Quando Chico Buarque despontou com o samba “Pedro Pedreiro”, em 1966, tascaram-lhe também o selo de MPM: aquilo já não era bossa nova, mas também não era jovem guarda, nem música de protesto. 
Naquele mesmo ano, quando um conjunto vocal de Niterói, conhecido como Quarteto do CPC, escolheu o nome MPB 4 para dar seguimento à carreira após a extinção dos CPCs, o colunista Sérgio Porto, conhecido pelo pseudônimo de Stanislaw Ponte Preta, escreveu que o nome parecia prefixo de trem da Central do Brasil. Ou seja: o MPB 4 precedeu a MPB. Aos poucos, na virada da década de 1960 para a de 1970, a MPM foi desaparecendo e cedendo espaço para a MPB. O conjunto de autores e cantores adeptos desse filão era cada vez maior, incorporava as grandes revelações dos festivais e também compositores de música de protesto. Vale lembrar que tanto nos festivais quanto na música de protesto os gêneros eram variados e, não era raro, misturavam-se e combinavam-se. As múltiplas possibilidades de associação e de inspiração promoveram um caldeirão rítmico sem precedentes na década de 1970, transformando a MPB num rótulo hegemônico.


Artistas plurais, como Elis, Chico ou Caetano, já não precisavam se alinhar com um único movimento, acostumando-se a misturar tendências e estilos num mesmo disco.

 Virou praxe nos álbuns da MPB a primeira faixa ser um samba, a segunda uma toada romântica e alienada, a terceira uma canção de protesto em ritmo de marujada, e assim por diante. 
Agora, quem fazia bossa nova também podia se aventurar no iê-iê-iê, na Tropicália, no samba, na canção engajada, no rock, na música regional. Punha-se berimbau numa música, guitarra na outra, sanfona na terceira, e estava tudo lindo, tudo certo como dois e dois são cinco.
Tomando-se como exemplos os dois discos lançados por Elis entre 1976 e 1977, nota-se uma versatilidade musical tão intensa que apenas o rótulo de MPB seria capaz de defini-los.
Nesses trabalhos, a cantora registrou o rock “Velha Roupa Colorida”, de Belchior, os boleros “Fascinação”, de Lousada, e “Tatuagem”, de Chico, a canção de protesto chilena “Gracias a la Vida”, de Violeta Parra, e ainda emplacou a caipira “Romaria”, de Renato Teixeira. 
Além de Elis Regina, também bastante identificada com a Era dos Festivais, surgem como representantes importantes dessa MPB avessa a rótulos alguns artistas menos lembrados como signatários de movimentos específicos do que pela amplitude de sua obra. Maria Bethânia talvez seja a maior representante dessa independência musical.
Alheia a movimentos, nem mesmo ao tropicalismo, liderado pelo irmão mais velho, Bethânia aceitou se vincular. 
Outros fenômenos da MPB foram os cearenses Belchior e Fagner, os Novos Baianos, Gonzaguinha, Ivan Lins. Também o competente Milton Nascimento, em especial em sua fase pós-Clube da Esquina, que, por sua complexidade sonora, transitando com desenvoltura entre o rock, a música regional e a nova canção latina, não poderia ser compreendido de outra forma senão como um conjunto de MPB. Importante lembrar que a música popular brasileira, ao longo de todos esses anos, fez muito mais do que entreter ou embalar o cotidiano dos brasileiros. 

As músicas estiveram enraizadas em cada conflito, em cada tensão social, em cada momento histórico, cantadas nas ruas, assoviadas nas praças, sussurradas nas catacumbas, publicadas em jornais da resistência
. “Pra Não Dizer Que Não Falei das Flores” virou hino da geração de 1968. Tanto o título da canção “Apesar de você” quanto seu verso “Amanhã será outro dia” aparecem gravados em faixas empunhadas em passeatas no início dos anos 1970.

“Cálice”, vetada em 1973, ainda na condição de obra inédita, teve sua letra divulgada na mesma semana no Jornal da Tarde e em jornais universitários, sendo exibida publicamente num show de Gilberto Gil, na USP, num gesto de desobediência civil, apenas duas semanas após o assassinato do estudante Alexandre Vannucchi Leme nos porões do DOI-Codi. Anos antes, em 1968, a morte de Edson Luís no restaurante universitário do Calabouço, um centro de convivência estudantil carioca, já havia inspirado Sérgio Ricardo a compor “Calabouço”.

Em “O bêbado e a equilibrista”, João Bosco e Aldir Blanc não apenas homenageavam Clarice, a viúva de Vladimir Herzog, morto pela repressão em 1975, como também clamavam pela anistia aos exilados, simbolizados na canção pela figura de Betinho, o “irmão do Henfil”. A canção tornou-se trilha sonora do desembarque de dezenas de pessoas nos aeroportos brasileiros no final de 1979. Da mesma maneira, “Menestrel das Alagoas” foi executada dezenas de vezes nos comícios por eleições diretas, e “Coração de Estudante” marcou a despedida de Tancredo Neves, o primeiro presidente civil eleito após 21 anos de ditadura militar, morto antes mesmo de tomar posse.

O que escutamos hoje, nas rádios e nos discos, livres de qualquer forma de censura ou coerção, é resultado do que foi escrito, tocado e gravado naqueles anos. Muitos foram presos e exilados em razão do que colocavam em suas músicas. Outros simplesmente deixaram de cantar, abandonando para sempre os palcos ou o país, como Vandré e Taiguara. Reunir momentos dessa história e fazer o registro desse repertório é parte da construção da memória, esse objetivo comum que nos é tão caro. Para que não se repita. E para que não se perca.

Fonte 1 - I – Cordão - Universidade do Estado do Rio de Janeiro - Instituto de Letras - Cláudio José Bernardo - A MPB como recipiente de protestos contra a ditadura militar: as metáforas carregadas de vozes contra o regime autoritário.



A gente faz hora, faz fila
Na vila do meio-dia
Pra ver Maria
A gente almoça e só se coça
E se roça e só se vicia
A porta dela não tem tramela
A janela é sem gelosia
Nem desconfia
Ai, a primeira festa
A primeira fresta
O primeiro amor
Na hora certa, a casa aberta
O pijama aberto, a família
Armadilha!
A mesa posta de peixe
Deixe o cheirinho da sua filha
Ela vive parada
No sucesso do rádio de pilha
Que maravilha!
Ai, o primeiro copo
O primeiro corpo
O primeiro amor
Vê passar ela, como dança
Balança, avança e recua
A gente sua
A roupa suja da cuja
Se lava no meio da rua
Despudorada, dada à danada
Agrada andar seminua
E continua
Ai, a primeira dama
O primeiro drama
O primeiro amor
Carlos amava Dora, que amava Lia
Que amava Léa, que amava Paulo
Que amava Juca, que amava Dora
Que amava...
Carlos amava Dora, que amava Rita
Que amava Dito, que amava Rita
Que amava Dito, que amava Rita
Que amava...
Carlos amava Dora, que amava Pedro
Que amava a filha que amava tanto
Que amava Carlos, que amava Dora
Que amava toda a quadrilha
Que amava toda a quadrilha
Que amava toda a quadrilha
Que amava toda a quadrilha
Compositores: Chico Buarque. Somente para uso não co


Silenciados pela ditadura: artistas brasileiros que foram exilados

Língua tupi tem que ser a língua nacional, vamos nos livrar dos invasores "colonizadores". 




CanalGov - YouTube a verdade nua e crua. Brasil para os Brasileiros - Ame-o e fique!



É preciso AMOR pra governar 
🚨 IMPERDÍVEL! 🚨

Se você ainda tem dúvidas de que Jair Bolsonaro foi o mentor do golpe e do plano de assassinato contra Lula, Alckmin e Alexandre de Moraes, este vídeo vai abrir seus olhos!

As provas são claras, os detalhes são chocantes e a responsabilidade é direta. Não deixe que a história seja apagada!

SEM ANISTIA! ✊🏽

🎥 Assista agora e compartilhe! Vídeo3 

Abraços, Lindbergh

Lula me representa!

"Eu sou favorável à tortura"

Agora o covarde filho da puta tá com medo da prisão?

se eu pudesse escolher, tu ia para o pau de arara seu canalha!



 












Destaque 5         

|| SGS 671 e 5ª de 2025 em 02/02/2025 - Tema: 
|| Aniversariantes da 1ª semana do mês de fevereiro  Intervalo de 02 a 08/02/2025  

 Destaque 4

|| SGS 673 e 7ª de 2025 em 23/01/2025 - Tema: ARTISTAS PERSEGUIDOS PELA DITADURA MILITAR DE 64! | SOCIOCRÔNICA
Fonte: https://youtu.be/gnX1r1SikhQ?si=HdCd7DlAw0GfC5OL

|| Aniversariantes da 4ª semana do mês djaneiro a 22 a 28
|| 
Destaque  Leonardo bastos 

 Destaque 3

|| SGS  672 e 6ª de 2025 em 16/02/2025 Tema: Taiguara - O Cantor mais censurado pela ditadura

|| Aniversariantes da 3ª semana do mês de janeiro Intervalo de 15 a 21
|| Nossa semana 
(*)

 Destaque 2

|| SGS 671 e 5ª de 2025 em 09/02/2025 - Editorial: Lima Barreto
Nossa semana 03 a 09

|| Aniversariantes da 2ª semana do mês de janeiro Intervalo de 08 a 14
10 a 16 
(*)

 Destaque 1

|| SGS 670 e 4ª de 2025 em 02/02/2025 - EDITORIAL: Anísio Teixeira
||  Aniversariantes da 1ª semana do mês de  fevereiro Intervalo de 01 a 07
|| Nossa semana 27 a 31 e 01/02 fevereiro

|| (*)  Destaque  Leonardo bastos 



4. Em 23/02/2025 

Fonte:



Império Serrano

Censura desconfiou 


 

V Festival 




 
Anos 70

Novela Gabriela 1975 - Música tocava ele dançava

Aparência final - decisiva

Jeito andrógino

 Eles "Além de louca tem voz de homem"


Rita Lee presa em casa suposto porte de maconha - 
1 mes na cadeia e 1 ano prisão domiciliar 

Odair José - Sexo, prostituta e homossexualidade

Os que mais incomodavam a censura

 Bárbara - Canção homosexual lésbica

Tiveram que sair do Brasil

Show Trabalhador 1981  organizado por Chico Buarque
A direita verde tentou explodir com bombas esse show
20 mil pessoas

 

 




Leonardo Bastos e o Partido Liquidado

⛔😎Esta denúncia minha é para revogar e arquivar 8 PL - Projetos de Lei, sobre ANISTIA
PARA GOLPISTAS, cujos parlamentares que subscreveram e nominei todos na ação, está na ASSESSORIA JURÍDICA CONSTITUCIONAL DA PGR, a pedido de Paulo Gonet. Quem subscreveu os 8PL: SENADOR HAMILTON MOURÃO, DEPUTADO FEDERAL Adilson Barroso (PL-SP), DEPUTADO FEDERAL JOSÉ MEDEIROS (PL-MT), DEPUTADO FEDERAL Cabo Gilberto Silva (PL-PB), DEPUTADO FEDERAL Delegado Ramagem - PL/RJ, DEPUTADO FEDERAL Mario Frias - PL/SP, DEPUTADO FEDERAL André Fernandes - PL/CE, DEPUTADO FEDERAL Mauricio Marcon - PODE/RS, DEPUTADO FEDERAL Pr. Marco Feliciano - PL/SP, DEPUTADO FEDERAL Sargento Gonçalves - PL/RN, DEPUTADO FEDERAL Helio Lopes (PL-RJ), DEPUTADO FEDERAL Marcelo Crivella - REPUBLIC/RJ, DEPUTADO FEDERAL Jorge Braz - REPUBLIC/RJ, DEPUTADO FEDERAL Franciane Bayer - REPUBLIC/RS, DEPUTADO FEDERAL Murilo Galdino - REPUBLIC/PB, DEPUTADO FEDERAL Milton Vieira - REPUBLIC/SP, DEPUTADO FEDERAL Márcio Marinho - REPUBLIC/BA, DEPUTADO FEDERAL Rogéria Santos - REPUBLIC/BA, DEPUTADO FEDERAL Carlos Gomes - REPUBLIC/RS, DEPUTADO FEDERAL Alexandre Guimarães - REPUBLIC/TO, DEPUTADO FEDERAL Amaro Neto - REPUBLIC/ES, DEPUTADO FEDERAL Tenente Coronel Zucco - REPUBLIC/RS, DEPUTADO FEDERAL Roberto Duarte - REPUBLIC/AC, DEPUTADO FEDERAL Defensor Stélio Dener - REPUBLIC/RR, DEPUTADO FEDERAL Aluisio Mendes - REPUBLIC/MA, DEPUTADO FEDERAL Lafayette de Andrada - REPUBLIC/MG, DEPUTADO FEDERAL Wilson Santiago - REPUBLIC/PB, DEPUTADO FEDERAL Luis Carlos Gomes - REPUBLIC/RJ, DEPUTADO FEDERAL Gustinho Ribeiro - REPUBLIC/SE, DEPUTADO FEDERAL Messias Donato - REPUBLIC/ES, DEPUTADO FEDERAL Alex Santana - REPUBLIC/BA, DEPUTADO FEDERAL Vinicius Carvalho - REPUBLIC/SP, DEPUTADO FEDERAL Diego Garcia - REPUBLIC/PR, DEPUTADO FEDERAL Gilberto Abramo - REPUBLIC/MG, DEPUTADO FEDERAL Antonio Andrade - REPUBLIC/TO, DEPUTADO FEDERAL Maria Rosas - REPUBLIC/SP, DEPUTADO FEDERAL Sóstenes Cavalcante - PL/RJ, DEPUTADO FEDERAL Domingos Sávio - PL/MG, DEPUTADO FEDERAL Fred Linhares - REPUBLIC/DF, DEPUTADO FEDERAL Coronel Meira - PL/PE, DEPUTADO FEDERAL Gabriel Mota - REPUBLIC/RR, DEPUTADO FEDERAL Adilson Barroso - PL/SP, DEPUTADO FEDERAL BIBO NUNES (PL-RS).




 Nossos Homenageados e Aniversariantes intervalo de 17 a 23 de fevereiro

 Drª Nise

 

Peninha


17

18

19

20

21

22

23

Peninha
Rodrigo Suricato
Notícias Petroleiras

Ramakrishna
Notícias Petroleiras
NP 429/08/2021


Almirante
Evandro MesquitaZéu Britto

Eduardo Souto Neto
Pedro ÂngeloRibeiro
Diretor Sindipetro RJ

José Roberto Bertrani
Cassius Theperson Almeida da Costmi BrahmanandaaSwa

 Lorena Queiroz Politi 
Floriano Faissal

Bezerra da Silva
Wilson Simonal
Daniel Jobim
NRDC
539/08/2023


Intervalo do mês 3ª semana

15

16

17

18

19

20

21

Nise da Silveira
Abel Ferreira

Porfírio Costa
Dra Ildes Medrado

Peninha
Rodrigo Suricato
Notícias Petroleiras

Ramakrishna

Almirante
Evandro Mesquita
Zéu Britto

Eduardo Souto Neto
Pedro ÂngeloRibeiroDiretor Sindipetro RJ

José Roberto Bertrani
Cassius Theperson Almeida da Costmi Brahmanandaa
Swa

    



--------------------------------------------------- 3ª semana --------------------------

 3. Em 16/02/2025

Que presentão vocês nos deram

 

Pai

Mãe

Gracias Hermanos

Primeira gravação dele.
Graúna musica composta por seu avô.
Fonte aqui
Fonte carregada de emoção - Taiguara | Persona |  24/07/2022

Taiguara
 - Quem só espera não alcança

TAIGUARA: O CANTOR MAIS CENSURADO PELA DITADURA
Taiguara teve cerca de 70 músicas censuradas pela ditadura militar, sendo o cantor mais censurado durante o período da ditadura militar.

Indicativo da Semana: Taiguara - O Cavaleiro da Esperança faz a hora acontecer.










Taiguara - Universo No Teu Corpo - Uma obra prima.
Taiguara interpretando Imagine - 10:45

 

 


Taiguara teu sonho não acabou

Saiba mais:
COMPARTILHE O VÍDEO E NÃO SE ESQUEÇA DE CURTIR O VÍDEO, SE INSCREVER NO CANAL,COMENTAR O VÍDEO E ATIVAR O SININHO Show "Treze Outubros" de Taiguara apresentado na TV Bandeirantes em 1981.
Digitalizei partes do vídeo em 2013 e devido a qualidade ruim das imagens foi complementado graças a generosidade da amiga Izilda Fernandes que me confiou como ela chama "O meu tesouro" em 2014 para digitalização e compartilhamento na internet.

Taiguara.
Taiguara Chalar da Silva (Montevidéu, 9 de outubro de 1945 — São Paulo, 14 de fevereiro de 1996) foi um cantor, compositor e instrumentista radicado brasileiro. Taiguara nasceu em Montevidéu, no Uruguai, em 1945, durante uma temporada de espetáculos de seus pais, o bandoneonista e maestro Ubirajara Silva e sua mãe, Olga Chalar, também uruguaia, cantora de tango.
Radicado no Brasil, estabeleceu seu nome na Música Popular Brasileira, junto a nomes como Chico Buarque e Toquinho, após participar, ser finalista e ganhar uma série de festivais nos anos 1960, lançando álbuns com canções que marcaram sua primeira fase, como "Helena, Helena, Helena" e "Hoje", nos álbuns Taiguara! (1965) e Taiguara (1968). Nos anos 1970, lançou Viagem (1970), Carne e Osso (1971), Piano e Viola (1972) e Fotografias (1973). Entretanto, foi o artista mais censurado no Brasil durante o período do regime militar (1964-1985), tendo mais de sessenta canções censuradas entre os anos de 1972 e 1973, impedindo-o de gravar ou reproduzir uma série de composições. Um de seus álbuns, Let The Children Hear The Music, foi gravado no exterior mas censurado mesmo assim, impedindo seu lançamento. Em 1975 retorna ao Brasil após breve autoexílio, quando grava o icônico Imyra, Tayra, Ipy - Taiguara - que acaba sendo recolhido das lojas pela polícia.
Após mais extenso exílio, na Europa e na África, volta ao Brasil em princípios dos anos 1980, após a anistia, quando retoma carreira, com shows atravessando os anos 1990 e dois álbuns, mais ativos politicamente e com letras de canção também mais politizadas, Canções de Amor e Liberdade (1983) e Brasil Afri (1994). Morre em São Paulo, no ano de 1996, vítima de câncer.
Vida e obra
Primeiros anos - festivais de música e reconhecimento.
Da esquerda para direita: Jacob do Bandolim, Flávio Cavalcanti, Taiguara e Sérgio Bittencourt (década de 60)
Ainda durante sua infância, em 1949, sua família transfere-se para o Rio de Janeiro e posteriormente para São Paulo, em 1960. A primeira vez em que se apresentou em público foi em 1964, acompanhado por Vinícius de Moraes.
Já nos primeiros anos da década de 1960 participa de vários festivais musicais (como o Festival de Música Popular Brasileira e o Festival Internacional da Canção) e programas da televisão. Seu segundo álbum de estúdio também sai pela gravadora Philips e pela produção de Pittigliani. Taiguara então grava diversos clássicos da MPB destes primeiros anos da década de 1960, por vezes de sua composição, por vezes de Chico Buarque, Vinícius de Moraes e Baden Powell. Estas faixas aparecem reunidas posteriormente nos álbuns Primeiro Tempo 5X0 e O Vencedor de Festivais. Dentre as canções vencedoras ou finalistas de festivais, destacam-se "Modinha", "Benvinda", "Helena, Helena, Helena" e "Nada sei de eterno". O espetáculo Primeiro Tempo 5x0 que deu origem a novo álbum de estúdio, homônimo, com Claudete Soares, levou Taiguara a novo patamar de reconhecimento[6] Participou do Movimento Artístico Universitário. Também gravou a versão brasileira da canção "Um Garoto Chamado Charlie Brown", para o filme homônimo.
Censura no Regime Militar
Considerado um dos símbolos da resistência à censura durante o regime militar brasileiro, Taiguara foi o compositor brasileiro mais censurado na história da MPB. Nos anos iniciais da década de 1970, após a proibição de reprodução da canção "A Ilha" (do álbum Carne e Osso, de 1971), teve 68 canções censuradas, impedindo-o de gravar diversas faixas, ou, ainda, impedindo suas posteriores reproduções em rádios e apresentações.
Os problemas com a censura levaram Taiguara a se autoexilar na Inglaterra em meados de 1973. Em Londres, estudou no Guildhall School of Music and Drama e gravou o álbum Let The Children Hear The Music, com Michel Legrand, cuja censura foi de praticamente todo o álbum, impedindo-o de ser lançado e tornando-se o primeiro disco estrangeiro de um brasileiro censurado no Brasil.[8] Após quarenta anos da gravação deste álbum, as fitas originais ainda não foram re-encontradas.


Taiguara Chalar da Silva (Montevidéu9 de outubro de 1945 — São Paulo14 de fevereiro de 1996) foi um cantorcompositor e instrumentista radicado brasileiro. Taiguara nasceu em Montevidéu, no Uruguai, em 1945, durante uma temporada de espetáculos de seus pais, o bandoneonista e maestro Ubirajara Silva e sua mãe, Olga Chalar, também uruguaia, cantora de tango.[1] Foi casado com Eliane Potiguara, de 1978 a 1985, com quem teve três filhos.[2]

Radicado no Brasil, estabeleceu seu nome na Música Popular Brasileira, junto a nomes como Chico Buarque e Toquinho, após participar, ser finalista e ganhar uma série de festivais nos anos 1960, lançando álbuns com canções que marcaram sua primeira fase, como "Helena, Helena, Helena" e "Hoje", nos álbuns Taiguara! (1965) e Taiguara (1968). Nos anos 1970, lançou Viagem (1970), Carne e Osso (1971), Piano e Viola (1972) e Fotografias (1973). Entretanto, foi o artista mais censurado no Brasil durante o período do regime militar (1964-1985), tendo mais de sessenta canções censuradas entre os anos de 1972 e 1973, impedindo-o de gravar ou reproduzir uma série de composições. Um de seus álbuns, Let The Children Hear The Music, foi gravado no exterior mas censurado mesmo assim, impedindo seu lançamento. Em 1975 retorna ao Brasil após breve autoexílio, quando grava o icônico Imyra, Tayra, Ipy - Taiguara - que acaba sendo recolhido das lojas pela polícia.
Após mais extenso exílio, na Europa e na África, volta ao Brasil em princípios dos anos 1980, após a anistia, quando retoma carreira, com shows atravessando os anos 1990 e dois álbuns, mais ativos politicamente e com letras de canção também mais politizadas, Canções de Amor e Liberdade (1983) e Brasil Afri (1994). Morre em São Paulo, no ano de 1996, vítima de câncer.

Vida e obra

Primeiros anos - festivais de música e reconhecimento

Da esquerda para direita: Jacob do BandolimFlávio Cavalcanti, Taiguara e Sérgio Bittencourt (década de 60)

Ainda durante sua infância, em 1949, sua família transfere-se para o Rio de Janeiro e posteriormente para São Paulo, em 1960. A primeira vez em que se apresentou em público foi em 1964, acompanhado por Vinícius de Moraes.[4]
Mostrando aptidão para a música, decide largar o curso de Direito, na Universidade Presbiteriana Mackenzie, em seus primeiros anos de estudo, em 1965, para dedicar-se à carreira musical. Retorna, então, ao Rio de Janeiro para gravar seu primeiro álbum, Taiguara!, lançado pela Philips, com a produção de Armando Pittigliani e fortemente marcado pela influência predominante da Bossa Nova. Os arranjos do álbum possui autoria de Luiz Chaves, contrabaixista do Zimbo Trio. Na capa e na contracapa do LP, lê-se recomendações de Edu LoboAlayde Costa e Luizinho Eça.[1]

Já nos primeiros anos da década de 1960 participa de vários festivais musicais (como o Festival de Música Popular Brasileira e o Festival Internacional da Canção) e programas da televisão. Seu segundo álbum de estúdio também sai pela gravadora Philips e pela produção de Pittigliani. Taiguara então grava diversos clássicos da MPB destes primeiros anos da década de 1960, por vezes de sua composição, por vezes de Chico BuarqueVinícius de Moraes e Baden Powell. Estas faixas aparecem reunidas posteriormente nos álbuns Primeiro Tempo 5X0 e O Vencedor de Festivais. Dentre as canções vencedoras ou finalistas de festivais, destacam-se "Modinha", "Benvinda", "Helena, Helena, Helena" e "Nada sei de eterno".[5] O espetáculo Primeiro Tempo 5x0 que deu origem a novo álbum de estúdio, homônimo, com Claudete Soares, levou Taiguara a novo patamar de reconhecimento[4] Participou do Movimento Artístico Universitário. Também gravou a versão brasileira da canção "Um Garoto Chamado Charlie Brown", para o filme homônimo.

Censura no Regime Militar

Taiguara em 1970

Considerado um dos símbolos da resistência à censura durante o regime militar brasileiro, Taiguara foi o compositor brasileiro mais censurado na história da MPB. Nos anos iniciais da década de 1970, após a proibição de reprodução da canção "A Ilha" (do álbum Carne e Osso, de 1971), teve 68 canções censuradas, impedindo-o de gravar diversas faixas, ou, ainda, impedindo suas posteriores reproduções em rádios e apresentações.
Os problemas com a censura levaram Taiguara a se autoexilar na Inglaterra em meados de 1973. Em Londres, estudou no Guildhall School of Music and Drama e gravou o álbum Let The Children Hear The Music, com Michel Legrand, cuja censura foi de praticamente todo o álbum, impedindo-o de ser lançado e tornando-se o primeiro disco estrangeiro de um brasileiro censurado no Brasil.[7] Após quarenta anos da gravação deste álbum, as fitas originais ainda não foram re-encontradas.
Em 1975, voltou ao Brasil e gravou o Imyra, Tayra, Ipy - Taiguara com Hermeto Paschoal, participação de músicos como Wagner TisoToninho HortaNivaldo OrnelasJacques MorelenbaumNovelliZé Eduardo Nazário, Ubirajara Silva (pai de Taiguara), e uma orquestra sinfônica de 80 músicos.[8] O espetáculo de lançamento do disco foi cancelado e todas as cópias foram recolhidas das lojas em apenas 72 horas.[9] Em seguida, Taiguara partiu para um segundo autoexílio que o levaria à África e à Europa por vários anos.

Abertura política e últimos anos

Quando finalmente voltou a cantar no Brasil, em meados dos anos 80, não obteve mais o grande sucesso de outros tempos, muito embora suas canções de maior êxito tenham continuado a ser relembradas em flashbacks das rádios AM e FM. Nesta época, começa a trabalhar como jornalista no jornal Hora do Povo, com coluna própria, entrevistando figuras como Elza Soares.[1] Voltando a carreira musical, organizou a turnê "Treze Outubros", contando com composições que iriam posteriormente aparecer em seus dois últimos álbuns. Em apresentações gravadas pela TV Bandeirantes e Manchete, contou com a participação de Ivan Lins e Beth Carvalho. Gravou Canções de Amor e Liberdade, em 1983 e Brasil Afri, em 1994, seus dois trabalhos mais politizados. É neste último que se encontra a faixa "O Cavaleiro da Esperança", canção em homenagem ao líder comunista brasileiro Luiz Carlos Prestes.
Em diversas atuações, Taiguara participa desde comícios da Diretas Já[10] quanto de movimentos grevistas. Em Porto Alegre, quando realiza espetáculos na Esquina Democrática e na Casa de Cultura Mário Quintana pela ASSUFRGS (Associação dos Servidores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul), durante greve da FASUBRA (Federação dos Sindicatos Trabalhadores Técnico-administrativos em Instituições Públicas de Ensino Superior do Brasil), em 1992.[11]

Morreu em 1996 de falência múltipla de órgãos em decorrência de um câncer na bexiga.[6]

Visões políticas

Sem abandonar a natureza existencialista e poética de seus primeiros anos, ele se mostrou um artista politizado em oposição à ditadura militar. O álbum Imyra, Tayra, Ipy é baseado no livro de Quarup, de Antônio Callado. Com o exílio de Taiguara, um dos lugares visitados foi a Tanzânia, a partir de indicação de Paulo Freire. Lá, Taiguara entra em contato com as ideias de revolucionários africanos como Amílcar Cabral e Patrice Lumumba, além de estudar os clássicos do marxismo, como O Capital de Karl Marx e O Estado e a Revolução, de Lênin.[12] Taiguara assumiu, após a volta ao Brasil e a abertura política do regime militar, a ideologia marxista-leninista, alinhando-se à leitura de Luiz Carlos Prestes da realidade brasileira. Estes ideais ficam claros em seus dois últimos álbuns, Canções de Amor e Liberdade e Brasil Afri.[13]

Legado

O compositor brasileiro Toquinho relembra Taiguara, com carinho, dentro da cena musical efervescente do início dos anos 1960, sendo pioneiro da música popular brasileira, conjuntamente com Chico Buarque.[14]

O cantor Lenine afirma que o álbum de Taiguara, Imyra, Tayra, Ipy - Taiguara foi essencial para mudar sua concepção sobre música.[15]

Em 2014, a vida de Taiguara seria contada em livro, Os Outubros de Taiguara, de Janes Rocha.[16]

Em 2015, Taiguara recebeu post-mortem, o título de Cidadão do Estado do Rio de Janeiro, em homenagem na ALERJ.[17]

Em entrevista de 2016, Guilherme Arantes admitiu ser grande fã e admirador da música de Taiguara.[18] Admiração também explicitada em seu site oficial.

A canção "Hoje", de 1969, se encontra na trilha sonora do premiado filme franco-brasileiro Aquarius, lançado em 2016.[19]

Em 2017, o grupo musical Trio D Favetti e Guego Favetti realizaram um álbum tributo a Taiguara, intitulado O Troco de Taiguara.[20]

Em 2017, na inauguração do Memorial Luiz Carlos Prestes, seu filho, Lenine Guarani, cantou a canção "Cavaleiro da Esperança". No prédio, na parte interna, seu retrato posa ao lado da letra da referida canção.[21]

Discografia

Álbuns de Estúdio

Compactos e EP's

  • Público / Lar Futuro / Primeira Bateria (1975)
  • Porto de Vitória / Sol do Tanganica (1981)
  • Como Lima Barreto (2019)[22]

Álbuns de Compilação

Referências

  1. ↑ Ir para:a b c «O romantismo aguerrido de Taiguara e a dimensão épica de 'Imyra, Tayra, Ipy'»Showlivre. Consultado em 4 de outubro de 2021
  2.  https://www.uol.com.br/ecoa/colunas/arte-fora-dos-centros/2020/09/24/eliane-potiguara-e-taiguara-foram-nosso-john-e-yoko-indigena-nos-anos-70.htm
  3.  Imyra, Tayra, Ipy - Taiguara
  4. ↑ Ir para:a b «Cultura Brasil - Estúdio F - Taiguara»cmais+. Consultado em 4 de outubro de 2021
  5.  «Raridades de Taiguara na era dos festivais - Cultura»Estadão. Consultado em 4 de outubro de 2021
  6. ↑ Ir para:a b «O Acervo Veja está passando por uma reformulação.»VEJA. Consultado em 4 de outubro de 2021
  7.  «CD com inéditas e livro jogam nova luz sobre Taiguara»O Globo. 29 de setembro de 2014. Consultado em 4 de outubro de 2021
  8.  Site oficial.Imyra, Tayra, Ipy - Taiguara, 26 de março de 2015.
  9.  EXAME.Kuarup passa a fazer curadoria de obras de Taiguara Arquivado em 11 de agosto de 2015, no Wayback Machine., Exame.com, 22/10/2013, acesso em 26 de março de 2015.
  10.  Orlando Brito (15 de dezembro de 2019). «História - Taiguara no palanque do Diretas-Já - Orlando Brito»Os Divergentes. Consultado em 4 de outubro de 2021
  11.  assufrgs.org.br (PDF)
  12.  repositorio.unb.br (PDF)
  13.  «Na ditadura, Taiguara citou mais-valia de forma lírica e metafórica»Jornal da USP. 24 de novembro de 2020. Consultado em 4 de outubro de 2021
  14.  Toquinho fala sobre Taiguara e Chico Buarque, consultado em 4 de outubro de 2021
  15.  «Depoimentos | Taiguara | Imyra Tayra ipy»web.archive.org. 27 de dezembro de 2018. Consultado em 4 de outubro de 2021
  16.  «Taiguara ressurge em disco inédito e livro-reportagem - 25/11/2014 - Ilustrada»Folha de S.Paulo. Consultado em 4 de outubro de 2021
  17.  «Projeto de Resolução»alerjln1.alerj.rj.gov.br. Consultado em 4 de outubro de 2021
  18.  «Guilherme Arantes diz que carreira 'é muito mais fracasso que sucesso' - 28/10/2016 - Ilustrada»Folha de S.Paulo. Consultado em 4 de outubro de 2021
  19.  «Calada há 20 anos, voz resistente de Taiguara ecoa no filme 'Aquarius' | G1 Música Blog do Mauro Ferreira»Mauro Ferreira. Consultado em 4 de outubro de 2021
  20.  livrariacultura. «P – Livraria Cultura»www3.livrariacultura.com.br. Consultado em 4 de outubro de 2021
  21.  «Polêmicas não impedem inauguração do Memorial Prestes»Extra Classe. 30 de outubro de 2017. Consultado em 4 de outubro de 2021
  22.  «Taiguara refaz o caminho de Geraldo Vandré em disco póstumo com gravações inéditas»G1. Consultado em 4 de outubro de 2021

Bibliografia

  • DADALTI, Luís. Amor, Liberdade e Exílio dos Corpos nos nomes das Canções de Taiguara. Congresso Internacional: Circulação, tramas e sentidos na literatura. Uberlândia: 2018.
  • PACHECO, Maria Abília de Andrade. Taiguara: a volta do pássaro ameríndio (1980 - 1996). 2013. 305 f., il. Dissertação (Mestrado em História)—Universidade de Brasília, Brasília, 2013.
  • ROCHA, Janes. Os outubros de Taiguara: um artista contra ditadura: música, censura e exílio. São Paulo: Kuarup, 2014.

Ligações externas


Nossos Homenageados e Aniversariantes do nosso intervalo de 10 a 16 de fevereiro

10

11

12

13

14

15

16

Carlos Gonzaga
Cauby Peixoto
Silvio Brito
Vanessa da Mata
Antonio Adolfo
NotíciasPetroleiras
480/06/2022

Sérgio Mendes
Zé Carioca

Martinho da Vila
Dominguinhos
Aluizio Veras
Rubens Cubeiro
Hotel Quitandinha

Sylvinha Chiozzo

Carmélia Alves
Newton Mendonça

 



Intervalo do mês

08

09

10

11

12

13

14

Thiago Castanho

Candhinho

Carmen Miranda

Notícias Relevantes
537/06/2023

Carlos Gonzaga

Cauby Peixoto
Silvio Brito
Vanessa da Mata
Antonio Adolfo
NotíciasPetroleiras
480/06/2022

Sérgio Mendes

Zé Carioca

Martinho da Vila

Dominguinhos
Aluizio Veras
Rubens Cubeiro
Hotel Quitandinha

Sylvinha
Chiozzo

Carmélia Alves

Newton Mendonça


   



------------------  2ª semana --------------


2.     Em 09/02/2025

Indicativo da semana: Lima Barreto




Biografia de Lima Barreto

Lima Barreto (1881-1922)  foi um importante escritor brasileiro da fase Pré-Modernista da literatura. Sua obra está impregnada de fatos históricos e de uma perspectiva da sociedade carioca. Analisa os ambientes e os costumes do Rio de Janeiro e faz uma crítica à mentalidade burguesa da época.
Lima Barreto foi um escritor do seu tempo e de sua terra. Anotou, registrou, fixou e criticou asperamente quase todos os acontecimentos da República. Tornou-se uma espécie de “cronista” da antiga capital federal.

Infância e Adolescência

Afonso Henriques de Lima Barreto nasceu em Laranjeiras, Rio de Janeiro no dia 13 de maio de 1881. Filho do tipógrafo Joaquim Henriques de Lima Barreto e da professora primária Amália Augusta, ambos mestiços e pobres, sofreu preconceito a vida toda.
Com sete anos de idade, ficou órfão de mãe. Por ser afilhado do Visconde de Ouro Preto fez o curso secundário no Colégio Pedro II. Ingressou na Escola Politécnica do Rio de Janeiro onde iniciou o curso de Engenharia.
Em 1903, quando cursava o terceiro ano de Engenharia, foi obrigado a abandonar o curso, pois seu pai havia enlouquecido e o sustento dos três irmãos agora era responsabilidade dele. Em 1904 prestou concurso para escriturário do Ministério da Guerra, foi aprovado e permaneceu na função até se aposentar.
Em 1905 ingressou no jornalismo com uma série de reportagens que escreveu para o Correio da Manhã. Em 1907 fundou a revista “Floreal”, que lançou apenas quatro números.

Estreia Literária

Em 1909, Lima Barreto estreou na literatura com a publicação do romance Recordações do Escrivão Isaías Caminha. O texto acompanha a trajetória de um jovem mulato que vindo do interior sofre sérios preconceitos raciais.
A obra, em tom autobiográfico, é um brado de revolta contra o preconceito racial e uma implacável sátira ao jornalismo carioca. A crítica social paira em um plano psicológico: muitas vezes quem fala é o próprio autor e não seu personagem narrador "Isaías Caminha".

Triste Fim de Policarpo Quaresma - saiba mais

Em 1915, depois de ter publicado em folhetos, Lima Barreto publicou o livro Triste Fim de Policarpo Quaresma, sua obra-prima. Nesse romance, o autor descreve a vida política no Brasil após a Proclamação da República.
A obra narra os ideais e as frustrações do funcionário público, Policarpo Quaresma, homem metódico e nacionalista fanático. Sonhador e ingênuo, Policarpo dedica a vida a estudar as riquezas do país. Além da descrição política do final do século XIX, a obra traça um rico painel social e humano dos subúrbios cariocas na virada do século
.
Estilo Literário e Características da Obra de Lima Barreto

A obra de Lima Barreto que foi escrita na primeira década do século XX, no período da primeira república, representou a fase de transição da literatura em que as influências europeias vão se exaurindo e surge uma verdadeira renovação da linguagem e da ideologia.
Esse período que não chegou a constituir um movimento literário foi denominado de Pré-Modernismo. Entre outros autores do Pré-Modernismo destacam-se Euclides da Cunha e Monteiro Lobato.
Embora os autores do Pré-Modernismo ainda estivessem presos aos modelos do romance realista-naturalista, se observa na obra de Lima Barreto, a busca por uma linguagem mais simples e coloquial.
Lima Barreto procurou “escrever brasileiro”, com simplicidade. Para isso, teve de ignorar muitas vezes as normas gramaticais e de estilo, provocando a ira dos meios acadêmicos e conservadores.

Com uma linguagem descuidada, suas obras são impregnadas da justa preocupação com os fatos históricos e com os costumes sociais. Lima Barreto tornou-se uma espécie de cronista e um caricaturista se vingando da hostilidade dos escritores e do público burguês.

Poucos aceitaram aqueles contos e romances que revelavam a vida cotidiana das classes populares, sem qualquer idealização. Ao produzir uma literatura inteiramente desvinculada dos padrões e do gosto vigente, Lima Barreto recebeu severas críticas dos letrados tradicionais. Ele explorou em suas obras as injustiças sociais e as dificuldades das primeiras décadas da República.

Doença e morte

Lima Barreto com seu espírito inquieto e rebelde, com seu inconformismo com a mediocridade reinante e com a doença do pai, se entregou ao álcool e teve diversas crises com verdadeiras manifestações de alienação mental.

Lima Barreto foi internado duas vezes com alucinações fantásticas que o perseguiam. No momento de lucidez iniciou a redação do livro "Cemitério dos Vivos", quando dizia:


"O abismo abriu-se a meus pés e peço a Deus que jamais ele me trague, nem mesmo o veja diante dos meus olhos como vi por várias vezes".

Escreveu: "De mim para mim, tenho certeza que não sou louco".

Lima Barreto faleceu no Rio de Janeiro, no dia 01 de novembro de 1922. Viveu apenas 41 anos.

Curiosidades



  • No dia 13 de maio de 1888 no momento em que a Princesa Isabel ia assinar, em praça pública, a Lei Áurea, entre as pessoas que comemoravam a abolição estava o menino mulato, Lima Barreto, que aniversariava naquele dia. Guiado pela mão do pai, via uma multidão de escravos que aguardava a liberdade. Muitos anos mais tarde, essas recordações marcaram sua obra.





  • Ao se matricular na Escola Politécnica, Lima Barreto foi interpelado por um veterano que disse: “Onde já se viu um mulato com nome de rei de Portugal?
  • Por ser mulato, pobre e fazer uso de uma linguagem simples, o escritor foi alvo de muitos preconceitos.








  • Quando cursava a faculdade, Lima Barreto estudava pouco, preferia ler os filósofos e publicar artigos no jornal da faculdade, assinando com o pseudônimo de “Momento de Inércia”.







Obras de Lima Barreto

  • Recordações do Escrivão Isaías Caminha, romance, 1909
  • Aventuras do Dr. Bogoloff, humor, 1912
  • Triste Fim de Policarpo Quaresma, romance, 1915
  • Numa e Ninfa, romance, 1915
  • Vida e Morte de M. J. Gonzaga e Sá, romance, 1919
  • Os Bruzundangas, sátira política e literária, 1923
  • Clara dos Anjos, romance, 1948
  • Coisas do Reino do Jambon, sátira política e literária, 1956
  • Feiras e Mafuás, crônica, 1956
  • Bagatelas, crônica, 1956
  • Marginália, crônica sobre folclore urbano, 1956
  • Vida Urbana, crônica sobre folclore urbano, 195


Afonso Henriques de Lima Barreto (Rio de Janeiro13 de maio de 1881 — Rio de Janeiro, 1 de novembro de 1922) foi um jornalista e escritor brasileiro. Publicou romances, sátiras, contos, crônicas e uma vasta obra em periódicos, principalmente em revistas populares ilustradas e periódicos anarquistas do início do século XX.

A maior parte de sua obra foi redescoberta e publicada em livro após sua morte por meio do esforço de Francisco de Assis Barbosa e outros pesquisadores, levando-o a ser considerado um dos mais importantes escritores brasileiros. Mas Monteiro Lobato, em carta de 1 de outubro de 1916 ao escritor Godofredo Rangel, já reconheceu o talento desse escritor mulato vítima do preconceito: "“Conheces Lima Barreto? Li dele, na Águia, dois contos, e pelos jornais soube do triunfo do Policarpo Quaresma, cuja segunda edição já lá se foi. A ajuizar pelo que li, este sujeito me é romancista de deitar sombras em todos os seus colegas coevos e coelhos, inclusive o Neto. Facílimo na língua, engenhoso, fino, dá impressão de escrever sem torturamento – ao modo das torneiras que fluem uniformemente a sua corda-d’água".

Biografia

Afonso Henriques de Lima Barreto nasceu no Rio de Janeiro, em 13 de maio de 1881. Era filho de João Henriques de Lima Barreto, filho de uma antiga escrava e de um madeireiro português, e de Amália Augusta, filha de escrava e agregada da família Pereira Carvalho. Ao nascer, a família morava na rua Ipiranga, próxima ao Largo do Machado, e seu pai ganhava a vida como tipógrafo. Aprendeu a profissão no Imperial Instituto Artístico, que imprimia o periódico "A Semana Ilustrada", foi funcionário da Imprensa Oficial e publicou a tradução do Manual do Aprendiz Compositor, de Jules Claye. Sua mãe foi educada com esmero, sendo professora da 1ª à 4ª série. Ela faleceu quando ele tinha apenas seis anos e João Henriques trabalhou muito para sustentar os quatro filhos do casal. João Henriques era monarquista, ligado ao visconde de Ouro Preto, padrinho do futuro escritor. As lembranças de um período frutífero que era do Segundo Reinado de Dom Pedro II, bem como a participação da Princesa Isabel na Abolição da Escravatura marcaram a visão crítica de Lima Barreto sobre o regime republicano.

Em abril de 1907, Lima Barreto fez suas primeiras contribuições para uma revista de grande circulação, ao se tornar secretário da Fon-Fon, a pedido do poeta e jornalista Mário Pederneiras. Contudo, sua estadia na revista não durou muito: em junho do mesmo ano, sentindo-se desvalorizado, demite-se e, em outubro, lança a revista Floreal, da qual foi o diretor e principal contribuinte. Além destas, Barreto também contribuiu para as revistas A.B.C. e Careta.

Em 1911, publicou o romance Triste Fim de Policarpo Quaresma nas páginas do Jornal do Commercio, pagando do próprio bolso a edição em livro lançada em dezembro de 1915. Nessa época, tornaram-se mais agudas as crises de alcoolismo e depressão do escritor, o que provocou sua primeira internação no hospício em 1914.

Em 1916, colaborou com a revista ABC, publicando alguns textos em periódicos de viés socialista. Passados quatro anos da primeira internação no Hospital dos Alienados devido ao alcoolismo, seus problemas de saúde pioraram e Lima Barreto foi aposentado em dezembro de 1918. No ano seguinte, 1919, publicou o romance Vida e Morte de M. J. Gonzaga de Sá pela editora Revista do Brasil, de Monteiro Lobato.

Os períodos de internação no hospício resultaram na composição de diversos diários e no romance inacabado Cemitério dos Vivos, do qual trechos foram publicados em 1921, mesmo ano em que o autor apresentaria sua terceira candidatura à Academia Brasileira de Letras (nas duas tentativas anteriores, fora preterido; nesta última, o próprio escritor desistiria antes das eleições).

De 1909 a 1922 foi excluído da crítica oficial com um "silêncio implacável" quanto aos seus escritos. Em sua época não era fácil ter um original aceito pelos maiores editores do Rio, e ele, como vários outros apelaram por publicações em Portugal, tendo sido sua obra Recordações do Escrivão Isaías Caminha seguido esse caminho em 1907.

Sua "posição combativa" e sua "crítica contundente" custaram-lhe a marginalidade e a indiferença da elite cultural. Este comportamento de seus pares temporais encontra-se refletido no fato da descoberta e valorização de sua obra após a sua morte, fato que pode facilmente ser associado à sua afirmação em artigo publicado no dia 6 de junho de 1922 na Revista Careta: "O Brasil não tem povo, tem público", típico de sua visão do mundo que o cercava e que aparece na dominante ironia presente em seu personagem narrador: Quaresma.

Morte

Com a saúde cada vez mais debilitada, Lima Barreto faleceu de um colapso cardíaco no dia 1º de novembro de 1922, aos 41 anos, em sua casa, no bairro de Todos os Santos, no Rio de Janeiro

Seus restos mortais, bem como os de seu pai (falecido dois dias depois) estão no cemitério de São João Batista, na Quadra 14 - 3º piso - Jazigo: 8024. No mesmo cemitério encontra-se o mausoléu dos imortais da Academia Brasileira de Letras.

Publicações póstumas

Em dezembro de 1922, Jacinto Ribeiro dos Santos publicou Os Bruzundangas, com uma nota afirmando que se tratava do último livro que Lima Barreto havia revisado: o prefácio, contudo, indicava que o manuscrito fora completado em 1917. Além desse, também foram publicados Bagatelas, em 1923, e Clara dos Anjos, serializado entre 1923 e 1924 na Revista Santa Cruz, mas escrito entre dezembro de 1921 e janeiro de 1922.

A maior parte de seus escritos, tais como Cemitério dos VivosDiário Íntimo e parte da correspondência pessoal, foram publicados postumamente entre as décadas de 1940 e 1950, a partir de pesquisas de Francisco de Assis Barbosa, um de seus principais biógrafos.

Obra

Busto de Lima Barreto no Rio de Janeiro.

Crítica

Muitos críticos apontam que a obra literária de Lima Barreto ora alcança altos níveis de criatividade e realização estética, ora abdica de maiores preocupações artísticas para se assumir como panfleto ou meio de documentação social, política e histórica. Antonio Candido (1918), por exemplo, observa que a concepção literária de Lima Barreto "de um lado favoreceu nele a expressão escrita da personalidade", enquanto "de outro pode ter contribuído para atrapalhar a realização plena do ficcionista". O crítico ressalta o valor de sua "inteligência voltada com lucidez para o desmascaramento da sociedade e a análise das próprias emoções", mas também afirma ser ele um escritor que não atingiu toda a sua potencialidade como narrador, sendo algumas vezes malsucedido na transposição de uma ideia numa realização literária criativa.

O crítico Osman Lins afirmou que, para além de realizações estéticas desiguais, há "certas características de ordem literária e humana que atravessam todos os seus livros – ou, até, todas as suas páginas –, dando-lhes grande homogeneidade", concluindo que "sua obra tão variada é um bloco coerente e em toda ela reconhecemos, inconfundível, nítida, a personalidade do autor".

Temas

Lima Barreto foi o crítico mais agudo da época da Primeira República Brasileira, rompendo com o nacionalismo ufanista e pondo a nu a roupagem republicana que manteve os privilégios de famílias aristocráticas e dos militares. Definindo seu projeto literário como o de escrever uma "literatura militante" — apropriando-se da expressão de Eça de Queirós — sua produção literária está quase inteiramente voltada para a investigação das desigualdades sociais, da hipocrisia e da falsidade dos homens e das mulheres em suas relações dentro da sociedade. Em muitas obras, como no seu célebre romance Triste Fim de Policarpo Quaresma e no conto "O Homem que Sabia Javanês", o método escolhido por Lima Barreto para tratar desses temas é o da sátira, cheia de ironia, humor e sarcasmo.

Em sua obra, de temática social, privilegiou os pobres, os boêmios e os arruinados, assim como a sátira que criticava de maneira sagaz e bem-humorada os vícios e corrupção da sociedade e da política. Foi severamente criticado por alguns escritores de seu tempo por seu estilo despojado e coloquial, que Manuel Bandeira chamou de "fala brasileira" e que acabou influenciando os escritores modernistas. Suas obras seguem duas vertentes principais: a sátira menipeia e o romance do realismo resgatando em ambos os formatos as tradições cômicas, carnavalescas e picarescas da cultura popular.

Para Lima Barreto, escrever tinha a finalidade de criticar o mundo circundante para despertar alternativas renovadoras dos costumes e de práticas que, na sociedade, privilegiavam certas classes sociais, indivíduos e grupos.

Em Triste Fim de Policarpo Quaresma, narra-se a história de Policarpo Quaresma, homem de inteligência mediana, mas de nacionalismo e boa-fé inabaláveis. Agindo de modo a valorizar e popularizar ideais do que ele julga ser a verdadeira cultura brasileira, Quaresma obtém da sociedade uma resposta sempre dura, sendo classificado como louco (ora inofensivo, ora perigoso). Desse modo, como observa Osman Lins, esse "é um romance sobre o desajuste entre o imaginário e o real, entre a idealização e a verdade, entre a ideia que o personagem-título faz do seu país e o que o seu país é realmente". No decorrer da obra, o autor também procura ridicularizar o apego da sociedade aos títulos, sobretudo o de bacharel, bem como as instituições políticas da época, sua burocracia e sua inoperância.

Em "O Homem que Sabia Javanês", é apresentado o caso de uma pessoa que, afirmando dominar o idioma javanês sem na realidade conhecê-lo, consegue enganar boa parte da sociedade carioca da época e até mesmo ascender na carreira política, acadêmica e diplomática com base nessa mentira; a certa altura, o personagem declara: "Imagina tu que eu até aí nada sabia de javanês, mas estava empregado e iria representar o Brasil em um congresso de sábios", trecho que representa uma crítica contundente à predominância das aparências nos meios sociais e políticos do período retratado.

Esses mesmos temas, quase sempre de ordem social, apresentam abordagens distintas em outras obras: no conto "A Nova Califórnia", a escrita de Lima Barreto ganha certos contornos macabros ao narrar a história dos habitantes de uma pequena cidade que, ao descobrirem que se poderia fabricar ouro a partir de ossos humanos, esquecem todos os seus supostos valores éticos e morais, de extrato cristão, e cometem profanações e assassinatos em função da possibilidade de riqueza e ascensão social.

Lima Barreto declara diversas vezes não aprovar nenhum tipo de preciosismo na escrita literária. Critica seu contemporâneo Coelho Neto, afirmando que "não posso compreender que a literatura consista no culto ao dicionário" e declarando que a beleza literária "não é um caráter extrínseco da obra, mas intrínseco, perante o qual aquele pouco vale. É a substância da obra, não são suas aparências" — declarações, sobretudo essa última, que indicam como eram indissociáveis a estética buscada e a ética preconizada pelo autor, que procura despir tanto a literatura quanto a sociedade de suas falsas aparências. Dessa postura, cria-se uma literatura marcada pelo coloquialismo, por um vocabulário pouco rebuscado e pela expressão direta — o que não significa desleixo ou pouca preocupação formal, mas a adequação do modo de expressão àquilo que se deseja demonstrar.

Essa crueza estilística, no caso de um romance de teor autobiográfico como Recordações do Escrivão Isaías Caminha, é a ideal para a representação dos percalços e dos preconceitos de ordem social e racial enfrentados por seu personagem em busca de ascensão na profissão de jornalista. O mesmo acontece em Cemitério dos Vivos, dura descrição da loucura e da internação em um hospício. É sobretudo nessa força e nessa tentativa de construir uma obra cujos preceitos estéticos são tão pouco disseminados na literatura brasileira, ainda afeita aos ideais de beleza do parnasianismo, que reside a singularidade da arte de Lima Barreto.

Legado

Homenagem filatélica de 1981.

Em 2016, uma vasta parte de sua obra escrita publicada sob pseudônimos foi descoberta por Felipe Botelho Corrêa, que organizou o livro Sátiras e Outras Subversões que traz à tona 164 textos que permaneciam inéditos em livro. No mesmo ano, o pesquisador Rogério Nascimento publicou o livro Cartas de um Matuto e Outros Causos, afirmando que os textos publicados originalmente na revista Careta foram escritos por Lima Barreto. Carlos Drummond de Andrade, contudo, diz em seu Dicionário de Pseudônimos Brasileiros que os textos da coluna foram escritos por Mário Behring. A chave para esse pseudônimo também aparece na própria revista Careta de 8 de junho de 1912, em texto que afirma ser de Mário Behring a pena por trás do Coronel Tiburcio d'Annunciação.

O escritor foi homenageado, no carnaval do Rio de Janeiro de 1982, pela Escola de Samba GRES Unidos da Tijuca, com o samba-enredo Lima Barreto, mulato pobre mas livre. O cantor Taiguara compôs samba-enredo que não foi utilizado pela escola naquele ano, sendo lançado apenas em 2019, no EP Como Lima Barreto.[12]

O escritor carioca foi o homenageado da 15ª edição da Festa Literária Internacional de Paraty (Flip),[13] quando foi lançada sua mais recente biografia "Lima Barreto - Triste Visionário", de Lilia Moritz Schwarcz, pela Editora Companhia das Letras.

Lista de obras

Romances

Novelas

Teatro

  • "Casa de Poetas" (1951), póstumo
  • "Os Negros" (1951), póstumo

Coletâneas de contos

  • Histórias e Sonhos (1920)
  • Outras histórias (1951), póstumo
  • Contos Argelinos (1951), póstumo
  • O homem que sabia javanês e outros contos (1997), póstumo

Coletâneas de crônicas

  • Bagatelas (1923), póstumo
  • Os Bruzundangas (1923), póstumo
  • Feiras e Mafuás (1953), póstumo
  • Marginália (1953), póstumo
  • Vida Urbana (1953), póstumo
  • Coisas do Reino de Jambon (1956), póstumo
  • Impressões de Leitura (1956), póstumo
  • Toda crônica (2004), póstumo
  • Sátiras e outras subversões: textos inéditos[nota 3] (2016), póstumo

Memórias e correspondência

  • Diário Íntimo (1953), póstumo
  • O Diário do Hospício (1920/1956), póstumo
  • Correspondência (1956), póstumo, 2 volumes

Adaptações

Notas

  1.  Originalmente publicado em textos dispersos pelo Correio da Manhã, em 1905. Organizado e publicado pela primeira vez pela Dantes Editora, em 1997.
  2.  Escrito em 1912, só foi publicado em livro 30 anos após a morte do autor, em 1950.
  3.  Coletânea póstuma, organizada por Felipe Botelho Corrêa

Referências

  1. ↑ Ir para:a b c «Lima Barreto»enciclopédia Itaú Cultural. Consultado em 12 de Maio de 2015
  2.  «Lima Barreto»Acervo estadão. Consultado em 12 de Maio de 2015
  3.  Monteiro Lobato, A Barca de Gleyre.
  4.  Barbosa, Francisco de Assis (2002). A Vida de Lima Barreto 8.ª ed. ed. Rio de Janeiro: José Olympio Editora. p. 38
  5.  Barbosa, Francisco de Assis (2002). A Vida de Lima Barreto 8.ª ed. ed. Rio de Janeiro: José Olympio Editora. p. 42
  6.  «Brazil - Independence»Encyclopedia Britannica (em inglês). Consultado em 29 de junho de 2021
  7. ↑ Ir para:a b c Correa 2014.
  8. ↑ Ir para:a b MARTHA, Alice Áurea Penteado (2000). Lima Barreto e a crítica (1900 a 1922): a conspiração de silêncio. [S.l.]: Espéculo: Revista de Estudios Literarios. Universidad Complutense de Madrid. Consultado em 25 de setembro de 2020
  9. ↑ Ir para:a b c Teixeira 1979, p. 36.
  10. ↑ Ir para:a b Lins 1976.
  11.  Zilly, Berthold (2006). Lima Barreto e a cultura nacional. Traduzido por Mello, Simone de. [S.l.]: Abril
  12.  «Taiguara refaz o caminho de Geraldo Vandré em disco póstumo com gravações inéditas»G1. Consultado em 12 de maio de 2021
  13.  «Lima Barreto»Página oficial da Flip. Consultado em 23 de junho de 2017

Bibliografia

Leitura adicional

  • Barreto, Lima (2001). Prosa seleta. Rio de Janeiro: Nova Aguilar
  • Barbosa, Francisco de Assis (2002). A Vida de Lima Barreto. Rio de Janeiro: José Olympio Editora
  • Beiguelman, Paula (1981). Por que Lima Barreto. São Paulo: Brasiliense
  • Correa, Felipe Botelho (2016). Sátiras e outras subversões: textos inéditos. São Paulo: Penguin-Companhia das Letras
  • Dias, André (2012). Lima Barreto e Dostoiévski: Vozes Dissonantes. Niterói: EDUFF
  • Barreto, Barreto; Mendonça, Bernardo (1993). «Lima Barreto por Lima Barreto: um roteiro». Um longo sonho do futuro. Rio de Janeiro: Graphia
  • Antonio Arnoni, Prado (1976). Lima Barreto: o crítico e a crise. Rio de Janeiro: Cátedra
  • Hidalgo, Luciana (2008). Literatura da urgência: Lima Barreto no domínio da loucura. São Paulo: Annablume
  • Campato Jr., João Adalberto (2013). Lima Barreto: Retórica e Literatura Militante nas Recordações do Escrivão Isaías Caminha. Curitiba: CRV
  • Resende, Beatriz (2017). Sobre Lima Barreto. Três ensaios. 1. ed. Rio de Janeiro: Galáxia

Nossos Homenageados e Aniversariantes do nosso intervalo de 03 a 09 de fevereiro

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 Gustavo_Gayer_Outros_Calúnia_STF_Não_Persecução_Penal_PGR000387212025.pdf
👆🏼👆🏼👆🏼👆🏼👆🏼👆🏼



 

👆🏼👆🏼⛔😎Solicitada avaliação pelo MPF sobre digi-denúncia sobre equipar condenação
de Carla Zambelli (Cassação e Inelegibilidade), também para Bolsonaro, Marcos do Val,
Eduardo Bolsonaro e Pr. Malafaia, por ataques às urnas eletrônicas da mesma forma que
aplicada a Zambelli pelo TRE/SP (Jurisprudência).




 





 


 👆🏼👆🏼⛔😱URGENTE!! Nos 2 documentos acima, demonstram que a PGR juntou todas minhas denúncias de difamação contra o PT, onde eu pedi INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS, contra MICHELLE, PABLO MARÇAL E GUSTAVO GAYER, por terem afirmado que o PT é uma ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA OU FACÇÃO, e peço multa que vai de R$ 10 (Michelle e Gayer) e 20 milhões de reais(Marçal) para o PT. A PGR enviou para Assessoria Judicial Criminal no STF e juntou ao inquérito INQ-2781 das MILÍCIAS DIGITAIS (Fakenews) e também juntou minhas ações ao Processo no STF PET-10.972, que Gayer já é RÉU POR DIFAMAÇÃO, CALÚNIA E INJÚRIA,  por UNANIMIDADE NA 1ª TURMA por 5 votos a 0, a vítima é o Senador Vanderlan Vieira Cardoso. N° do Processo único 0069178-44.2023.1.00.0000.

👆🏼👆🏼⛔😎Como informei na ação sobre confecção e uso de boné bolsonarista: "COMIDA MAIS BARATA NOVAMENTE-BOLSONARO 2026", pautada na Assessoria Jurídica Eleitoral da PGR como Campanha Eleitoral Extemporânea/Antecipada, desde as 17:30h de hoje (07) e tenho que apensar mais fatos, exemplo: as picanhas que mostraram (Picanha do mito fazendo campanha tb) vieram do Frigorífico Goiás que Gusttavo Lima é um dos donos, em malas, não refrigeradas e já é investigado em várias ações na justiça. Só farei apenso na segunda-feira, o site do MPF em manutenção.

 


1.     Em 02/02/2025  - Devido a falta de internet em 26/01/2025

indicativo da semana: Anísio Teixeira

Alguns momentos marcantes da sua vida.

Vamos tirar a Educação do fundo do poço



 


 


 



 


 


 



 


 


 



 

 


 



 


 


 



 


 


 



 


 


 






 


 



 


 

 




 


 

 




 


 


 



 


 


 


Anísio Teixeira

Nome completoAnísio Spínola Teixeira
Nascimento12 de julho de 1900
CaetitéBA
Morte11 de março de 1971 (70 anos)
Rio de JaneiroRJ
Ocupaçãoadvogado, educador e escritor
Principais trabalhosUniversidade do Distrito Federal

Anísio Spínola Teixeira (Caetité12 de julho de 1900 — Rio de Janeiro11 de março de 1971) foi um jurista, intelectual, educador e escritor brasileiro. Personagem central na história da educação no Brasil, nas décadas de 1920 e 1930, difundiu os pressupostos do movimento da Escola Nova, que tinha como princípio a ênfase no desenvolvimento do intelecto e na capacidade de julgamento, em preferência à memorização. Reformou o sistema educacional da Bahia e do Rio de Janeiro, exercendo vários cargos executivos. Foi um dos mais destacados signatários do Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova, em defesa do ensino público, gratuito, laico e obrigatório, divulgado em 1932. Fundou a Universidade do Distrito Federal, em 1935, depois transformada em Faculdade Nacional de Filosofia da Universidade do Brasil.

Na ideia de uma educação integral e uma educação para todos, expressa por Anísio Teixeira foi a concepção de educação que permeou os escritos e a obra de Anísio Teixeira, está a base de sua atuação como educador e sua contribuição para a educação no Brasil, que alguns consideram importante até hoje.

De acordo com a Lei Federal Nº 15.000, de 15 de Outubro de 2024, o educador Anísio Teixeira foi declarado Patrono da Escola Pública Brasileira.

Biografia de um educador

Formação e início da vida pública

Deocleciano Teixeira, pai de Anísio.

Seu pai, o médico Deocleciano Pires Teixeira, foi chefe político do município de Caetité, casara-se com três irmãs, sucessivamente, sendo sua mãe a terceira delas. A família Spínola, secular na região, tinha já vários expoentes na vida social e política nacional — a exemplo de Aristides Spínola e Joaquim Spínola, que havia sido presidente do Tribunal de Justiça da Bahia, e fundador da Revista dos Tribunais.

Em sua cidade natal, iniciou os estudos no Colégio São Luís Gonzaga, de jesuítas, continuando depois sua formação basilar em Salvador, em 1914, no Colégio Antônio Vieira, também dessa ordem religiosa.

Filho de fazendeiro, estudou em colégios de jesuítas na Bahia e cursou direito no Rio de Janeiro. Sob a influência dessa instituição, cogitou tornar-se jesuíta — sonho veementemente combatido por seu pai, que projetara uma carreira política para o filho. Ainda aos dezessete anos, teve sua inteligência reconhecida por Teodoro Sampaio, que o convidou a proferir uma palestra no Instituto Histórico e Geográfico da Bahia.

Formou-se em 1922 na Faculdade de Direito da Universidade do Rio de Janeiro (atual Faculdade de Direito da UFRJ). Em 1924 já era inspetor-geral do Ensino na Bahia.

O educador na Bahia

De volta à Bahia, em 1924, a convite do governador Góes Calmon, assumiu o cargo de Inspetor Geral de Ensino — cargo equivalente hoje ao de Secretário da Educação - iniciando sua carreira de pedagogo e administrador público.

A fim de melhor desempenhar esta função viajou em 1925 para a Europa, onde observou o sistema educacional de diversos países — implementando em seguida várias reformas no ensino do estado.

Teixeira conseguiu ampliar o sistema educacional, privilegiando a formação de professores. Em sua terra natal, Caetité, reinaugurou a Escola Normal, que havia sido fechada por Severino Vieira em 1901.

Em 1927 foi aos Estados Unidos, onde travou conhecimento com as ideias do filósofo e pedagogo John Dewey, que muito iriam influenciar seu pensamento. No ano seguinte demitiu-se do cargo pelo fato de o novo governador não concordar com suas ideias sobre mudanças no ensino.

Voltou aos Estados Unidos (1928), onde fez pós-graduação. De volta ao Brasil traduziu pela primeira vez em português dois trabalhos de Dewey.[carece de fontes]

Em 1928 ingressou na Universidade de Colúmbia, em Nova York, onde obteve o título de mestre e conheceu o educador John Dewey.

Em 1931 mudou-se para o Rio de Janeiro, ocupando a Diretoria da Instrução Pública do Distrito Federal, em cujo mandato instituiu a integração da "Rede Municipal de Educação", do fundamental à universidade. Diversas melhorias e mudanças foram feitas, mas a que maior polêmica gerou foi a criação da Universidade do Distrito Federal, em 1935.

Tornou-se Secretário da Educação do Rio de Janeiro em 1931 e realizou uma ampla reforma na rede de ensino, integrando o ensino da escola primária à universidade.

Em 1932 participou do Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova, tendo publicado neste período duas obras sobre educação que, junto a suas realizações, deram-lhe projeção nacional.

Em 1935 criou a Universidade do Distrito Federal, no Rio de Janeiro. Nesse mesmo ano, perseguido pelo governo de Getúlio Vargas, Anísio Teixeira mudou-se para sua cidade natal, na Bahia, onde viveu até 1945.

Anísio Teixeira assumiu o cargo de conselheiro geral da UNESCO em 1946. No ano seguinte, foi convidado novamente a assumir o cargo de Secretário da Educação da Bahia, onde foi muito bem-sucedido como administrador público. Criou a Escola Parque, em Salvador, que se tornou um centro pioneiro de educação integral.

Em 1951 assumiu a função de Secretário Geral da CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), tornando-se, no ano seguinte, diretor do INEP (Instituto Nacional de Estudos Pedagógicos).

Em fins dos anos 1950, Anísio Teixeira participou dos debates para a implantação da Lei Nacional de Diretrizes e Bases, sempre como árduo defensor da educação pública. Ao lado de Darcy Ribeiro, Anísio Teixeira foi um dos fundadores da Universidade de Brasília, da qual tornou-se reitor em 1963.

No ano seguinte, com o golpe militar, afastou-se do cargo e foi para os Estados Unidos, lecionando nas Universidades de Colúmbia e da Califórnia. De volta ao Brasil em 1966, tornou-se consultor da Fundação Getúlio Vargas.

Anísio Teixeira morreu em 1971, em circunstâncias consideradas obscuras. Seu corpo foi achado num elevador na Avenida Rui Barbosa, no Rio de Janeiro. Apesar do laudo de morte acidental, há suspeitas de que tenha sido vítima das forças de repressão do governo do General Emílio Garrastazu Médici.

Política, realização e perseguição

Durante a última fase do Estado Novo, Teixeira afastou-se da vida pública. Dedicou-se, então, à mineração — atividade de alguns parentes. Aproximou-se mais do amigo Monteiro Lobato e publicou Educação para a Democracia, além de realizar diversas traduções.

Na década de 1940, foi Conselheiro da UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura).

Voltando o país ao regime democrático em 1946, Teixeira foi convidado por Octávio Mangabeira — um dos maiores líderes liberais do século XX, fundador da UDN, também exilado e então eleito para o Governo da Bahia — a ser o Secretário de Educação e Saúde. Dentre outras realizações, construiu na Liberdade — o mais populoso e pobre bairro da capital baiana — o "Centro Educacional Carneiro Ribeiro", mais conhecido por Escola Parque, lugar para educação em tempo integral e que serviria de modelo para os futuros CIACs e CIEPs.

Nos anos 50, dirigiu o Instituto Nacional de Estudos Pedagógicos, ou INEP, órgão do Governo Federal que, no governo de Fernando Henrique Cardoso, passou a se chamar Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. Foi também o criador e primeiro dirigente da Campanha Nacional de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (atual CAPES), criada em 11 de julho de 1951, pelo Decreto nº 29 741, pelo presidente Getúlio Vargas, e que Anísio dirigiu até o golpe de 1964. A CAPES subordinava-se diretamente ao Presidente da República mas, depois de 1964, passou a integrar o organograma do Ministério da Educação. De todo modo, com a ditadura militar, Anísio deixou sua direção.

Foi um dos idealizadores do projeto da Universidade de Brasília (UnB), inaugurada em 1961, da qual veio a ser reitor em 1963, para ser afastado após o golpe militar de 1964.

Uma morte misteriosa

Diversas circunstâncias obscuras cercaram a morte de Anísio Teixeira. Dois meses antes de sua morte, ele escreveu: "Por mais que busquemos aceitar a morte, ela nos chega sempre como algo de imprevisto e terrível, talvez devido seu caráter definitivo: a vida é permanente transição, interrompida por estes sobressaltos bruscos de morte" (numa carta a Fernando de Azevedo).

Por intercessão do amigo Hermes Lima, Anísio candidatou-se a uma vaga na Academia. Iniciou-se assim a série de visitas protocolares aos Imortais.

Depois da última visita, ao lexicógrafo Aurélio Buarque de Holanda Ferreira, Anísio desapareceu. Preocupada, sua família investigou seu paradeiro, sendo informada pelos militares de que ele se encontrava detido.

Uma longa procura por informações teve início — repetindo um drama vivido por centenas de famílias brasileiras durante a ditadura militar. Mas, ao contrário das desencontradas informações e pistas falsas, seu corpo foi finalmente encontrado no fosso do elevador do prédio do imortal Aurélio, na Praia de Botafogo, no Rio. Dois dias haviam se passado de seu desaparecimento. Seu corpo não tinha sinais de queda, nem hematomas que a comprovassem. A versão oficial foi de que sofreu um acidente. O dia foi 14 de março de 1971.

Em depoimento na UnB, em 10 de agosto de 2012, o professor João Augusto de Lima Rocha declarou:

"Em dezembro de 1988, Luiz Viana Filho me confessou que Anísio Teixeira foi preso no dia que desapareceu (11 de março de 1971) e levado para o quartel da Aeronáutica, em uma operação que teve como mentor o brigadeiro João Paulo Burnier, figura conhecida do regime militar e que tinha o plano de matar todos os intelectuais mais importantes do Brasil na época", disse João Augusto.

O legado

  • De sua obra em Salvador, destaca-se o Centro Educacional Carneiro Ribeiro (melhor conhecido por Escola Parque), de 1950, situado no populoso e pobre bairro da Liberdade, no qual buscou inspiração Darcy Ribeiro para, na década de 1980, criar os CIEPs. Na década de 1990 foi a vez do Governo Federal criar os CIACs e, no início do século XXI, na Bahia, os Colégios Modelo — todos fundamentados em sua ainda atual visão da educação integral e, no início do século XXI, os mais de 21 CEUs (Centros Educacionais Unificados), construídos na cidade de São Paulo, tiveram em seus projetos fortes influências da Escola Parque de Anísio.
  • Em Caetité, em sua casa natal (foto acima), mantém-se a Fundação Anísio Teixeira, presidida por sua filha Anna Cristina Teixeira Monteiro de Barros, com apoio governamental (Estado e Município) e da iniciativa privada, e a Casa Anísio Teixeira, com bibliotecamuseu, cine-teatro e biblioteca móvel. A instituição leva conhecimento e mantém viva a memória do grande educador brasileiro.
  • No Rio de Janeiro existe o Centro Educacional Anísio Teixeira, escola privada de ensino fundamental e ensino médio, com proposta pedagógica segundo as ideias do educador.

Casa Anísio Teixeira (1998 – 2009)

Casa Anísio Teixeira é uma entidade cultural vinculada à Fundação Anísio Teixeira e por esta administrada, localizada na casa natal do educador Anísio Teixeira, na cidade de Caetité, sudoeste da Bahia, em imóvel tombado que é patrimônio da Fundação.

Inaugurada em fev./1998, após restauração feita pelo Governo da Bahia através do IPAC, a Casa Anísio Teixeira tem como objetivo preservar e divulgar o pensamento e a obra do educador Anísio Teixeira, bem como promover o desenvolvimento regional do ponto de vista da Educação e da Cultura, inspirando-se nos ideais e princípios do educador, que sempre militou em favor da expansão das oportunidades de educação pública, gratuita e de qualidade, em nosso país.

A Entidade abriga um Centro de Memória que preserva a arquitetura e o mobiliário de época, onde são apresentados hábitos e costumes de uma família dos séculos XIX e XX; uma Biblioteca Pública informatizada e equipada também com uma Biblioteca Móvel que atende a população da zona rural, buscando despertar o interesse pela leitura; um Cine-Teatro que funciona como Auditório e Sala de Cinema (ambos esses projetos implantados com patrocínio da empresa pública federal INB - Indústrias Nucleares do Brasil, através do Programa FAZCULTURA - Programa Estadual de Incentivo à Cultura do Governo da Bahia); Oficina de Arte-Educação que atua ressaltando a importância da educação ambiental; Núcleo de Contação de Histórias que busca incentivar e formar contadores de histórias, priorizando a literatura infantil nacional e releituras de clássicos incorporados à nossa cultura; Sala de Cultura Digital, instalada em parceria com a INB, equipada com quatro computadores conectados à Internet, via cabo, e disponibilizados à população, em especial aos usuários da Biblioteca; com a ajuda permanente de um monitor; e um pátio externo para eventos culturais e educativos. Esses espaços colaboram, sem sombra de dúvida, para dinamizar a vida cultural da cidade de Caetité e da região.

Pensamento de Anísio

Ele expressa em suas ideias uma constante preocupação com uma educação livre de privilégios, que é cada vez mais valorizada.

Sou contra a educação como processo exclusivo de formação de uma elite, mantendo a grande maioria da população em estado de analfabetismo e ignorância.

Revolta-me saber que dos cinco milhões que estão na escola, apenas 450.000 conseguem chegar à 4ª série, todos os demais ficando frustrados mentalmente e incapacitados para se integrarem em uma civilização industrial e alcançarem um padrão de vida de simples decência humana.

Choca-me ver o desbarato dos recursos públicos para educação, dispensados em subvenções de toda natureza a atividades educacionais, sem nexo nem ordem, puramente paternalistas ou francamente eleitoreiras.

— Anísio Teixeira

Depoimentos sobre o educador

Como exórdio da importância de Anísio para a intelectualidade brasileira, o trecho da seguinte carta a ele dirigida, escrita por Monteiro Lobato, reflete como suas ideias podem animar os que verdadeiramente acreditam no Brasil:

Comecei a ler o Manifesto. Comecei a não entender, e ver ali o que desejava ver. Larguei-o. Pus-me a pensar — quem sabe está nalgum lugar do livro de Anísio o que não acho aqui — e lembrei-me de um livro sobre a educação progressiva, que me mandaste e que se extraviou no caos que é minha mesa. Pus-me a procurá-lo, achei-o. E cá estou, Anísio, depois de lidas algumas páginas apenas, a procurar dar berros de entusiasmo, por uma coisa maravilhosa que é a sua inteligência lapidada pelos Deweys e Kilpatricks!

…Eureca! Eureca! Você é o líder, Anísio! Você há de moldar o plano educacional brasileiro. Só você tem a inteligência bastante aguda para ver dentro do cipoal de coisas engolidas e não digeridas por nossos pedagogos reformadores… Eles não conhecem, senão de nomes, aqueles píncaros (Dewey & Co.) por cima dos quais você andou e donde pode descortinar a verdade moderna. Só você, que aperfeiçoou a visão e teve o supremo deslumbramento, pode neste País falar de educação!

Busto de Anísio, em Caetité.

Algumas opiniões acerca deste educador:

…Cidadão íntegro, puro, decente. Além de inteligentíssimo, dono de cultura invulgar, mestre inconteste no que se refere à educação, Anísio Teixeira foi um brasileiro raro. Tão extraordinário a ponto de ter sido alvo durante toda a vida de restrições, suspeitas, aleivosias, perseguições, misérias de todo tipo com que os imundos o perseguiram — sobram imundos no Brasil. Tentaram de todas as maneiras impedir Anísio Teixeira de realizar sua missão civilizadora mas ele era irredutível e invencível. O que o Brasil de hoje possui de melhor e de maior deve-se em grande parte a este humanista baiano de grandeza universal.
…Anísio Teixeira é o pensador mais discutido, mais apoiado e mais combatido do Brasil. Ninguém como ele provoca a admiração de tantos. Ninguém é também tão negado e tem tantas vezes seu pensamento deformado (…) Suas teses educacionais se identificam tanto com os interesses nacionais e com a luta pela democratização de nossa sociedade que dificilmente se admitiria pudessem provocar tamanha reação num país republicano.
Suas obras e seus conceitos continuam sendo ricas fontes de conhecimento e de inspiração para os que se preocupam com a educação e com o futuro de nosso país.
Anísio deixou como herança um acervo que tem sido objeto de pesquisas, monografias e teses. Seus textos são revisitados com frequência como fonte primária para as investigações da história da educação brasileira, por estudiosos de variadas áreas do conhecimento.
— Nilda Teves[9]
A magnitude de Anísio Teixeira é própria de um pensador social dos mais profundos, que não perde em nada para Gilberto Freyre ou qualquer outro. (…) Ele precisa ser lembrado ao lado de historiadores como Sérgio Buarque de Holanda, sociólogos como Florestan Fernandes e antropólogos como Emilio Willems.
— Marcos Cezar de Freitas[10]

Homenagens

Depois de muito tempo relegado ao esquecimento, a memória de Anísio Teixeira foi, com o fim da ditadura militar, aos poucos sendo resgatada. Sem dúvida, o maior passo neste processo, deu-se com o lançamento, em 1 de outubro de 1993, da cédula de mil cruzeiros reais, estampando o rosto de Anísio, que ficou em vigor até julho de 1994, quando foi substituída pelo real.

O ano de seu centenário de nascimento, 2000, foi marcado por diversas homenagens. Muitas entidades educacionais ou, mais especificamente, pedagógicas, realizaram eventos em comemoração.

O dia 12 de julho é, em sua memória, feriado municipal na sua Caetité natal.

Sob auspícios da Rede Bandeirantes, um documentário foi feito em 1999, contando a vida do educador.

Inúmeras instituições de ensino no país levam seu nome, em especial o Instituto de Educação Anísio Teixeira, em sua terra natal.

A cadeira número 3 da Academia Caetiteense de Letras, em sua cidade natal, traz como patrono o grande educador.

Ruas e travessas recebem o nome de Anisio Teixeira nas cidades de: BarreirasItabunaSalvador e Vitória da Conquista na BahiaPetrolina em PernambucoFrancisco Beltrão no ParanáSão Gonçalo e na Capital do Estado do Rio de JaneiroAriquemes em RondôniaFlorianópolis e Lages em Santa CatarinaAmericana em São Paulo; e Belo Horizonte no Estado de Minas Gerais.

O Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira) leva seu nome.

Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), fundação do Ministério da Educação brasileiro, concede a personalidades brasileiras o Prêmio Anísio Teixeira, para aqueles que tenham contribuído de modo relevante para o desenvolvimento da pesquisa e formação de recursos humanos no Brasil e é considerado uma das mais importantes condecorações na área da educação no país.

Em Ceilândia, no Distrito Federal foi criada em 2014, a Escola Parque Anísio Teixeira que atualmente oferta cursos de educação física, artes e música para estudantes da rede pública do DF. 

Obras

Dentre as suas obras, destacam-se:

  • Aspectos americanos de educação. Salvador. Tip. De São Francisco, 1928, 166 p.
  • A educação e a crise brasileira. São Paulo: Cia. Editora Nacional, 1956, 355 p.
  • Educação é um direito. 2ª ed. Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 1996, 221 p.
  • Educação e o mundo. 2ª ed. São Paulo: Cia. Editora Nacional, 1977, 245 p.
  • Educação e universidade. Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 1998, 187 p.
  • Educação no Brasil. São Paulo: Cia. Editora Nacional 1969, 385 p.
  • Educação não é privilégio. 5ª ed. Rio de Janeiro.- Editora UFRJ, 1994, 250 p.
  • Educação para a democracia: introdução à administração educacional. 2ª ed. Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 1997, 263 p.
  • Educação progressiva: uma introdução à filosofia da educação. 2ª ed. São Paulo: Cia. Editora Nacional, 1934, 210 p.
  • Em marcha para a democracia: à margem dos Estados Unidos. Rio de Janeiro: Editora Guanabara, s.d., 195 p.
  • Ensino superior no Brasil: análise e interpretação de sua evolução até 1969. Rio de Janeiro: Editora da Fundação Getúlio Vargas, 1989, 186 p.
  • Pequena introdução à filosofia da educação: a escola progressiva ou a transformação da escola. São Paulo: Cia. Editora Nacional, 1968, 150 p.

Ver também

Referências

  1.  Biografia[ligação inativa] na página do Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil (CPDOC)
  2.  Manifesto dos pioneiros da educação nova, BR: Pedagogia em foco, cópia arquivada em 23 de março de 2009 .
  3.  "Esse termo ou essa concepção ..., a partir das idéias deste educador, como significando àquela educação que deva preparar integralmente o sujeito, no sentido de lhe oferecer as condições completas para a vida. Nesse sentido, a função da escola extrapola o ensino e a transmissão de conteúdos que garantam o aprender a ler, escrever e contar. A função da escola avança para o campo da educação total do sujeito, no momento em que prioriza no seu currículo, não apenas os conteúdos clássicos científicos: da leitura, da escrita e das ciências exatas; todavia, quando trata e oportuniza em seu trabalho pedagógico a transmissão de valores éticos e morais, do ensino das artes e da cultura, de hábitos de higiene e disciplina e de preparação para um oficio." - A Defesa pela Educação Integral na Obra de ANísio Teixeira, por Aleir Ferraz Tenórioi e Analete Regina Schelbauerii, Universidade Estadual de Maringá[ligação inativa]
  4.  «Lei declara Anísio Teixeira como Patrono da Escola Pública Brasileira»Senado Federal. Consultado em 16 de outubro de 2024
  5.  Inep, BR.
  6.  «História e missão», Sobre a Capes, BR: Capes.
  7.  Memória - Emoção no sepultamento do mestre Arquivado em 29 de julho de 2013, no Wayback Machine.. UnB Agência, 10 de agosto de 2012 (reportagem sobre a morte de Anísio Teixeira, originalmente publicada na edição de 15 de março de 1971 do jornal Última Hora).
  8.  "Professor baiano surpreendeu os presentes na cerimônia ao narrar depoimentos que reforçam a suspeita de que Anísio Teixeira, fundador da Universidade, foi assassinado pelo regime militar" Arquivado em 26 de março de 2014, no Wayback Machine.. UnB Agência. 10 de agosto de 2012.
  9.  A atualidade do pensamento de Anísio Teixeira Arquivado em 6 de julho de 2012, no Wayback Machine.. Palestra proferida na Associação Brasileira de Educação (ABE), pela Profª Nilda Teves. Rio de Janeiro, 2000.
  10.  CASIMIRO, Vitor, «Entrevista: Anísio Teixeira foi o mais plural dos intelectuais que o Brasil teve no século XX»Revista e.Educacional. Entrevista com o pesquisador Marcos Cezar de Freitas.
  11.  Morais, Edson Ferreira de. «Prêmio Anísio Teixeira consagra cientistas e educadores»www.capes.gov.br. Consultado em 21 de julho de 2018

Bibliografia

  • TEIXEIRA, Anísio e ROCHA E SILVA, Maurício. Diálogo sobre a lógica do conhecimento. São Paulo: Edart Editora, 116 p.
  • AGUIAR, Lielva Azevedo. "Agora um pouco da política sertaneja": A trajetória da família Teixeira no Alto Sertão da Bahia (Caetité, 1885-1924). Santo Antônio de Jesus: Universidade do Estado da Bahia – UNEB, 2011.

Ligações externas

Wikiquote tem citações relacionadas a Anísio Teixeira.

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conviveu com boêmios e sambistas. Em criança foi apelidado de Alemão. Trabalhou na oficina mecânica da Light e posteriormente passou a viver de biscates. Trabalhou também no Clube Naval. Foi considerado um virtuose do seu instrumento, o pandeiro.
Frequentou as rodas de samba de diferentes sociedades carnavalescas do Estácio e do Rio Comprido como a União do Estácio, a Deixa Falar (primeira Escola de samba) e a Para o ano sai melhor. Em 1929, começou a tocar pandeiro num conjunto que se apresentava nas Festas da Penha. Fez parte da claque do Cine Central, do Teatro Lírico e do Cassino Beira-Mar. No casamento de sua irmã,
tocou com Benedito Lacerda e Antônio Conceição e a partir desse encontro nasceu o grupo Gente do Morro, liderado por Benedito Lacerda e que acompanhou algumas gravações na Odeon.
Com o grupo Gente do Morro participou de shows no Rio de Janeiro e em São Paulo. Saiba mais.


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