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Olá, sou o Professor Ivan Luiz, bacharel em geografia, perito judicial e ambiental, Jornalista Reg. CPJ 38.690 RJ desde 1977, petroleiro base Sindipetro-RJ. Minha missão é contribuir com conhecimentos, informações, reflexões e soluções para que nós, que exercemos a cidadania, tenhamos maior e melhor qualidade de vida, com dignidade e de maneira respeitosa. Quer conhecer mais sobre minha trajetória, prática de vida e meus projetos? Então acesse nas redes sociais meus trabalhos, todos são abertos, para que possamos somar forças ... Todo domingo às 19:00 realizamos transmissão ao vivo pelo Facebook que ficará disponível em professorivanluizdemarica.blogspot.com onde ficam todos os meus links, e no Canal Professor Ivan Luiz no You tube, tem bastante conteúdo também, inscreva-se para que possamos alcançar mais pessoas dedicadas a continuar a obra desse Grande Arquiteto.! Atualmente minha atuação profissional, pessoal é na área de recuperação tributária - tributos federais - (apenas administrativamente), o que faz com que o retorno seja rápido e eficiente, pode agendar uma vídeo conferencia visando tirar todas as possíveis dúvidas, atendemos em todo o Brasil, através do e-mail contato@professorivanluiz.com.br. Obrigado, e até a próxima!!!
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terça-feira, 10 de setembro de 2024

IVVDI 651/42/2024 - 15/09 Dia Internacional da Democracia|| Precisamos salvar o nosso meio ambiente|| Dino, nome limpo na História do Brasi|| Presidente do Senado recomenda aos bozos "Vá trabalhar || Eduardo Moreira - PIB x Agro|| A natureza está falando|| Rebele-se|| Miguel Nicolelis [Solução na Educação que leva a Independencia]|| Quem de fato representa uma ameaça real para a paz no mundo.|| O mundo e nós|| Canal Pedro Barreto-Música de Qualidade|| A Revolta do Ano da Fumaça|| A burguesia fede|| Eleições 2024-Os idiotas querem se perpetuar, assista e rebele-se votando na esquerda, fora extrema direita desqualificada por Cazuza, continuam fedendo|| Leonardo Bastos em ação|| Destaques 3ª semana de setembro.

     

Hoje domingo 15/09/2024 é o
 "Dia Internacional da Democracia data oficial no calendário da ONU"

E o Direitos Já! Fórum pela Democracia irá celebrar essa data com um importante debate sobre "O Crescimento da Extrema Direita no Brasil e no Mundo". Com abertura do jornalista Fernando Mitre, são debatedores o eurodeputado Francisco Assis (deputado Porto - Portugal)⁩, o cientista político José Álvaro Moisés; entrevistados por Ricardo Scog, coordenador de Relações Internacionais do Direitos Já! e André Siciliano, representante do Direitos Já! na Espanha; com mediação de Fernando Guimarães, coordenador geral do Direitos Já!

Fora todos os genocidas negacionistas.

Transmitido ao vivo em 15 de set. de 2021 - Hino Nacional 33 min e 19 segundos
II Ato pelo Dia Internacional da Democracia será presencial, no dia 15 de setembro, em São Paulo. Com a participação de lideranças políticas e jornalistas, em defesa da democracia brasileira. O público poderá acompanhar a transmissão ao vivo no YouTube direitosjaforumpelademocracia .


Debate "O crescimento da extrema direita no Brasil e no Mundo" em 15/09/2024

Vá trabalhar recomenda Presidente do Senado aos que não trabalham (partidos dos restauradores - Pauta de hoje aqui)





 


 

 

 

 




































Dino diz que país vive “pandemia” de incêndios florestais e “absurdo” não pode ser normalizado
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Flávio Dino, disse nesta terça-feira (10) que o Brasil vive uma "pandemia" de incêndios florestais e que tal "absurdo" não pode ser normalizado. O ministro deu a declaração em audiência com o Governo Federal para esclarecimentos a respeito das medidas de enfrentamento às queimadas na Amazônia e no Pantanal. "Estamos vivenciando uma autêntica pandemia de incêndios florestais. Assim como os Três Poderes se mobilizaram para o enfrentamento da pandemia do coronavírus ou para a tragédia ambiental no Rio Grande do Sul, idêntica mobilização deve ser feita [agora]. Já está sendo feita em larga medida, mas deve ser reforçada e ampliada para que essa pandemia seja enfrentada", afirmou Dino. Segundo o ministro, cerca de 60% do território nacional sofre direta ou indiretamente com os efeitos das queimadas. O ministro ressaltou os danos ambientais, econômicos e relativos à saúde pública causados pelos incêndios em todo o país e disse que tais incidentes não existiriam se não fosse a ação humana. https://www.youtube.com/watch?v=WgvdNabPOOc "É indiscutível que não estariam ocorrendo esses incidentes florestais se não houvesse ação humana. [...] Eventualmente pode haver ação criminosa e por isso a presença do Supremo vem com essa ideia de diálogo e, ao mesmo tempo, de coerção, de investigação e de punição", disse. No dia 19 desse mês, será realizada uma audiência mais ampla no STF, com a participação dos dez estados diretamente afetados por grandes incêndios (os nove estados da Amazônia Legal e o Mato Grosso do Sul, que abriga o Pantanal). https://stories.cnnbrasil.com.br/saude/queimadas-veja-os-riscos-da-fumaca-a-saude-e-como-se-proteger/

Em 10/09/2024
Incêndios: Dino determina convocação imediata de mais bombeiros militares
História de Lucas Mendes
O ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta terça-feira (10) a convocação imediata de mais bombeiros militares para integrar a Força Nacional e auxiliar no combate a queimadas no país. Conforme a decisão do ministro, a quantidade será fixada pelo Ministério da Justiça. Os agentes devem ser oriundos de estados que não estão diretamente atingidos pelos incêndios florestais. Ainda de acordo com o magistrado, o governo federal deve manter “efetivo e integral” combate às frentes de fogo, assim que forem identificadas. A decisão de Dino foi dada ao final da audiência no STF com integrantes do governo, partidos e da Procuradoria-Geral da República (PGR) para tratar das medidas de enfrentamento às queimadas na Amazônia e no Pantanal. Segundo Dino, o Brasil vive uma “pandemia” de incêndios florestais e que tal “absurdo” não pode ser normalizado. Durante a audiência, o advogado-geral da União, Jorge Messias, informou que será editara uma medida provisória com a liberação de crédito extraordinário de R$ 500 milhões para o combate aos incêndios. O governo também deverá tomar medidas para atuação no espaço aéreo e nas rodovias do país. Pela decisão de Dino, o combate ao fogo deverá ser reforçado com a ampliação do número de aeronaves, por meio de emprego das Forças Armadas ou de contratação ou requisição junto ao setor privado. https://www.youtube.com/watch?v=KFO3312neRg O prazo para as providências é de 10 dias. Dino também determinou o aumento do efetivo da Polícia Rodoviária Federal PRF) na fiscalização nas regiões da Amazônia e Pantanal, em 5 dias. Outro ponto da decisão do ministro é voltado para a investigação de incêndios criminosos. As polícias Federal e civis e a Força Nacional terão que fazer mutirões para apuração e combate das causas de surgimento de incêndios por ação humana, nos 20 municípios que concentram os focos de incêndio no país. O mutirão deverá envolver também o Ministério Público e o Poder Judiciário. https://stories.cnnbrasil.com.br/eleicoes-2024/numero-de-eleitores-com-nome-social-em-2024-e-o-maior-na-historia/


Dino determina ampliação de efetivo dos bombeiros e PRF para combater incêndios
História de Redação
Brasília, 10/09/2024 – O ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a ampliação, em até cinco dias, do número de bombeiros e agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) para atuar no combate aos incêndios que atingem a Amazônia e o Pantanal. A decisão foi proferida após audiência de conciliação conduzida por Dino com os ministros da Advocacia-Geral da União (AGU), Jorge Messias, do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, e representantes dos Ministérios da Justiça, do Meio Ambiente e dos Povos Indígenas.

No despacho, Dino diz que os bombeiros militares que devem ser convocados para a Força Nacional podem ser oriundos de Estados que não estão diretamente atingidos pelos incêndios florestais. O quantitativo será fixado pelo Ministério da Justiça. Além disso, o ministro determinou a ampliação do número de aeronaves em até 10 dias, mediante emprego das Forças Armadas, contratação ou requisição no setor privado.

Na abertura da audiência, Dino disse que “estamos vivenciando uma autêntica pandemia de incêndios florestais”. De acordo com o ministro, os Três Poderes devem se mobilizar para enfrentar a crise assim como se mobilizaram na pandemia de coronavírus e nas enchentes no Rio Grande do Sul.

“Não podemos normalizar o absurdo, porque nós temos que manter o estranhamento com o fato de que, nesse instante, 60% do território nacional está, direta ou indiretamente, sentindo os efeitos das queimadas”, disse o ministro.

Dino é relator de processos sobre o tema que foram julgados em março. Na ocasião, o Supremo mandou o governo apresentar, em 90 dias, um plano de prevenção e combate aos incêndios no Pantanal e na Amazônia. O ministro determinou novas medidas contra as queimadas em meio ao aumento de incêndios no País a partir de agosto. Outra audiência será realizada no dia 19, com representantes dos Estados.

O post Dino determina ampliação de efetivo dos bombeiros e PRF para combater incêndios apareceu primeiro em Dinheiro Rural.


Todo respeito é pouco, sem EDUCAÇÃO CIENTÍFICA não há libertação! 
Eu ficarei muito feliz quando o nosso sonhador, neurocientista (do mundo concreto) Miguel Nicolelis assumir um cargo no governo federal e retornar a escola de cientistas, que foi interrompida pelo ministro da "educação" no governo temer (de temer a qualificação dos nossos estudantes). 
Esse é um verdadeiro PATRIOTA.
Assista a essa qualificada entrevista.

Miguel Nicolelis explica por que a IA nem é inteligência nem é artificial | Reconversa #21
O médico, neurocientista e pesquisador Miguel Nicolelis é um dos maiores especialistas do mundo nos 86 bilhões de neurônios que formam o cérebro humano, o que o levou ao desenvolvimento das chamadas próteses neurais. Hoje professor emérito da Duke University, dedica-se a seu próprio instituto e sustenta que nenhum sistema será maior do que quem o criou. Mas ele vê, sim, problemas decorrentes da era digital. Algumas das facilidades que esta oferece ao homem comum também deixam marcas em seu cérebro que não são necessariamente boas. Mais: será mesmo que tanto as pessoas como os bichos podem entrar numa espécie de sintonia? Podem. Não é feitiçaria, misticismo ou religião.
" A Ciência existe para melhorar a condição humana"
Turno oposto a escola pública com 11 mil crianças, 1500 nos últimos dois anos da periferia da cidade de Natal (Macaíba)  essas crianças entraram nas melhores universidades federais do Brasil, saíram do Brasil prá fazerem doutorado, estão na Harvard e pelo mundo, porque a elas foram dadas oportunidades. 
Ele foi ameaçado de morte por que teve essa iniciativa.
O BRASIL precisa dá valor aos seus talentos.

A INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL VAI SUPERAR A MENTE HUMANA? |
Brasil no Divã com MIGUEL NICOLELIS
O neurocientista Miguel Nicolelis é um dos mais respeitados nomes da pesquisa brasileira. Um dos pioneiros na tecnologia de interface entre homem e máquina no país, é também autor de livros como "Muito além do nosso eu", "O cérebro relativístico" e "O verdadeiro criador de tudo". Em entrevista à socióloga e psicanalista Ingrid Gerolimich, o professor Miguel Nicolelis trata dos avanços da inteligência artificial (IA), a popularização de ferramentas como o ChatGPT e o tamanho do "hype" produzido pelas novas tecnologias. Para o pesquisador, a AI não será capaz de superar a inteligência humana ou a nossa criatividade - mas poderá causar impactos significativos em nossa sociedade e no mundo do trabalho. Saiba mais na nova edição do programa Brasil no Divã. Seja membro do Clube do Canal de CartaCapital e tenha acesso a benefícios exclusivos: https://bit.ly/ClubeDoCanal



Conheça um pouco mais desse ser especial - Miguel Angelo Laporta Nicolelis  aqui!

RECORDATÓRIO PARA OS QUE SE ESQUECERAM
A China publicou uma lista de países que foram bombardeados pelos Estados Unidos da América (da morte) desde a Segunda Guerra Mundial:  

     Japão (6 e 9/8/1945, com bombas atômicas)

    Coreia e China (1950–53, Guerra da Coreia)

     Guatemala (1954)

     Indonésia (1958)

     Cuba (1959–1961)

     Guatemala (1960)

     Cоngo (1964)

     Laos (1964–1973)

     Vietnã (1961–1973)

     Camboja (1969–1970)

     Guatemala (1967–1969)

     Granada (1983)

     Líbano (1983–1984) (atacando também a Síria)

     Líbia (1986)

     El Salvador (1980)

     Nicarágua (1980)

     Irã (1987)

     Panamá (1989)

     Iraque (1991, Guerra do Golfo)

     Kuwait (1991)

     Somália (1993)

    • Bósnia (1994–1995)

     Sudão (1998)

    • Afeganistão (1998)

     Iugoslávia (1999)

    • Iêmen (2002)

     Iraque (1991–2003) (tropas conjuntas EUA–Grã Bretanha)

    • Iraque (2003–2015)

     Afeganistão (2001–2015)

    • Casaquistão (2007–2015)

     Somália (2007–2008 e 2011)

    • Iêmen (2009–2011)

     Líbia (2011, 2015)

     34º - Síria (2014–2015)


  •     Hoje, indiretamente, via OTAN, contra Rússia, na Ucrânia, e contra a Palestina, em Gaza.






Já no século 19, em três invasões, os EUA roubaram 60% do território do México. Portanto, é pra nunca esquecer quem de fato representa uma ameaça real para a paz no mundo.
Mas já houve alguma grande indignação da comunidade ocidental contra os Estados Unidos? Fortes gritos de denúncia?
Houve alguma vez sanções contra os Estados Unidos?
Nada. Nem sequer uma exclamação, nenhuma sombra de reprovação, nem uma centelha de indignação.
Países “ocidentais” são covardes, desavergonhados e hipócritas!
Martelemos toda esta gentalha ocidental para que não consigam dormir tranquilos.
Trituremo-los, fazendo-os recordar todos os crimes cometidos pelo EUA contra outros países.
Esta lista deveria ser difundida por todos os canais possíveis nas 24 horas do dia, de forma contínua.
Ajudem a difundi-la!! 
O mundo terá jeito sem esses.👆🏼👆🏼👆🏼👆🏼



Participe e compartilhe suas ideias com o mundo que nos visita em Tempo real.

Vamos dar aquela força para o Pedro, divulgando o seu canal no youtube (PBS)



A Revolta do Ano da Fumaça, hoje chuva escura!


Partido Restaurador, lembra alguém? 
Neblina x incêndio (criminosos, anunciados, lembra alguém?). 


Quando? Lembra alguém?



Sedição é um crime contra a segurança de um país. Consiste em um ato de rebeldia em que um grupo de indivíduos desobedece ao marco legal estabelecido, sendo um crime contra o poder do estado e da ordem constitucional. A legislação penal da maioria dos países prevê o crime de sedição.





Cazuza tem razão. A burguesia fede! São cegos aos Pobres.
Eleições 2024
Desigrejar Já! Essas imagens ficarão até as nossas vitórias em 06/10/2024! 
Tua hora tá chegando!


 






Para as eleições faltam dias?
Arredondado:
Número de dias21 dias
Número de semanas3 semanas

Obrigado Norte e Nordeste Brasileiro pelo Livramento!   


Destaque 5

|| IVVDI 653/44/2024 em 29/09/2024

Aniversariantes da 5ª semana de setembro intervalo de 29 a 30 e de 01 a 05 de outubro


Destaque 4

||IVVDI 652/43/2024 em 22/09/2024 
Aniversariantes da 4ª semana de setembro intervalo de 22 a 28

Destaque 3

||IVVDI 651/42/2024 em 15/09/2024 Tema: A Revolta do Ano da Fumaça

Aniversariantes da 3ª semana de Agosto - intervalo de 15 a 21 de setembro de 2024

Destaque 2

||IVVDI 650/41/2024 em 08/09/2024 - Revolta das Carancas

Aniversariantes da 2ª semana de setembro intervalo de 08 a 14 de setembro

Destaque 1


Destaque 1.1 ||IVVDI-649/40/2024 em 01/09/2024 - Revolução dos Ganhadores
Destaque 1 - ||IVVDI -649/40/2024 - Informes importantes, mais Leo Bastos!
|| IVVDI - 649/40/2024 - Aniversariantes da 1ª semana de Agosto intervalo de 01 a 07 de setembro

O Brasil da Paz ou ...
 

















5.     29/09/2024 
Tema:



Homenageados e aniversariantes da 5ª semana de setembro
ou aos 



Tema:




Homenageados e aniversariantes da 4ª semana de setembro 


Ame.



 ou 


3. 
Em 15/09/2024
Tema: A Revolta do Ano da Fumaça




Revolta do Ano da Fumaça
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Distrito de Carrancas  


Também conhecida como a Sedição(
substantivo sublevação contra qualquer autoridade constituída; revolta, motim perturbação da ordem pública; desordem, rebuliço. Origem: (1644) lat. seditĭo,ōnis 'sedição, levantamento, sublevação, revolta, motim, discórdia, guerra civil' ) Militar de 1833, a Revolta do Ano da Fumaça foi um conflito regencial que aconteceu em Ouro Preto, na então Província de Minas Gerais, em 22 de março de 1833. O movimento foi nomeado dessa maneira porque durante alguns dias daquele ano instalou-se uma grande neblina na região.

Foi no dia 22 de março que o grupo político alcunhado de caramuru (
restauradores), aproveitando-se da ausência do presidente da província, Manuel Inácio de Melo e Sousa, marchou sobre Ouro Preto com o apoio do povo e assumiu o poder na então capital mineira. O movimento soltou presos militares e deportou o conselheiro Bernardo Pereira de Vasconcelos e o padre José Bento Ferreira de Mello.

Durante dois meses, a província foi liderada por Soares de Couto. Em 5 de abril, o conselheiro Bernardo Pereira de Vasconcelos enviou para Ouro Preto cerca de seis mil homens, sob comando de Marechal Pinto Peixoto, a fim de acabar com a sedição. Vinte e um dias após o confronto, em 26 de maio, Manoel Ignácio de Mello e Souza voltou para
Ouro Preto. Para muitas pessoas este seria o fim do "demônio restaurador".


A Revolta do Ano da Fumaça ocorreu no mesmo período e região que a Revolta de
Carrancas. Os dois movimentos foram tentativas de promover o retorno de D. Pedro I.






Contexto

Ao longo de
período Regencial (1831-1840), o Brasil foi palco de disputas entre grupos com projetos políticos divergentes, e, por vezes, antagônicos. Por esse motivo, diversas revoltas eclodiram por todo o Brasil. Um desses grupos foi nomeado, de forma genérica, como restauradores. Eles defendiam a preservação da Antiga Ordem, ou seja, a manutenção da sociedade do período colonial, com seus devidos privilégios enquanto fidalgos. Eles se caracterizavam também pelo entendimento da Câmara Municipal como posição privilegiada de poder político, pela prática de mobilizar o povo através de revoltas de caráter regressista e também por ocuparem postos de nobreza civil ou política, nas Câmaras ou no comando de tropas.



Em dezembro de 1832, o presidente da província de
Minas Gerais, Manuel Ignácio de Melo e Souza, apresentou aos seus conselheiros a situação geral em que se encontrava a região. O discurso fora publicado integralmente no jornal Universal e afirmava que a província estava firme e que nada seria capaz de abalar o caráter dos Mineiros, nem mesmo as revoltas que eclodiam por todo Brasil; muitas delas de caráter restaurador.






Apesar do dizeres de Melo e Souza, a abdicação de
Dom Pedro I, em 7 de abril de 1831, foi a gota d'água para que diversos movimentos de levante popular contra e a favor do Império ganhassem força. Esses grupos não proclamavam um único discurso, pelo contrário, tinham interesses plurais. Os motivos pelos quais estavam se organizando, no entanto, eram parecidos. Um deles era mobilizar o debate público quanto a necessidade ou não de reformar a Carta Constitucional, de 1824.

No mês seguinte, a Câmara de Deputados fez uma comissão para tratar desse tema à abdicação de
Dom Pedro I. A ideia desse projeto, nomeado de Miranda Ribeiro, previa:




1. Supressão do Poder Moderador e do Conselho de Estado;

2. Fim do mandato vitalício do Senado;

3. Criação de assembleias legislativas provinciais;

4. Transformação da Regência Trina em Una.

Outra questão, prevista no artigo 6º, era que aprovar ou suspender interinamente as resoluções dos conselhos provinciais fosse função exercida não só pela regência como também pelos presidentes de província em conselho. A exceção seria apenas para o que se refere ao aumento ou diminuição de força, quantias excedentes ao previsto na lei de orçamento e aquilo que não fosse de competência do conselho geral.

Este artigo foi alvo de críticas. O deputado Antônio Pereira Rebouças, por exemplo, não entendia ser justa a possibilidade do conselho da presidência ser superior ao conselho geral e que esta definição poderia representar uma confusão de poderes. Já o deputado Ferreira França acreditava que o projeto tinha como objetivo limitar os poderes da regência e não conferir atribuições do poder moderador a outros cargos. Diogo Antônio Feijó, enquanto isso, julgava a disposição como anticonstitucional porque tal artigo poderia ser entendido como o primeiro passo para a independência das províncias, já que poderiam, a partir de então, fazer suas leis e também sancioná-las. Alguns deles afirmaram que votariam pelo artigo desde que houvesse uma lei para que os membros do conselho da presidência não pudessem ser nomeados conselheiros. No geral, o projeto determinaria o tamanho da autonomia das províncias e quais seriam as atribuições da regência.

O projeto foi aprovado na
Câmara dos Deputados em outubro de 1831; o artigo 6º, no entanto, foi suprimido. Já no Senado, o projeto foi tratado com resistência até ser rejeitado em julho de 1832. A discordância entre os dois órgãos desencadeou uma tentativa de golpe, no qual os líderes eram os deputados Diogo Antônio Feijó, José Bento Ferreira de Mello e José Custódio Dias. Associados à Regência, os três deputados pretendiam aprovar as reformas constitucionais transformando a Câmara de Deputados em Assembleia Nacional Constituinte, passando a perna no Senado. Diante desse acontecimento, alguns grupos (“Exaltados” e “Caramurus”) questionaram a legitimidade da Regência que estaria, então, defendendo a queda do próprio governo.

O ano de 1832 foi marcado por tensões que se agravaram com as eleições para a próxima legislatura em março de 1833, quando os vencedores realizariam as reformas constitucionais em discussão.




O Conselho Geral da Província e o Conselho da Presidência duraram até 1834 - ano em que, por meio do
Ato Adicional, o Conselho Geral da Província foi desfeito para dar lugar às Assembleias Legislativas Provinciais. Já o Conselho da Presidência acabou com a lei de 3 de outubro de 1834, que dispôs um conjunto de regras oficiais que apresentavam o que os presidentes das províncias poderiam ou não fazer.

Antecedentes

Eleições

Cisões entre os dois grupos da província de Minas Gerais (liberais moderados e caramurus) já se manifestavam dois anos antes da Sedição Militar. Pouco antes da abdicação de Dom Pedro I, os liberais moderados de Minas Gerais derrotaram o candidato do Imperador, o ministro Maia. O vencedor da eleição para o cargo de deputado geral pela província de Minas Gerais foi
Gabriel Francisco Junqueira, um grande proprietário escravista da região. Ele, que já atuava como vereador da vila de São João del-Rei, teve apoio dos liberais de Minas Gerais e do Rio de Janeiro, principalmente Evaristo da Veiga. Junqueira derrotou Maia, candidato do Imperador, com facilidade, o que provocou grande descontentamento nos caramurus.
Edital sobre a circulação de escravos

Em 30 de setembro de 1831, foi veiculado na região um edital sobre a circulação de escravos. A medida normatizava a movimentação dos cativos quanto ao transporte local e interprovincial. No caso dos libertos, chama a atenção o objetivo de dificultar seu trânsito, já que teriam que carregar consigo mais um documento além da carta de alforria, como escrito em:

Artigo 4º: O africano forro, e ainda qualquer liberto de qualquer cor será obrigado a apresentar ao
Juiz de Paz do Distrito, por onde transitar um passaporte do Juiz Criminal, ou de Paz do Distrito próximo com declaração de seus costumes e o motivo de sua jornada. Esse fato deixou a população escrava insatisfeita.

Revolta em Santa Rita do Turvo

Na mesma época dos dois acontecimentos acima, em 18 de dezembro de 1831, cerca de cinquenta pessoas do Distrito de Santa Rita do Turvo, Freguesia do Mártir São Manoel do Rio da Pomba e Peixe, Termo da Leal Cidade de Mariana, se reuniram com armas (espingardas, pistolas, espadas, facas, foicinhas e zagaias) às dez da manhã no chamado Arraial de Santa Rita. Na manifestação, ouvia-se gritos de "Viva D. Pedro I" bem como de " Viva à liberdade". O grupo saiu pelas ruas convocando escravos, estimulando-os a pegar em armas e a se juntar à revolta para que todos ficassem livres. As medidas aplicadas pelo governo liberal para reprimir os acontecimentos em Santa Rita do Turvo incluiu a prisão dos revoltosos e também a abertura de processos. Essas posições, contudo, não foram suficientes para abafar as lideranças conservadoras.

Eventos pontuais


A Revolta do Ano da Fumaça iniciou no dia 22 de março e teve duração de dois meses, acabando no dia 26 de maio. No período, o grupo chamado caramuru, formado por restauradores, tomou posse em Ouro Preto, capital da província de Minas Gerais. Os caramurus eram, em sua maioria, comerciantes portugueses, burocratas e militares que defendiam a volta de
Dom Pedro I para o Brasil.

Eles tiraram o presidente Manoel Inácio de Melo e Souza e seu vice/conselheiro, Bernardo Pereira de Vasconcelos, do poder. Este novo governo libertou os militares presos por quererem de volta D. Pedro I, diminuiu o tributo sobre a cachaça e liberou os sepultamentos nas igrejas.

Apesar do movimento ter dado continuidade aos levantes de 1831, quando se tratou de governar a província, a classe social mais baixa (mestiços, escravos e forros) foram mantidos afastados do poder. Esta estratégia se aliar a setores populares e depois "largá-los" demonstrou contradições das lideranças caramurus.

Na época, o governo legal provisório havia sido transferido para São João del-Rei, onde, em primeiro momento, teve a presença do vice-presidente Bernardo Pereira de Vasconcelo. Depois do ocorrido, o presidente deposto, Manoel Inácio de Melo e Souza, passou a governar da vila.

Durante os dois meses, a província de Minas Gerais teve, portanto dois governos: o legal, de São João del-Rei e o rebelde, em Ouro Preto. Enquanto isso, em São João del-Rei, as forças militares da Guarda Nacional eram convocadas para combater os rebeldes de Ouro Preto.

Em 5 de abril, Bernardo Pereira de Vasconcelos enviou para Ouro Preto cerca de seis mil homens, sob comando de Marechal Pinto Peixoto, a fim de acabar com a sedição. Vinte e um dias após o confronto, em 26 de maio, Manoel Ignácio de Mello e Souza voltou para Ouro Preto. Para muitas pessoas este seria o fim do "demônio restaurador".

Consequências


Depois do conflito, as forças moderadas de Vasconcelos e Mello e Souza tentaram fazer com que o movimento parecesse, para o povo, uma ação pontual que fora realizado por um pequeno grupo de restauradores e revoltados.

Para se referirem aos grupos que se opunham ao regime do momento, o discurso legalista muitas vezes usava a expressão "partido desorganizador". Desta maneira, generalizavam ideais, como ocorreu com as dos restauradores e também demais grupos descontentes. A partir disso, toda a pluralidade dos movimentos seriam resumidos em: adversários e defensores da anarquia.

Apesar do governo ter tratado da ocorrência como um fato específico e não como uma ameaça vigente, a Câmara de Mariana, também em Minas Gerais, designou posturas municipais restringindo manifestações subversivas a fim de silenciar o movimento. São eles:Artigo 1º: Todo indivíduo, que propalar, que convém a volta do Duque de Bragança, (...), será condenado em vinte dias de prisão mais multa de trinta mil reais. Para reincidência, será o dobro.
Artigo 3º: Quem espalhar boatos e colocar em agitação o sossego público, exagerando as forças do partido contrário ao governou ou enfraquecendo o partido Nacional que sustenta a Revolução do memorável dia 7 de abril, sofrerá a pena de seis dias de prisão e multa de vinte mil réis. Para reincidência, será o dobro.
Artigo 4º: Na mesma pena incorrerá todo aquele que espalhar que as decretadas Reformas da Constituição não são legais e que por esta razão não devem ser religiosamente cumpridas quando selecionadas.
Artigo 5º: Aquele que mostrar quaisquer pasquins, ou proclamações incendiárias, a não ser à Autoridade competente, será reputado perturbador do sessego público e terá a pena de quatro dias de prisão, além da multa de doze mil réis. Para reincidência, será o dobro.

A Sedição de 1833 envolveu diferentes camadas sociais: militares, proprietários de terras e de escravos, comerciantes, ouvidores, juízes... Ao contrário do que os moderadores pregavam, a Revolta do Ano da Fumaça não se restringiu a Ouro Preto. Caeté, Sabará, Itatiaia, Pitangui, Baependi, Rioba, São Gonçalo da Ponte, Ponte Nova, Distrito de remédios em Barbacena e até em São João del-Rei haviam apoiadores e, no caso de Caeté e Mariana, até mesmo percursores.

A Sedição Militar de 1833 e a Revolta de Carrancas

(Sedição substantivo sublevação contra qualquer autoridade constituída; revolta, motim perturbação da ordem pública; desordem, rebuliço. 
Origem: 
(1644) lat. seditĭo,ōnis 'sedição, levantamento, sublevação, revolta, motim, discórdia, guerra civil' ) 
A revolta de Carrancas e a Sedição de 1833 estão relacionadas pois aconteceram concomitantemente. Há indícios de que o levante de Carrancas teria começado com o boato de libertação dos escravos na sedição.

De acordo com depoimentos de testemunhas, Francisco Silvério Teixeira estimulou a revolta de Ventura Mina ao dizer que os caramurus tinham colocado um fim na escravidão em Ouro Preto. Teixeira teria dito ainda que os escravos que lutassem ao lado deles, teriam, além da liberdade, parte da posse de seus senhores. Esta foi a motivação principal para o levante de Carrancas. Na História, todavia, não existem documentos que comprovem o fato de que os revoltados de Ouro Preto tinham como objetivo a libertação dos escravos.

Durante a Sedição de 1833, Teixeira estaria a favor do grupo que tomou posse na capital da província. Acredita-se que ele tenha incentivado a revolta dos escravos e que também tenha contribuído para as nove mortes da família Junqueira, durante a Revolta de Carrancas, para tirar a atenção do fato de que a guarda nacional estava se organizando em São João del-Rei para acabar com a Revolta da Fumaça em Ouro Preto. A violência da Revolta de Carrancas deixou deputados e proprietários da região chocados e com as atenções voltadas para estes fatos. Essa revolta influenciou na política Imperial, que deu origem ao projeto de lei n.º 4, de 10 de junho de 1833, o qual previa punição severa para aqueles escravos que se rebelassem.

Revolta de Carrancas
Regência
Revolta dos Malês

Referências
[1]
[2]
Barata, Alexandre Mansur (2014). «A Revolta do Ano da Fumaça» (PDF). Revista do Arquivo Público Mineiro. Consultado em 18 de outubro de 2017
[3]
Andrade, Marcos Ferreira. As revoltas do Ano da Fumaça (1833): a revolta dos escravos de Carrancas e a sedição militar de Ouro Preto
[4]
[5]
[6]


Homenageados e aniversariantes da 3ª semana de setembro
Dia 15Dia 16Dia 17Dia 18Dia 19Dia 20Dia 21
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Destaque para Marcinho Moreira
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Marcio de Andrade Cunha 15/9/1983 São José dos Campos, SP
Cantor. Compositor. Instrumentista. Ganhou seu primeiro cavaquinho com 13 anos de idade. Segundo conta sua mãe, chegou a ficar febril por causa do instrumento até ganha-lo. Adotou o nome Moreira em homenagem a sua avó materna, da família Moreira que era do estado do Rio de Janeiro. Autodidata, começou a tocar nas rodas de samba de sua cidade. Afilhado musical de Chapinha da Vela, do Mestre Dadinho da Velha Guarda do Camisa Verde e Branco e de Tioãozinho da Mocidade, da agremiação carioca Mocidade Independente de Padre Miguel.

 Até a próxima em 22/09/2024 -

 Destaque 4

ou aos 


2.     Em 08/09/2024
Revolta de Carrancas ou Levante de Bella Cruz



Local Fazendas Campo Alegre e Bella Cruz
Data 13 de maio de 1833
Mortes Gabriel Francisco de Andrade Junqueira, José Francisco Junqueira, Antônia Maria de Jesus, Ana Cândida da Costa, Manoel José da Costa, Emiliana Francisca Junqueira, Francisco da Costa.
Tema: A Revolta de Carrancas ou Levante de Bella Cruz[1] foi uma rebelião de escravos que eclodiu em 13 de maio de 1833, nas propriedades da família Junqueira, ao sul da província de Minas Gerais. A revolta teve início na fazenda Campo Alegre, propriedade de Gabriel Francisco Junqueira, tendo continuidade na fazenda Bella Cruz.[2][3][4]

Contexto

Alguns estudos sobre a demografia do tráfico internacional de africanos escravizados demonstram um aumento significativo na entrada de africanos na primeira metade no século XIX, principalmente no BrasilCaribe e Cuba. Se analisarmos os dados disponíveis para o Brasil, notamos que só o Rio de Janeiro foi responsável pela importação de mais de um milhão de escravos nessa época. Em segundo lugar está Bahia, com quase 400 mil, seguida por Pernambuco, com quase 200 mil.[5][6]

província de Minas Gerais, muito dependente da exploração da mão de obra escravizada introduzida no país por meio do tráfico internacional,[7] entre 1825 e 1833, absorveu 48% da população africana que aportava no Brasil.[8][6]

A circunstância da primeira metade do século XIX foi marcada por um aumento da população escravizada, mais precisamente, no centro-sul do Império. Além disso, essa época também foi caracterizada pelos planos de insurreição que acabaram sendo concretizados pelos escravizados de diferentes localidades, principalmente Bahia, Minas Gerais e Rio de Janeiro.[6] Nesse período ocorreram diversas rebeliões de escravos que aterrorizaram o governo das Regências. Alguns exemplos dessas revoltas são Revolta de Carrancas (MG), Revolta dos Malês (Salvador - BA) e a Revolta de Manuel Congo (Vassouras - RJ), tendo esses eventos sofrido dura repressão.[4]

A província de Minas Gerais, no período regencial, foi marcada por conflitos entre liberais e restauradores. O movimento mais conhecido foi a Sedição Militar de 1833, também conhecida como a Revolta do Ano da Fumaça. Foi nessa situação de oposição e disputas que ocorreu a Revolta de Carrancas.[9]

Antecedentes

A Freguesia de Carrancas possuía uma enorme população escravizada de origem africana. Em algumas regiões, como a capela do Favacho, o percentual de africanos equivalia a mais de 60% da população escrava. Esse número se explica por ser uma área voltada para o abastecimento e que possuía propriedades próximas aos caminhos que ligavam Minas Gerais ao Rio de Janeiro, imensamente dependente do tráfico internacional de escravizados.[6]

A região de Carrancas se destacou por ter uma grande concentração de trabalho escravo. Dos 4 053 habitantes da freguesia, 62,5% (2 494) da população eram pessoas escravizadas e 38,5% (1 559) eram pessoas livres.[10] Além disso, a região contava com várias propriedades ligadas ao abastecimento interno de gêneros alimentícios.[11][12]

A grande entrada de africanos novos somado ao aumento da população escrava colaborou para intensificar, entre as autoridades e elites escravocratas, a preocupação relacionada ao surgimento de revoltas de escravizados. Nos discursos das autoridades era muito comum aparecer alusões aos riscos trazidos pelo aumento da população escrava e ao fantasma do "haitinismo". A memória da rebelião dos negros durante a Revolução Haitiana era um pesadelo para as elites senhoriais.[6]

Grande parte dos escravizados pertencentes à Família Junqueira viviam em grandes escravarias, formadas majoritariamente por africanos, sendo a grande maioria provenientes da África centro-ocidental, com alguns poucos da oriental . A diversidade étnica não impediu que os escravizados se tornassem "parceiros".[6]

As Fazendas de Campo Alegre e Bela Cruz, palcos da revolta, faziam parte de uma grande área de terra, oferecida pela Coroa a João Francisco, português de São Simão da Junqueira. Ele chegou em Rio das Mortes em 1750 e deixou um grande número de descendentes, dando início a uma grande família do sudeste mineiro possuidora de grandes propriedades.[9]

A influência das propriedades da família Junqueira podia ser percebida pelo número de pessoas escravizadas que mantinham. Quase sempre, o número era maior que trinta escravos, o que era raro no cenário da época. E em algumas propriedades o número podia chegar a cem escravos.[9]

Em julho de 1831, os escravizados de Carrancas ensaiaram uma tentativa de revolta contra seus senhores, movidos pelos rumores de que o ex-imperador os queria livres. O vigário da freguesia, Joaquim José Lobo, foi acusado de persuadir os escravizados com tais promessas. Os boatos de uma possível rebelião se espalharam rapidamente e a população ficou assustada, fazendo com que a revolta não fosse às vias de fato. O vigário foi preso e enviado à Vila de São João del-Rei.[12][13]

Fazenda Campo Alegre

A Fazenda Campo Alegre pertencia ao deputado Gabriel Francisco Junqueira e em 1839 possuía 103 escravizados para cuidar do gado e do plantio. Em 1868, ano da morte do deputado, a escravidão ainda era considerável, 92 pessoas escravizadas.[9]

Fazenda Bela Cruz

A Fazenda Bela Cruz compreendia uma ampla região. A propriedade era cercada e dividida por muros de pedras. Entre os cômodos da fazenda incluía uma morada de casas de vivenda, senzalas cobertas de telhas, chiqueiro, currais e quintal com árvores de espinho, entre outros.[9]


O levante Gabriel Francisco Junqueira
A Revolta de Carrancas teve início no dia 13 de maio de 1833 nas propriedades da família Junqueira, localizadas ao Sul de Minas Gerais. A revolta começou na Fazenda Campo Alegre, de Gabriel Francisco Junqueira, que era um dos principais políticos da Facção Liberal Moderada e eleito deputado em 1831.[4] A Fazenda anteriormente pertencera a João Francisco Junqueira (o patriarca da família), e depois foi deixada de herança para seu filho, Gabriel Francisco Junqueira.[6]

Na parte da manhã, as pessoas escravizadas já haviam tirado o leite e alimentado os animais, como bois vacas e cavalos. E a partir do meio-dia estavam trabalhando na roça, cuidando das plantações de milho, feijão, arroz, etc. Aquela tarde de 1833 seria fatídica e histórica.[9]

Na manhã daquele dia, tudo parecia estar normal na fazenda da Família Junqueira. O local estava sob os cuidados do filho do deputado, Gabriel Francisco de Andrade Junqueira, que na ausência do pai tomava conta dos negócios da fazenda. Ao meio-dia, como de costume, ele foi até a roça para supervisionar o trabalho dos cativos. Pediu para uma das pessoas escravizadas arriar o seu cavalo e saiu em direção à roça. Ao chegar lá não notou nada de estranho, porém a normalidade era apenas ilusória.[9]

Ainda montado em seu cavalo, ele foi surpreendido por um grupo de revoltosos, liderados por Ventura Mina, que mataram-no com várias porretadas na cabeça.[9] Gabriel nesse momento era juiz de paz do distrito de São Tomé das Letras. O grupo de revoltosos não atacou a sede da fazenda Campo Alegre porque o terreiro da casa-grande estava fortalecido por capitães do mato. Este grupo, então, se dirigiu à Fazenda Bela Cruz, onde contaram com a adesão de pessoas escravizadas naquela propriedade ao grupo originário. O grupo de revoltosos assassinaram integrantes da família de José Francisco Junqueira, irmão do deputado, incluindo três crianças.[4][9]

Parte do grupo permaneceu na fazenda para preparar uma emboscada para Manuel José da Costa, genro de José Francisco Junqueira. Manuel estava na fazenda Campo Alegre, mas o assassinato ocorreu assim que ele adentrou a fazenda Bela Cruz.[4] O restante do grupo de revoltosos se dirigiu à Fazenda Bom Jardim, onde encontraram resistência vinda do proprietário e de seus escravizados de confiança. Algumas das pessoas revoltadas morreram nesse confronto como Ventura Mina, João Inácio Firmino, Matias e Antônio Cigano.[4]

Como o proprietário da Fazenda Bom Jardim, João Cândido da Costa Junqueira, já havia sido avisado sobre o que ocorrera nas Fazendas de Campo Alegre e Bela Cruz, ele prendeu rapidamente a maioria dos seus escravos na senzala, visando evitar a adesão destes ao grupo de revoltosos. Além disso, reuniu alguns de seus vassalos de confiança em uma sala para aguardar os revoltosos, que apareceram após algum tempo e foram afastados com 2 (dois)[4] tiros, (Proc.f. 14, 119) um feriu um dos escravos e outro tiro matou Ventura. Não há mais informações sobre esse confronto nos autos.[4]

O momento mais grave da revolta teve como palco a Fazenda Bela Cruz. Onde os revoltosos invadiram a propriedade e investiram diretamente contra José Francisco Junqueira e sua esposa Antônia Maria de Jesus, que se refugiaram em um quarto, mas não conseguiram escapar. O vassalo Antônio Retireiro pegou um machado na senzala e o entregou a Manoel das Vacas, que ficou tentando arrombar a porta enquanto Antônio voltou a senzala para buscar um revólver carregado. Após arrombarem a porta do cômodo, Antônio disparou no rosto de José Francisco Junqueira. Além disso, todos os outros presentes no quarto foram massacrados, como a mulher, filhas e netas de José.[4][14]

No auto de corpo de delito diz que Antônia Maria de Jesus possuía ferimentos no rosto, couro cabeludo e grande derramamento de sangue. As feridas foram feitas com objetos cortantes e a vítima estava muita ensanguentada da cintura para baixo, causando grande aflição às testemunhas.[4][14]

Ana Cândida Costa, viúva de José Francisco Junqueira, foi a próxima vítima. Ela foi assassinada a golpes de foice no quintal da fazenda pelos revoltados Sebastião, Pedro Congo, Manoel Joaquim e Bernardo. Ana foi encontrada em um estado deplorável, seu rosto estava desfigurado e sua cabeça não estava unida ao corpo. Além dela, mais duas crianças e um bebê de 2 meses também foram mortos com requintes de crueldade.[4][14][15]

Uma das testemunhas interrogadas sobre o caso, Raimundo José Rodrigues, afirma que mesmo depois de mortos as vítimas foram castradas e tiveram as mãos machucadas com pedras. Raimundo era marceneiro e morador da Fazenda Traituba, propriedade próxima à Fazenda Bela Cruz.[4][16]

Em praticamente todos os depoimentos contidos no “Processo dos Junqueiras”, tanto dos escravos que participaram da rebelião, como de testemunhas locais, Francisco Silvério Teixeira é citado como o mentor e incitador da insurreição. Era ele fazendeiro no Termo de Campanha. Contava na ocasião 73 anos, casado, pai de 14 filhos e transitava continuamente pela região. Interessante assinalar ser ele compadre de Gabriel Francisco Junqueira - no processo não aparece de que forma eram compadres - mas ele é assim tratado nos autos, e por Gabriel Francisco Junqueira quando a ele se refere. No Libelo Acusatório (Proc. f. 116) é mostrada como a condição de ser compadre de Gabriel Francisco dava-lhe oportunidade de livre acesso à Fazenda Campo Alegre e possibilidade de se encontrar com os escravos e tramar os detalhes da rebelião, principalmente com o líder deles, Ventura Mina.[15]

Dos 31 escravizados denunciados como revoltosos nesse processo, nove (29%) eram crioulos, dezessete (54%) africanos da África Centro-Ocidental e dois provenientes da África Ocidental. Embora a Revolta de Carrancas tenha sido realizada com a participação majoritária de pessoas escravizadas de origem africana, a presença dos crioulos foi bastante significativa, dois deles foram processados como "cabeças" no crime de insurreição.[6] A revolta uniu pessoas escravizadas de diferentes origens com uma mesma finalidade: a liberdade.[17] Além de atingir a liberdade, os revoltosos também pretendiam matar todos os brancos existentes e tomar suas propriedades.[18]

presidente da provínciaManoel Ignácio de Melo e Souza, dirigiu uma correspondência ao Ministro da JustiçaHonório Hermeto Carneiro, onde relatou que nos acontecimentos em Carrancas também haviam sido assassinadas duas pessoas pretas, supostamente pessoas escravizadas que se dedicavam aos afazeres domésticos com um convívio mais próximo com seus senhores.[9][12]

Desdobramentos

A Revolta de Carrancas trouxe à tona todo o aborrecimento dos negros, livres e escravos, e também mostrou a alta habilidade de organização e articulação deles.[19]

O juiz de paz de Baependi, Antônio Gomes Nogueira Freire, tomou algumas medidas de prevenção, como por exemplo intensificar a vigilância em outras propriedades, principalmente naquelas onde havia um grande número de escravos.[9]

Em 15 de maio de 1833, o juiz de paz de Pouso Alto avisou a Câmara Municipal de Resende sobre os acontecimentos de Carrancas, pois o grupo de revoltosos pretendia atacar outras fazendas.[9]

Algumas regiões do vale do paraíba paulista, como Areias e Bananal, foram logo avisadas do que ocorrera em Carrancas. Como eram regiões com grande número de pessoas escravizadas, os vereadores foram intimados para uma sessão secreta no dia 21 de maio, onde ficou acordado uma série de medidas para evitar maiores repercussões da Revolta de Carrancas na região.

Os rebeldes de Carrancas foram severamente punidos. Dezesseis foram condenados à pena de morte por enforcamento e executados em praça pública com cortejo da Irmandade da Misericórdia, na Vila de São João del-Rei.[4] Alguns foram condenados como cabeça da revolução, de acordo com o Artigo 113 do Código Criminal que determinava pena de morte para crimes assim. Outros foram punidos pelo crime de homicídio qualificado, segundo o Artigo 192 do mesmo código.[4][9]

Essa foi uma das maiores penas coletivas à morte às quais foram condenadas pessoas escravizadas na história do Brasil. No caso da Revolta de Carrancas, apenas Antônio Resende, um dos escravizados de Gabriel Francisco Junqueira, conseguiu fazer chegar uma petição ao Imperador e teve a vida salva, pois ele foi o executor de seus companheiros. Primeiro, ele foi preso na cadeia de Ouro Preto, de onde acabou fugindo em 1835. Em julho de 1848, estava preso na cadeia de São João del-Rei e solicitou a mudança para a Santa Casa de Misericórdia para tratar inflamações e dores no peito. Foi identificado na petição como "Antônio Resende, o carrasco".[4][9]

Entre os cabeças da revolta, destacam-se Ventura Mina (Campo Alegre), Joaquim Mina (Bela Cruz) e Damião (Campo Belo). O último se enforcou quando soube que fora denunciado.[9]

O medo causado pela Revolta de Carrancas foi erradicado com a condenação das pessoas à pena de morte.[20]

A Revolta de Carrancas teve grande impacto nas instâncias de poder da corte. Quatro projetos foram enviados à Câmara dos Deputados em 10 de junho de 1833. Um se referia ao julgamentos dos crimes de cometidos por escravizados. Esse projeto antecipava o texto da lei de 10 de junho de 1835, que designou a pena de morte para pessoas escravizadas envolvidas no homicídio de seus senhores e parentes.[4]

Ver também
Escravidão no Brasil
Revolta dos Malês

Referências
 «Família Junqueira: o Levante da Bella Cruz». Consultado em 9 de novembro de 2015. Arquivado do original em 4 de março de 2016
 ANDRADE, Marcos Ferreira de (1996). «Rebeldia e Resistência: as revoltas escravas na Província de Minas Gerais (1831-1840)». oasisbr.ibict.br. Consultado em 11 de julho de 2024
 Andrade, Marcos Ferreira de (26 de janeiro de 1998). «Rebelião escrava na Comarca do Rio das Mortes, Minas Gerais: o caso Carrancas». Afro-Ásia (21-22). ISSN 1981-1411doi:10.9771/aa.v0i21-22.20963. Consultado em 11 de julho de 2024
↑ Ir para:a b c d e f g h i j k l m n o p Andrade, Marcos Ferreira de (Julho de 2011). «Rebelião escrava no Sudeste do Império do Brasil: a revolta de Carrancas – Minas Gerais (1833)» (PDF). XXVI Simpósio Nacional de História. Consultado em 12 de novembro de 2017
 Andrade, Marcos Ferreira de (26 de janeiro de 1998). «Rebelião escrava na Comarca do Rio das Mortes, Minas Gerais: o caso Carrancas». Afro-Ásia (21-22). ISSN 1981-1411doi:10.9771/aa.v0i21-22.20963. Consultado em 11 de julho de 2024
↑ Ir para:a b c d e f g h Andrade, Marcos Ferreira de. (Maio de 2011). «Rebeliões escravas no Império do Brasil: uma releitura da revolta de Carrancas – Minas Gerais – 1833.» (PDF). 5º Encontro Escravidão e Liberdade no Brasil Meridional
 Andrade, Marcos Ferreira de (Maio de 2017). «As revoltas do Ano da Fumaça (1833): a revolta dos escravos de Carrancas e a sedição militar de Ouro Preto» (PDF). 8º Encontro Escravidão e Liberdade no Brasil Meridional. Consultado em 22 de novembro de 2017. Arquivado do original (PDF) em 1 de dezembro de 2017
 ANDRADE, MARCOS FERREIRA DE (1996). «Rebeldia e Resistência: as revoltas escravas na Província de Minas Gerais (1831-1840)». oasisbr.ibict.br. Consultado em 11 de julho de 2024
↑ Ir para:a b c d e f g h i j k l m n o Andrade, Marcos Ferreira de. «Negros rebeldes nas Minas Gerais: a revolta dos escravos de Carrancas (1833)» (PDF)
 Teixeira, Paula Chaves (Maio de 2009). «Negócios entre Mineiros e Cariocas: Famílias, estratégias e redes mercantis no caso Gervásio Pereira Alvim (1850-1880)» (PDF). Instituto de Ciências Humanas e Filosofia
 Andrade, Marcos Ferreria de (Maio de 2015). «Memória Oral do Cativeiro da Região da Antiga Comarca do Rio das Mortes: Carrancas - Minas Gerais.» (PDF). 7º Encontro Escravidão e Liberdade no Brasil Meridional
↑ Ir para:a b c Andrade, Marcos Ferreira de. «Rebelião escrava na Comarca do Rio das Mortes, Minas Gerais: O Caso Carrancas». Dissertação de Mestrado Universidade Federal de Minas Gerais
 Delfino, Leonara Lacerda (2015). «O Rosário dos Irmãos Escravos e Libertos: Fronteiras, identidades e representações do viver e morrer na Diáspora Atlântica. Freguesia do Pilar - São João Del Rei (1782-1850).» (PDF). Programa de pós graduação em história da Universidade Federal de Juiz de Fora.
↑ Ir para:a b c Arquivo Histórico do Escritório Técnico do IPHAN de São João del-Rei. Processo-crime de Insurreição (1833), caixa PC 29-01. Libelo-crime acusatório.
↑ Ir para:a b Mattos, José. «LEVANTE DA BELA CRUZ» (PDF). Revista da ASBRAP. Consultado em 15 de outubro de 2021
 Arquivo Histórico do Escritório Técnico do IPHAN de São João del-Rei. Processo-crime de Insurreição (1833), caixa PC 29-01. Depoimento de Raimundo José Rodrigues.
 Souza, Daniela dos Santos (Agosto de 2010). «Devoção e Identidade: O culto de Nossa Senhora dos Remédios na Irmandade do Rosário de São João del-Rei – séculos XVIII e XIX» (PDF). Programa de pós graduação em história da Universidade Federal de São João Del-Rei
 Faria, Sheila de Castro (Julho de 2006). «Identidade e comunidade escrava: um ensaio». Revista Tempo
 Vieira, Jofre Teófilo (2010). «Uma tragédia em três partes: O motim dos pretos da Laura em 1839.» (PDF). Mestrado em história social Universidade Federal do Ceará
 Magalhães, Adriano Aparecido (Abril de 2011). «"Os Guerrilheiros do Liberalismo": o juiz de paz e suas práticas no Termo de São João del-Rei, Comarca do Rio das Mortes (1827-1842)» (PDF). Programa de pós graduação em história da Universidade Federal de São joão Del-Rei

Ligações externas

Homenageados e Aniversariantes da segunda semana de setembro
Aniversariantes da 2ª semana - Intervalo de 8 a 14 de Setembro

Dia 8Dia 9Dia 10Dia 11Dia 12Dia 13Dia 14
Graciema Teixeira
Maria Silva
Cláudia Gonzaga
José Santos
Antonia Sena
Guilherme Henrique
Bruno Lino
Rádio Nacional
Fernanda Abreu
Genobre Lima
Sinhô
NS de La Caridad
Notícias Relevantes Destacadas
510/36/2022
Thalmay Costa
Celma Silva
Paula Gonçalves
Tatiana Sanson
Oscar Kruger
Jorge França
Maria Rita
Ana Carolina
Viúva Guerreiro
Notícias Petroleiras
458/36/2021
Paulinho Mocidade
NRDC 571/40/2023
Beatriz Teixeira
Zélia Rossetti
Edson Grotz
Cláudio Gonçalves
Tibério Gaspar
Pasqual Meireles
Lilian Velho
Patrícia Suhet
Roberta Santos
José Machado
Maria Costa
Leci Brandão
Rosangela Costa
Sandro Lima
Geraldo Vandré
Otávio Brandão
Rádio e TV Repensar
Monique Brandão
Marcos Vale
Dia da Cachaça
Marli Oliveira
Marilene Cswvoli
Zelma Camargo
Giulia Ribeiro
Andréa Furtado
Arlindo Cruz
Ismael Silva



E estão em plena festa, contando mais um inverno...

Graciema Teixeira
Maria G.Silva
Cláudia Adriana A.Gonzaga
José B.Santos
Antonia R.Sena
Guilherme T.Henriques
Bruno F.Lino

Destaque para Rádio e TV Repensar
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No Youtube, no Facebook, no Tik Tok, na Mídia Livre, sempre aberta a defender o justo, a reconstrução do Brasil, e transmitindo 24 horas, música de qualidade e notícias verdadeiras, só interessando os fatos nunca fakes. Direção e Concepção Leonardo Bastos.

Destaque para Rádio Nacional
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Presente na memória afetiva da população, a Rádio Nacional do Rio de Janeiro é historicamente reconhecida como referência de programação plural e popular. Ela é, na realidade, responsável pelas matrizes que formam hoje o Rádio brasileiro: a música, a informação, o humor, a dramaturgia, o esporte e os programas de auditório.
Agora, como parte integrante da EBC, a emissora por onde passaram grandes intérpretes, maestros e compositores de nossa música popular, de onde foram transmitidas as radionovelas que enriqueceram o imaginário do brasileiro, passa por ampla reformulação estrutural, técnica e de sua programação com os olhos no futuro sem esquecer, porém, das suas características históricas.

Texto de 2020, causa grandes preocupações essas reestruturações... Nota do blog

Destaque para Fernanda Abreu - Grande Cantora
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Fernanda Sampaio de Lacerda Abreu 8/9/1961 Rio de Janeiro, RJ
Cantora. Compositora.
Com nove anos entrou para o balé e começou a participar de corais e festivais de música na escola em que estudava.
Aos 17 anos prestou vestibular e cursou três anos de Sociologia na PUC-Rio.
Quando faltava apenas um ano para se formar, abandonou os estudos para se dedicar à música.

Destaque para Genobre Lima - APA (Aposentado Petroleiro Ativista)
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Grande militante da causa aposentado Petrobras, nunca descansa nem para de lutar.

Destaque para Sinhô
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José Barbosa da Silva 8/9/1888 Rio de Janeiro, RJ 4/8/1930 Rio de Janeiro, RJ Compositor. Pianista. Violonista. Cavaquinhista. Flautista. Nasceu na casa de nº 90 da Rua Riachuelo, Centro do Rio de Janeiro. Filho do pintor e decorador de paredes de botequins e de clubes dançantes, Ernesto Barbosa da Silva, conhecido pelo apelido de Tené, e de Graciliana Silva. Teve um irmão, Ernesto, apelidado de Caboclo. Além do irmão de sangue, seu pai adotou outro, Francisco. Deve ter vivido até o fim do século XIX na mesma casa. Morou, ainda, na Rua Senador Pompeu nº 114, onde brincava com outros futuros sambistas, como João da Baiana e Caninha. Apaixonou-se aos 17 anos, pela portuguesa Henriqueta Ferreira, que, apesar de já estar casada, resolveu ir viver com ele. Com ela teve três filhos, Durval, Odalis e Ida. Henriqueta faleceu em 1914, deixando-o viúvo com apenas 26 anos.
José Barbosa da Silva 8/9/1888 Rio de Janeiro, RJ 4/8/1930 Rio de Janeiro, RJ

Grande destaque no dia 8 de setembro, se comemora Virgen de la Caridad
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A Virgen de la Caridad del Cobre não está nos mapas, não está nos escudos, mas está na alma do povo cubano. Don PepOne.

Nossa Senhora da Caridade de El Cobre, ou a Virgem da Caridade de El Cobre, Caridad del Cobre ou simplesmente Cachita, é uma das devoções da Virgem Maria. Ela é a Padroeira de Cuba, esta nomeação solene foi proclamada pelo Papa Bento XV em 1916. A imagem foi canonicamente coroada pelo Papa Pio XI em 30 de dezembro de 1936. Mais tarde, em uma viagem feita por João Paulo II a Cuba em 1998, ele coroou a Virgem com grande dignidade como Padroeira de Cuba.

A imagem mariana é venerada no Santuário Nacional Basílica de Nossa Senhora da Caridade do Cobre, em Santiago de Cuba.

Em 26 de março de 2012, Bento XVI concedeu-lhe a Rosa de Ouro do Cristianismo.1por ocasião do quadragésimo centenário do aparecimento da imagem.

O Papa Francisco, em sua visita a Cuba em setembro de 2015, e por ocasião da comemoração do centenário da consagração de Cuba à Virgem da Caridade de El Cobre ou "Cachita", como é conhecida pelos cubanos, pelo Papa Bento XV, decretou o Ano Santo Excepcional da Misericórdia.

Segundo relatos da época, sua imagem apareceu em 1612 ou início de 1613, na Baía de Nipe, a maior de Cuba, localizada na costa norte da região leste da ilha.

Ela foi vista por três escravos: um menino negro de 10 anos (Juan Moreno) e dois irmãos de puro sangue índio (Juan e Rodrigo de Hoyos), que trabalhavam como escravos nas minas de cobre da região. O trio foi batizado no imaginário cubano como "os três Juanes".

Em uma história que está preservada no Arquivo das Índias em Sevilha, feita sob juramento eclesiástico "setenta e cinco anos após o evento", o escravo negro Juan Moreno contou como os eventos ocorreram.

Os jovens, que tinham ido em busca de sal, avistaram a imagem da Virgem com o Menino Jesus nos braços – a mesma que hoje é objeto de veneração pelos cubanos – que estava flutuando sobre uma tábua, onde se lia a frase "Eu sou a Virgem da Caridade".

O santuário inicial foi construído de forma improvisada, usando folhas e tábuas de guano. Depois que vários eventos misteriosos ocorreram ao redor da imagem, ela foi levada para o que seria seu santuário definitivo, a uma curta distância dali, no topo de uma colina perto das minas de cobre.

História

De acordo com documentos antigos encontrados no Arquivo Geral das Índias, a chegada da imagem da Virgem da Caridade às montanhas da Sierra del Cobre, em Cuba, ocorreu quando um ilesco, Francisco Sánchez de Moya, capitão de artilharia, recebeu em 3 de maio de 1597 um mandato do rei Filipe II para ir às minas da Sierra del Cobre para defender aquelas costas de os ataques de piratas ingleses.

O rei encarregou-o de erguer uma pequena igreja, um lugar onde soldados e mineiros pudessem ir para se confiarem e fazerem suas orações à venerada imagem da Virgem da Caridade. Antes de sua partida para o Novo Mundo, este capitão ordenou que uma réplica da Virgem da Caridade fosse esculpida em Toledo, que foi a que ele levou por mar para a ilha.

A história se mistura com a lenda quando, 75 anos após a aparição, a única testemunha sobrevivente do "milagre", já em plena senilidade, fez uma declaração juramentada onde envolve no relato da aparição milagrosa o próprio capitão Francisco Sánchez de Moya, que havia levado a imagem para a ilha.2

Proclamação da Virgem como Padroeira de Cuba e Coroação

Em 1915, os veteranos da Guerra da Independência escreveram ao Papa Bento XV pedindo-lhe que proclamasse a Virgem da Caridade de El Cobre Padroeira de Cuba. Em 10 de maio de 1916, o Papa Bento XV declarou a Virgem Padroeira de Cuba. O Papa Pio XI autorizou a coroação canônica da imagem sagrada. É na manhã de 20 de dezembro de 1936, quando ocorreu a coroação do então bispo de Santiago de CubaDom Valentín Zubizarreta.

A lenda católica diz que dois índios, Juan de Hoyos e Juan Moreno junto com um negro crioulo, foram procurar sal na Baía de Nipe onde viram algo flutuando no mar, era uma tábua na qual havia uma imagem da Virgem esculpida em madeira que carregava o menino Jesus no braço esquerdo e, na mão direita, uma cruz de ouro. O painel tinha uma inscrição que dizia: "Eu sou a Virgem da Caridade".

Os índios levaram a imagem ao administrador da mina de cobre de Varajagua, que ordenou a construção de um eremitério para ela. Os iorubás identificaram a Virgem com Ochún porque este oricha é o dono do cobre e tinha uma reputação de caridade e misericórdia. A Igreja Católica usou a imagem em fitas de cetim para proteger as mulheres em trabalho de parto durante a gravidez. Ochún também é uma protetora das mulheres em trabalho de parto.

Em homenagem e reconhecimento ao povo de Cuba, durante sua visita à ilha em 1998, São João Paulo II coroou e abençoou a imagem da Padroeira de Cuba durante a terceira missa que oficiou no país, celebrada na Praça Antonio Maceo na cidade de Santiago de Cuba, em 24 de janeiro de 1998. O Papa pediu que nunca esqueçamos os grandes acontecimentos relacionados com a Caridade e recordou o lugar singular na missão da Igreja da Virgem Maria, à qual o próprio São João Paulo II foi devoto.

O Papa Francisco, em sua visita à ilha caribenha, em setembro de 2015, e por ocasião da comemoração do 100º aniversário da consagração de Cuba à Virgem da Caridade de El Cobre ou "Cachita", como é conhecida pelos cubanos, pelo Papa Bento XV; decretou o Ano Santo Excepcional da Misericórdia e entregou à Virgem um ramo de flores de prata, que repousam aos pés da venerada imagem.

Altar da Virgem da Caridade de El Cobre acompanhado por outros santos muito populares na população mexicana.

Devoção[editar | editar código-fonte]

Durante as guerras de independência de Cuba que começaram em 1868, as tropas do Exército de Libertação de Cuba mostraram grande devoção à Virgem da Caridade e se confiaram a ela.

Hoje, as pessoas que visitam o Santuário muitas vezes voltam para suas casas com pequenas pedras onde brilha o cobre da mina. Diz-se que aqueles que os possuem, tanto colocados em copos de água, como em bolsos ou bolsas, têm uma proteção especial contra os males, pois são guardiões metafóricos de um futuro nobre nas esferas pessoal e familiar.

Santuário de El Cobre[editar | editar código-fonte]

Basílica Nacional do Santuário de Nossa Senhora da Caridade de El Cobre é um dos locais religiosos mais reverenciados pelo povo cubano. Chegados de diversos territórios da nação, os fiéis buscam na Padroeira de Cuba o consolo espiritual, a solução de seus desejos e problemas que afetam o ser humano. Localizado em El Cobre, município da província oriental de Santiago de Cuba, no promontório de Santiago del Prado, possui três naves, com fachada principal simétrica. Sua estrutura central termina em uma cúpula, as naves laterais são encimadas por torres onde as torres sineiras dominam em um nível inferior.

Seu primeiro santuário em 1906 desabou como resultado de explosões e escavações nas minas. O Santuário de El Cobre foi proclamado basílica em 22 de dezembro de 1977 por Paulo VI.

O atual Santuário de El Cobre, que oferece missa todas as manhãs, foi inaugurado em 8 de setembro de 1927 e possui um altar de prata maciça e outros objetos ornamentais de grande valor. Abaixo da Capela da Virgem encontra-se a chamada Capela dos Milagres, um pequeno recinto onde os fiéis depositam oferendas diferentes: joias de ouro e pedras preciosas, amuletos, entre outras riquezas de valores. Cerca de 500 pessoas visitam o local todos os dias. Os peregrinos levam consigo pequenas pedras da mina, onde brilham as partículas de cobre e as guardam em suas casas em copos de água, bolsos ou bolsas, como proteção contra males ou talvez como uma boa luz para o futuro pessoal e familiar. Em 30 de dezembro de 1977, o Papa Paulo VI enviou o Cardeal Bernardin Gantin, portador da Bula Pontifícia, pela qual o até então Santuário Nacional foi proclamado Basílica Menor.

Em 24 de setembro de 1915, os veteranos da guerra escreveram ao Papa Bento XV para coroar a Virgem da Caridade como Padroeira de Cuba. Em 10 de maio de 1916, foi recebida a resposta afirmativa do Papa para que a Virgem fosse coroada, e foi somente em 24 de janeiro de 1998 que o Papa João Paulo II coroou pessoalmente a Virgem da Caridade na Praça Antonio Maceo, na cidade de Santiago de Cuba.

Sabe-se que a Virgem da Caridade deixou seu santuário apenas cinco vezes:1936, quando foi coroada pelo Arcebispo de Santiago de Cuba.
1952 no quinquagésimo aniversário da República.
1959 participa do Congresso Nacional Católico em Havana.
1998 é coroada pelo Papa João Paulo II na Plaza Antonio Maceo.
2012 está presente na Missa presidida por Bento XVI na Praça Antonio Maceo

Em 2011 houve uma peregrinação da Virgem por toda a ilha por ocasião da comemoração do 400º aniversário de sua aparição, embora a imagem que fez a peregrinação naquela época não fosse a original encontrada em El Cobre, mas uma imagem de La Caridad chamada La Mambisa por ter acompanhado os insurgentes em suas lutas na selva cubana. Esta imagem da Virgem Mambisa está guardada na Igreja do Apóstolo Santo Tomás (Santiago de Cuba).

O Prêmio Nobel de Literatura Ernest Hemingway, que está afetivamente ligado a Cuba, entregou a medalha que concedeu tal distinção à venerada Padroeira. Ele disse então que estava fazendo isso em reconhecimento ao povo cubano, que inspirou sua obra "O Velho e o Mar", pela qual recebeu o maior prêmio de literatura em Estocolmo.

Documento onde a história da descoberta da imagem é narrada
Uma representação típica da Virgem da Caridade do Cobre: enquanto o tempo melhora, a Virgem aparece com rosa claro e azul, o Menino Jesus está vestido de vermelho e os três João estão abaixo deles em seu barco a remo.

O documento onde se narra como "os três Juanes" encontraram a imagem foi encontrado no Arquivo das Índias em Sevilha pelo estudioso cubano Leví Marrero, sob o título Audiencia de Santo Domingo, arquivo 363; Esta é a sua transcrição:
"No lugar das minas de Santiago de Prado, no primeiro dia do mês de abril do ano de mil seiscentos e oitenta e sete, o Beneficiário Juan Ortiz Montejo de la Cámara, Reitor Pároco da Paróquia deste referido lugar, Juiz Comissário, pelo Sr. Licenciado Dom Roque de Castro Machado, Juiz Oficial Provisório, e Vigário Geral da Cidade de Cuba e seu Distrito, por Seus Veneráveis Senhores Decano e Cabido da Santa Igreja Catedral da referida Cidade, encarregado do governo temporal e espiritual deste Bispado, sede vacante, (sinal ilegível) para que seja registrado da aparição e milagres da SS.ma Virgem Maria Mãe de Deus e Nossa Senhora da Caridade e dos Remédios, Apareceu o capitão Juan Moreno, de quem foi jurado por Deus e uma cruz, que ele fez de acordo com a forma da lei, prometeu dizer a verdade do que sabia e foi pedido. Ele foi questionado sobre o seguinte:

Ele foi questionado sobre qual é o seu nome, de onde ele é, que idade, estado e cargo ele tem. Ele disse: que seu nome é Juan Moreno, um escravo negro, natural deste referido lugar, e que ele era capitão deste dito lugar, e que ele tem oitenta e cinco anos e é casado. E isso responde.

Quando perguntado, declare o que você sabe sobre a aparição de Nossa Senhora da Caridade e Remédios. Disse que este depoente sabe que quando tinha dez anos foi como fazendeiro para a Baía de Nipe, que fica na parte norte desta Ilha de Cuba, na companhia de Rodrigo de Hoyos e Juan de Hoyos, que os dois eram irmãos e índios nativos, que iam coletar sal e tinham fazendas em Cayo Francés que fica no meio da dita Baía de Nipe para ir à mina de sal com bom tempo, uma manhã o mar estava calmo, os ditos Cayo Francés deixaram os ditos Cayo Francés antes do nascer do sol, Juan e Rodrigo de Hoyos, e este depoente. Embarcaram em uma canoa para o referido salar, e longe da dita ilhota francesa, viram uma coisa branca na espuma da água que não conseguiam distinguir o que poderia ser, e aproximando-se pareceu-lhes um pássaro e galhos secos. Esses índios disseram, ela parece uma menina, e nesses discursos, quando chegaram, reconheceram e viram a imagem de Nossa Senhora da Santíssima Virgem, com um Menino Jesus nos braços em uma pequena tábua, e na referida tábua algumas letras grandes que o dito Rodrigo de Hoyos leu e disse: "Eu sou a Virgem da Caridade". e suas vestes eram de roupas, eles ficaram maravilhados de que não estivessem molhados. E diante disso, cheios de alegria e alegria, tomando apenas três terços de sal, chegaram ao Hato de Barajagua, onde estava Miguel Galán, prefeito do referido rebanho, e contaram-lhe o que havia acontecido, se tivessem encontrado Nossa Senhora da Caridade. E o dito Prefeito, muito feliz e sem demora, imediatamente enviou Antonio Angola com a notícia da dita Senhora ao Capitão Don Francisco Sánchez de Moya, que administrava as minas daquele lugar, para que ele pudesse providenciar o que tinha que fazer, e enquanto a notícia chegava, eles colocaram na casa de habitação do dito Hato um altar de tábuas, e nele à Santíssima Virgem, com uma luz acesa, e com a notícia mencionada, o dito Capitão, Don Francisco Sánchez de Moya, enviou ordens ao referido Prefeito Miguel Galán para ver uma casa no referido rebanho, e colocar a Imagem de Nossa Senhora da Caridade lá, e que ele deveria tê-la sempre com luz.

E para isso ele lhe enviou uma lâmpada de cobre e a casa foi coberta com guano cercada por tábuas de palmeira. E quando esta Divina Senhora foi colocada em seu altar, o dito índio Rodrigo de Hoyos teve o cuidado de acender a lâmpada, indo à noite reformar a lâmpada, ele não encontrou esta Divina Senhora em seu altar, e o dito Rodrigo de Hoyos gritou para o prefeito e outras pessoas que vieram, até vinte e uma pessoas que estavam no dito Hato de Barajagua, ele disse a eles que a Santíssima Virgem não estava em seu altar. E fazendo todas as tarefas, eles não a encontraram em sua casa. E na manhã seguinte, voltando para casa, eles a encontraram em seu altar, com as roupas molhadas. E isso foi visto duas vezes, milagres dos quais o prefeito Miguel Galán notificou o capitão Don Francisco Sánchez de Moya, que, depois de ter a notícia, providenciou para que o padre Bonilla, religioso de São Francisco, fosse ao dito Hato de Barajagua, e ele não se lembra de seu nome, ele só sabe e lembra que estava administrando o curato deste lugar das Minas de Cobre. e com toda a prevenção de cera ele o despachou acompanhado por toda a Infantaria do Real dessas minas e muitas pessoas de sua cidade para trazer a Santíssima Virgem, como ele fez, em algumas plataformas em procissão e eles a colocaram em um altar na Igreja Paroquial deste lugar, onde tiveram esta Divina Senhora da Caridade enquanto faziam um eremitério para ela, e desejando que fosse em parte para seu santíssimo prazer, eles o recomendaram ao Espírito Santo. E para esse propósito eles fizeram uma festa de missa cantada e sermão, e enquanto planejavam fazer um eremitério sagrado no topo de uma colina que eles chamam de pedreira, três luzes foram vistas acima da colina da mina no lado direito da fonte. E essas luzes apareceram e viram por três noites contínuas para a admiração de todos, e então desapareceram. E para este milagre escolheram o lugar onde se viram as luzes para o eremitério e Santa Casa desta Divina Senhora da Caridade que hoje está naquela colina realizando muitos milagres com os devotos que a chamam, e muitos frequentam esta Santa Casa, vindo às novenas da Cidade de Cuba, a mais ou menos cinco léguas de distância, e da cidade de San Salvador del Bayamo, que fica a mais de trinta léguas de distância. Fazendo perguntas, conte-nos os milagres que chegaram ao seu conhecimento dos muitos que esta Divina Senhora da Caridade realizou com aqueles que invocam seu favor divino desde que ela tem sua Santa Casa na referida colina de La Mina até o presente. Ele disse que há muitos milagres que esta Divina Senhora fez e faz todos os dias, que hoje ela está em sua Santa Casa cerca de dois quarteirões a oeste de onde foi construída a primeira Casa na dita colina da Mina, que foi removida porque o terreno era mais capaz, porque na da primeira Casa era muito perto da mina e arriscado. Como foi visto quando o irmão de Mathias de Olivera estava servindo a Santíssima Virgem da Caridade, encostado a uma cerca de paus que guarnecia a parte da Mina para livrar do perigo aqueles que vinham à primeira Casa, ele dispensou a cerca e nosso irmão Mathias de Olivera caiu na dita mina que é profunda, e como se pode ver com o risco de que se alguém cair parece impossível escapar com vida, e quando caiu havia um arbusto Magüey naquela parte da mina e às vozes que ele deu as pessoas do lugar vieram e o viram segurando um talo Magüey do referido arbusto, e ele estava chamando a Santíssima Virgem da Caridade, e eles o puxaram para fora jogando algumas cordas das quais ele se agarrou e somente pela providência desta Divina Senhora ele poderia permanecer no dito talo de Magüey, sendo tão pequeno, e disse Mathias de Olivera um homem corpulento, que, dando muitas graças a Nossa Senhora da Caridade, disse que assim que se despediu da cerca chamou esta divina Senhora, e se viu no ar mantido no dito talo de Magüey. E soube por ter ouvido dizer, ao irmão Mathias de Olivera e a muitas outras pessoas, que como faltava a manteiga para a lâmpada, que só havia o que estava na lâmpada, que era muito pouco, o dito irmão foi reconhecer a lâmpada, encontrou-a cheia de óleo, e viu-se que o referido óleo durou dois dias contínuos até que veio a manteiga que estava esperando de fora do lugar, e ouviu dizer por um fato muito certo e notório neste lugar, que em duas ocasiões o Irmão Matías de Olivera encontrou esta Divina Senhora da Caridade não estando em seu altar e quando ele veio a encontrou com todas as roupas molhadas, e os que estavam trabalhando na Mina ouviram que o dito irmão disse: De onde você vem, senhora? Como você me deixa aqui sozinho? Por que você suja suas roupas se sabe que não tem outras roupas ou dinheiro para comprá-las? Como você os deixa molhados, de onde você vem molhado? E que isso era tão evidente que as roupas foram distribuídas como relíquias. E em uma ocasião a seca foi tão grande que o rio que passa por este lugar secou, e a fonte que nunca seca secou naquela época e eles passaram por muito trabalho, indo mais de três quartos de légua para buscar água. Decidiu-se fazer uma oração à Mãe de Deus da Caridade, levando-a de sua Santa Casa para a Igreja Paroquial deste lugar e tirando esta Divina Senhora de sua Santa Casa, que teria percorrido cerca de duas léguas, um grande vento se levantou e começou a chover tanto que eles voltaram para a Santa Casa e colocaram a Virgem SS.ma em seu altar. e em um instante o rio subiu e a água seca cessou. São muitos os milagres que esta Divina Senhora realiza, sendo a manteiga de sua lâmpada geral um remédio para todas as doenças. E que devido à morte do Irmão Mathías de Olivera, poucos dias depois entrou o Irmão Melchor de los Remedios, que invocou a Virgem SS.ma. Nossa Senhora da Caridade e dos Remédios, e assim todos a chamariam em todas as suas necessidades e em seu Santíssimo Rosário que rezam a ela todas as tardes em coro em sua Santa Casa, invocam sua Virgem SS.ma. Maria, Mãe de Deus e Senhora da Caridade e dos Remédios. Tudo isso é verdade, e ele afirma isso como cristão.Quando esta declaração foi lida para ele como um verbo ad verbun, ele disse que estava bem escrito e foi ratificado. Ele não assinou porque disse que não sabia escrever. Assine-o, Vossa Misericórdia, que eu atesto. O Beneficiário Juan Ortiz Montejo da Câmara. Antes de mim: Antonio González de Villarroel. Tabelião Público."

Peregrinação à ilha em 2011

O ano de 2012 é o 400º aniversário da descoberta da imagem da Virgem da Caridade de El Cobre. Por ocasião deste feriado religioso, a Conferência dos Bispos Católicos de Cuba (COCC) decidiu declarar o ano de 2012 como o Ano Jubilar Mariano, um ano de festa para toda a Igreja Católica de Cuba.3

O COCC organizou a peregrinação como preâmbulo para este ano de júbilo para a Igreja Católica cubana; um passeio por todo o país da imagem da Virgem da Caridade de El Cobre, padroeira de Cuba. A imagem utilizada era conhecida como "La Mambisa" que se conserva na Igreja de Santo Tomás apóstol (Santiago de Cuba), assim chamada porque era venerada pelos cubanos que lutaram contra o colonialismo espanhol.3

A peregrinação começou em 8 de agosto de 2010 com uma turnê no leste do país e se movendo para o oeste. A imagem foi tirada em uma van condicionada para esse fim e conduzida por José Armando García Fernández, conhecido como "o motorista da Virgem".4​A imagem percorreu 29978 quilómetros por todo o arquipélago nacional, visitando vilas, aldeias, cidades, escolas, hospitais, unidades militares, prisões, lares maternos, capelas, conventos, etc.

Em 17 de julho, a imagem entrou na parte ocidental do país quando percorreu a Diocese de Matanzas até 4 de setembro de 2011, quando sua imagem foi entregue por Dom Manuel Hilario de Céspedes García-Menocal, bispo de Matanzas, a Dom Juan de Dios Hernández, bispo auxiliar da Arquidiocese de Havana. A passagem da imagem foi realizada na comunidade de Niña Sierra. De lá, percorreu brevemente El Límite, Entronque e Matadero até ser levado para a cidade de Madruga, onde Monsenhor Juan de Dios Hernández entregou oficialmente a imagem e uma estola para Sua Eminência o Cardeal Jaime Ortega Alamino, Arcebispo de Havana. A estola acompanhou todos os pastores durante o passeio pela imagem e foi passada de um para outro até sua última celebração.5

No dia 8 de setembro, dia em que a Igreja celebra sua festa em Cuba, a imagem estava na Villa de San Julián de Güines, onde visitou as cidades de Bizarrón, Osvaldo Sánchez, Juan Borell e Roberto Rodríguez. A Eucaristia foi presidida por Monsenhor Juan de Dios Hernández no parque central.6

Em 18 de setembro de 2011, a imagem foi tirada no catamarã "Río Júcaro" para a Ilha da Juventude, sendo recebida no porto de Girona por centenas de pessoas. A imagem ficou na ilha até o dia 20, durante o primeiro dia a Santa Missa foi celebrada na Plaza de Nueva Gerona, a principal cidade do local.

A imagem continuou sua jornada por toda a parte sul da Arquidiocese de Havana. No final, foi entregue pelo cardeal Ortega a dom Jorge Enrique Serpa, bispo de Pinar del Río, em 2 de outubro em El Blanquizal. No jornal "El Artemiseño", semanário do Comitê Provincial do Partido Comunista de Cuba, foi anunciada a chegada da imagem à área. Bem como a participação da Banda de Concerto Municipal na sua recepção.7

No dia 3 partiu para a paróquia de Artemisa, onde permaneceu por dois dias. Em seguida, ela foi recebida em Candelaria, em turnê por Cayajabos, Soroa e Las Terrazas. Em seguida, chegou a San Cristóbal e assim por diante, em Los Palacios, até chegar em 12 de outubro a Consolación del Sur pela área de La Herradura. Visitou o Hospital Provincial Abel Santamaría e o Hospital Pediátrico Pepe Portilla. Em 20 de outubro, ele chegou à comunidade de San Luis. Em 21 de outubro, ela visitou San Juan y Martínez, e a imagem teve que parar em frente a pequenos grupos de casas e escolas rurais onde grupos de 20 crianças deram as mãos, fazendo o carro voltar para que pudessem vê-lo melhor.8​No domingo, 23 de outubro, a imagem foi levada para o Cabo de San Antonio, a ponta oeste de Cuba, onde está localizado o Farol de Roncali. De lá, ele visitou as comunidades de Guane, Mântua, Minas, Santa Lúcia. No Vale Luis Lazo, a imagem foi levada até para a casa de um leigo católico que não podia ir à igreja paroquial, então foi decidido levar a imagem para sua própria casa. Ele então visitou a prisão de Kilo 5. Durante este passeio, os artistas de Pinar del Río realizaram várias atividades na cidade provincial, como uma Gala Cultural no átrio da Catedral, uma exposição de pinturas na Casa da Cultura e uma Cantata do Coro diocesano.8​No dia 30 de outubro, a Eucaristia foi celebrada no Estádio Provincial Capitán San Luis, onde a imagem foi carregada por seis dos melhores jogadores de beisebol da província. A missa foi concelebrada pelo bispo de Pinar del Río, dom Jorge E. Serpa, pelo bispo emérito dom José Siro, dom Bruno Musarò, pelo núncio do Papa em Cuba, monsenhor Juan de Dios Hernández, entre outros. A celebração foi anunciada por Monsenhor Serpa na estação de rádio local Rádio Guamá, bem como pelo jornal Guerrillero, órgão provincial do PCC. Da Santa Missa no estádio, a imagem foi levada para a paróquia do Sagrado Coração de Jesus em Viñales, visitando Puerto Esperanza e San Cayetano. De lá, foi levado para La Palma e Bahía Honda.
Nossa Senhora da Caridade do Cobre é venerada na cidade de Azanos, na ilha de Tenerife (Espanha).

Em 4 de novembro de 2011, o cardeal Ortega Alamino, em uma transmissão do canal Cubavisión da televisão nacional, anunciou a chegada da imagem à Arquidiocese de Havana.9

Em 6 de novembro, a diocese de Pinar del Río abandonou a imagem na cidade de Menelao Mora. Em Playa Baracoa foi o primeiro encontro. Nesse mesmo dia, a imagem visitou a Escola Latino-Americana de Medicina (ELAM).10​A imagem visitou o Instituto de Medicina Tropical "Pedro Kourí", onde as Irmãs da Caridade cuidam de pacientes com HIV. Na comunidade de Arroyo Arenas, ela se despediu com a Missa da Aurora. No dia 13 de novembro, na Avenida 124, no município de Marianao, foi concelebrada uma Eucaristia por Dom Juan de Dios Hernández, Monsenhor Carlos Manuel de Céspedes García-Menocal e presidido pelo Cardeal Ortega. De lá, continuou em procissão até o cruzamento da 100 com a 61 para entrar no bairro de Pogolotti.11

Vários quarteirões estavam cheios de pessoas na noite de 17 de novembro, quando a imagem viajou pela estrada Diez de Octubre, anteriormente Jesús del Monte. Da paróquia de Jesus del Monte partiu para a Igreja do Sagrado Coração de Jesus e São Paulo da Cruz, conhecida como "Os Passionistas". No cruzamento das avenidas Lacret, Dolores e Diez de Octubre, o cardeal se juntou à praça em frente à Igreja Passionista, de onde mais tarde entrou no templo.12​A imagem foi transferida dos Passionistas para uma casa de freiras teresianas no bairro de Lawton, onde permaneceu das 14h do dia 18 de novembro até as 20h, onde o padre Evelio Rodríguez, entregou a imagem, no cruzamento das ruas Dolores e 16 para Frei Silvano Castelli ofm conv., pároco de Santa Clara de Assis em Lawton. O cardeal acompanhou a procissão até a entrada do templo, de onde dirigiu algumas palavras aos presentes. A imagem permaneceu nesta comunidade até o dia seguinte, sendo visitada por mais de 10 mil pessoas. No dia seguinte, após a Missa da Aurora, ela foi entregue à comunidade vizinha de Santa Lúcia.

Em 21 de novembro, a imagem visitou o município de Arroyo Naranjo depois de terminar seu passeio no Diez de Octubre. No dia 24 visitou o Hospital de San Juan de Dios, depois La Milagrosa, San Juan Bosco, entre muitos outros. No dia 30, visitou o Hospital Cardiovascular, o Hospital Oncológico-Neurológico e o Fajardo. No dia 1º de dezembro, a imagem chegou ao Convento de San Juan de Letrán no dia 19 e I em Vedado, de lá foi transferida para o Hospital Universitário Calixto García Íñiguez de onde partiu para a Escadaria da Universidade de Havana onde foi recebida por uma multidão de estudantes universitários, professores e estudantes. apesar de não conseguir subir mais de 11 degraus porque as autoridades universitárias o impediram. O Reitor Dr. Gustavo Cobreiro, apesar disso, esteve com o Cardeal, religiosos, seminaristas, estudantes, professores e os Padres Dominicanos.13

A imagem foi recebida na sede do Balé Nacional de Cuba pela primeira bailarina assoluta Alicia Alonso, seu marido Pedro Simón, Miguel Barnet, o presidente do Sindicato Nacional de Escritores e Artistas de CubaJosé María Vitier e membros do Balé.14Alicia Alonso pediu para tocar a imagem e poder sentir seu rosto.

Nos dias 6, 7 e 8 de dezembro, a imagem da Virgem Mambisa permaneceu na Basílica Menor da Virgem da Caridade de El Cobre, no Município de Centro Habana.

A imagem visitou o Combinado del Este em Havana, a maior prisão de Cuba; o Hospital Clínico Cirúrgico Joaquín Albarrán; a prisão "El Roble"; a comunidade de Tapaste; o Cacahual, o local de descanso do tenente-general Antonio de la Caridad Maceo y Grajales e seu assistente Panchito Gómez Toro, filho do generalíssimo Máximo Gómez Báez; o Santuário de El Rincón com seu leprosário; Wajay, a Praça José Martí15e muitos outros lugares. Em 23 de dezembro, a imagem cruzou a Baía de Havana.

No dia 29 de dezembro, às 21h00, foi realizada uma noite cultural na praça da Catedral de Havana preparada por um grupo de artistas cubanos como José María VitierAmaury PérezCarlos Varela, o grupo Compay SegundoX AlfonsoOmara Portuondo e Augusto Enríquez.16

Em 30 de dezembro de 2011, com uma celebração solene e numerosa na Avenida del Puerto, a peregrinação culminou. O cardeal Ortega presidiu a celebração e Monsenhor Dionisio García concelebrou com ele; o resto dos bispos cubanos; Monsenhor Bruno Musarò, núncio apostólico de Bento XVI; o arcebispo de MiamiThomas Wenski; bem como a maioria do clero de Havana. Religiosos e leigos e consagradas de Havana e lugares próximos participaram da celebração. Autoridades do governo cubano estavam presentes, incluindo o vice-presidente cubano Esteban Lazo, Mercedes López Acea, o ministro das Relações Exteriores cubano Bruno Rodríguez Parrilla, Homero Acosta e o historiador da cidade de Havana 
Eusebio Leal Spengler

Na celebração, José Armando, o condutor da Virgem, foi agradecido pelo seu sacrifício e pelo da sua família durante todo o tempo da Peregrinação. Ao mesmo tempo, foi anunciado o reconhecimento e a aprovação pela Congregação para o Culto Divino do título de Basílica Menor à paróquia da Caridade de Havana.1718

Sincretismo na Santeria Oxumorixá venerado na Santeria. É sincretizado com a Virgem da Caridade de El Cobre.

No sincretismo da religião afro-cubana de origem iorubá conhecida como Santeria, a Virgem da Caridade de El Cobre está associada ao orixá Oxum, que reina sobre águas doces, riachos, nascentes e rios.

A festa da Virgem da Caridade de El Cobre e a celebração de Oxum são celebradas em Cuba no dia 8 de setembro sob a mesma celebração, por ocasião da transculturação e sincretismo religioso entre as religiões católica e iorubá que aconteceu na população cubana.

Notas
 Ouro Rosa
O historiador hispano-americano, revisão acessada em 5 de novembro de 2009.
↑ Saltar a:Para b Revista Palabra Nueva, Ano XX, Dezembro/2011, nº 213, p. 6-8
 Revista Palabra Nueva, Ano XX, Janeiro/2012, No. 214, p. 4
 Revista Palabra Nueva, Ano XX, Setembro/2011, No. 210, p. 14-17
 Revista Palabra Nueva, Ano XX, Setembro/2011, No. 210, p. 20
 Weekly El artemiseño, 20-26 de setembro de 2011
↑ Saltar a:Para b Revista Vitral, outubro-dezembro, ano XVIII, nº 104, 2011, p.35-43
 http://www.cubadebate./noticias/2011/11/04/cardenal-ortega-anuncia-llegada-a-la-habana-de-imagen-de-la-virgen-de-la-caridad-del-cobre
 Revista Palabra Nueva, Ano XX, Novembro/2011, No. 212, p. 13-14
 Revista Palabra Nueva, Ano XX, Novembro/2011, No. 212, p. 14-15
 Sobre nós hoje - Segmento de notícias do site da http://www.iglesiacubana.org/ do COCC
 Revista Palabra Nueva, Ano XX, Dezembro/2011, No. 213, p. 20-22
 Revista Palabra Nueva, Ano XX, Dezembro/2011, No. 213, p.23
 http://www.cubadebate./fotorreportajes/2011/12/03/la-virgen-mambisa-llega-a-la-plaza-de-la-revolucion
 http://www.cubadebate./noticias/2011/12/29/musicos-cubanos-honran-a-la-virgen-de-la-caridad-con-un-concierto-en-la-habana
 http://www.cubadebate./noticias/2011/12/31/concluye-peregrinacion-de-la-virgen-mambisa-recorrio-30-000-kilometros/#comments
 Revista Palabra Nueva, Ano XX, Janeiro/2012, No. 214, p.4

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Destaque 3


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1.     Em 01/09/2024 

Tema: A Revolução dos Ganhadores, qualquer semelhança com entregadores - não é mera coincidência!

Revolução dos Ganhadores
Ao lado escravos transportando um homem numa liteira, Bahia.
Período: De 1 a 13 de junho de 1857 * (1 semana e 5 dias)
Local: Salvador, Bahia, 
Império do Brasil
Causas: Revogação da portaria em vigor
Objetivos: Aprovação de portaria municipal que afetou o funcionamento dos carregadores em Salvador
Características: Greves, bloqueios, tumultos
Resultado:
1 - Vitória parcial para os grevistas
2 - Decreto municipal revogado
3 - Decreto substituído por um novo

Revolução dos Ganhadores, também conhecida como a greve dos carregadores africanos de 1857, foi uma greve trabalhista que envolveu carregadores africanos, conhecidos como ganhadores, na cidade brasileira de SalvadorBahia. A greve começou após a aprovação de uma lei municipal que mudou a forma como os ganhadores operavam na cidade. A greve terminou com uma vitória parcial dos grevistas, pois a Câmara Municipal substituiu o decreto-lei por outro que eliminou alguns dos dispositivos mais impopulares. O evento é denominado por João José Reis como a primeira greve geral da história do Brasil.

Durante o século XIX, os ganhadores eram cruciais para o transporte de mercadorias por Salvador. O comércio era dominado por africanos escravizados e livres que trabalhavam juntos em grupos autônomos conhecidos como cantos. Embora os ganhadores tivessem muita liberdade para se movimentar pela cidade, o medo de uma revolta de escravos, como a revolta dos Malês em 1835, levou o governo a tentar exercer mais controle sobre os ganhadores. Em 1836, o governo provincial da Bahia promulgou uma lei que exigia que os ganhadores se registrassem no governo, usassem crachás de identificação e operassem sob a supervisão direta de capitães, o que substituiu o sistema de canto.

A lei se mostrou extremamente impopular, não apenas entre os ganhadores, mas também com o público em geral e, no ano seguinte, o sistema de canto foi restaurado e a lei deixou de ser aplicada. Em 1857, o conselho da cidade de Salvador promulgou uma nova lei modelada após a lei de 1836, que novamente exigia que os ganhadores se registrassem e usassem crachás de identificação de metal no pescoço. Os ganhadores eram obrigados a pagar uma taxa pelas etiquetas, e os libertos também tinham que fornecer um fiador que se responsabilizaria por eles. Para protestar contra a nova lei, os ganhadores da cidade entraram em greve no dia 1º de junho, mesma data em que a lei entrou em vigor.

A greve praticamente interrompeu o transporte dentro da cidade. Jornais locais noticiaram-na com matérias de primeira página e notaram seu impacto na economia local. Em poucos dias, o presidente da província, João Lins Cansanção, Visconde de Sinimbu, fez com que a Câmara Municipal rescindisse a exigência de taxa da lei. No entanto, a greve continuou e, em uma semana, a Câmara Municipal anunciou uma nova lei: os ganhadores ainda precisariam cadastrar-se e usar crachás de identificação no pescoço, mas não pagariam a taxa de inscrição e nem precisariam mais de um fiador, mas apenas de um "certificado de fiança" de um autoridade ou um cidadão respeitável. Com essas mudanças, a greve continuou, mas mais ganhadores se inscreveram e voltaram ao trabalho. No dia 13 de junho, o Jornal da Bahia informou que a greve havia efetivamente terminado.

O historiador brasileiro João José Reis atribui o sucesso parcial da greve à solidariedade entre a comunidade afro-brasileira de Salvador e vê o evento como um dos primeiros exemplos de pan-africanismo que se tornaria mais comum em toda a Bahia no final do século XIX.

Relacionamento contextual

Escravidão urbana em Salvador

Em 1857, Salvador, a capital da província brasileira da Bahia e uma importante cidade portuária no comércio atlântico de escravos,[1][2] tinha uma população de mais de 50.000 pessoas.[nota 1][3] Os brasileiros brancos constituíam cerca de 30% da população, e os negros, cerca de 40%. Ao todo, os afro-brasileiros, que incluíam escravos, libertos e mestiços de ascendência africana, compunham a maioria da população da cidade.[4] Os escravos compunham entre 30 e 40 por cento da população, sendo a maioria nascidos na África, e eram nagôs, ou membros do povo iorubá da área ao redor da baía de Benin.[2]

O sistema de escravidão urbana em Salvador diferia em alguns aspectos da escravidão nas plantações.[5] Muitos dos escravos em Salvador tinham uma liberdade de movimento comparativamente alta e se dedicavam a várias formas de trabalho braçal nas ruas, em ofícios como pedreiro ou carpinteiro.[6] Não era uma prática incomum para senhores de escravos permitir que seus escravos vivessem em lugares alugados longe de suas casas e retornar apenas uma vez por semana para dar a seus senhores uma quantia em dinheiro que eles ganharam com seu trabalho, sendo permitido manter o restante. Em muitos casos, esses escravos trabalhavam ao lado de libertos, e alguns escravos conseguiam economizar dinheiro suficiente para comprar sua alforria.[5]

Ganhadores

Muitos negros em Salvador trabalhavam como trabalhadores conhecidos como ganhadores.[7] Esses ganhadores trabalhavam como carregadores, transportando mercadorias, cargas e pessoas por toda a cidade.[8] O transporte na cidade dependia em grande parte desses ganhadores, pois outras formas de transporte eram indisponíveis ou economicamente inviáveis para a maioria dos comerciantes.[9][10] Na época, era uma profissão totalmente exercida por negros, não havendo brancos ou pardos trabalhando nessa área.[8] Em visita a Salvador em 1847, Alexandre, barão de Forth-Rouen des Mallets, da França,[11] escreveu que os negros constituíam "a maioria da população baiana" e eram "os únicos a serem vistos nas ruas, como bestas empregadas para carregar todo tipo de carga e que circulam carregadas de cargas pesadas". Observação semelhante foi feita pelo explorador alemão Robert Christian Avé-Lallemant durante uma estada em Salvador em 1858, onde disse: "Tudo que corre, grita, trabalha, tudo que transporta e carrega é preto".[8] Cerca de 30 por cento dos escravos nagôs em Salvador trabalhavam exclusivamente como ganhadores, e a maioria trabalhava em tempo integral ou meio período como tal. Os ganhadores de Salvador organizaram-se em grupos de trabalho conhecidos como cantos,[nota 2] com cada canto abrangendo uma determinada área da cidade.[14] Esses cantos também funcionavam como importantes espaços públicos para os africanos em Salvador, pois serviam como locais de encontro onde as pessoas podiam interagir, comprar e vender mercadorias e praticar sua religião.[15] Cada canto era comandado por um capitão-do-canto, escolhido entre os ganhadores do canto, podendo ser libertos ou escravos.[16]

Revolta dos Malês e suas consequências

Ver artigo principal: Revolta dos Malês
Escravos de cavanhaque carregando ferramentas em Salvador (Circa 1800)

Entre 1807 e 1835, os escravos da Bahia organizaram mais de 20 rebeliões que assustaram muitos proprietários de escravos da região.[17] Em 1835, um grupo de escravos e libertos muçulmanos de Salvador, em sua maioria iorubás, revoltou-se no que o historiador João José Reis chamou de "a mais dramática rebelião escrava urbana da história do Brasil".[18] A revolta acabou sendo reprimida e, como resultado, cerca de metade dos presos indiciados por envolvimento eram ganhadores. Além disso, 17% dos indivíduos eram artesãos que provavelmente trabalharam nos cantos e atuaram como os principais conspiradores do levante.[19] Em junho daquele ano, em resposta ao levante, o Legislativo Provincial promulgou a Lei 14, que substituiu os cantos por capatazias. Nesse sistema, as capatazias seriam supervisionadas por um capataz que receberia um salário diretamente dos ganhadores por ele supervisionados e, de acordo com a lei, "policiaria os ganhadores".[20] Além disso, os ganhadores seriam obrigados a se registrar no governo e usar pulseiras de metal com etiquetas de identificação.[21] Os ganhadores eram obrigados a se registrar mensalmente e enfrentariam uma taxa de 10.000 réis caso não o fizessem.[22][23] Um sistema de inspetores foi estabelecido para supervisionar seus registros, policiar as áreas a que foram designados e servir como superiores dos capatazes.[22] A lei, que entrou em vigor em abril de 1836, era impopular entre os ganhadores e o público em geral.[24] Um artigo publicado no Diário da Bahia em maio de 1836 criticava os capatazes e os crachás, argumentando que eles acarretariam aumento de preços e dificultariam a circulação dos ganhadores pela cidade.[25] Além disso, o jornal considerou que a província não deveria se envolver em leis relativas a ganhadores, o que eles consideravam ser um assunto que deveria ser deixado para o governo municipal.[26] As autoridades tiveram dificuldades em fazer cumprir a lei, pois muitos ganhadores se recusaram a se registrar, deram informações falsas, se recusaram a pagar multas e se mudaram para partes da cidade onde a lei não era rigorosamente aplicada. Empresários e comerciantes em algumas áreas reclamaram do efeito que a lei teve em seus negócios, pois o número de ganhadores ativos nessas áreas caiu consideravelmente.[27] Por fim, em 1837, as autoridades cederam, os cantos foram restaurados e a lei deixou de ser aplicada.[26]

Decreto municipal de 1857

Apesar do fracasso da Lei 14, as autoridades brasileiras continuaram a tentar exercer controle sobre os ganhadores nas décadas seguintes.[28][29] Por volta de março de 1857,[nota 3] a prefeitura de Salvador promulgou uma portaria que determinava que os ganhadores teriam que registrar-se para obter alvará na Câmara Municipal para continuar a exercer a profissão.[7] O custo total do registo era de cinco mil réis, aproximadamente o preço de 10 quilos de carne, sendo três mil réis destinados a uma placa de metal com o número de registo do escravo gravado.[30] Esta placa deveria ser usada em volta do pescoço durante o trabalho.[23][31][32] Uma política semelhante existia desde o início da década de 1840 em relação aos ganhadores no Rio de Janeiro, capital do Império Brasileiro.[33] Além disso, os ganhadores libertos precisavam apresentar fiadores que assumissem a responsabilidade pelo seu comportamento. Uma portaria municipal semelhante que já existia na época aplicava-se às ganhadeiras, mulheres negras que trabalhavam nas ruas como vendedoras de mercearia, que tinham de pagar uma taxa anual de 20 mil réis.[31] A legislação entraria em vigor em 1º de junho.[8]

Curso da greve

Os negros esconderam-se; e se os senhores não intervirem, ordenando-lhes que obedeçam à Lei, esta calamidade continuará porque, pelo que ouvimos, eles estão assim dispostos.

Cobertura da greve no Jornal da Bahia, 2 de junho de 1857[34]

A greve começou em 1º de junho, dia em que a lei entrou em vigor.[34] O transporte na cidade foi imediatamente paralisado.[35] No dia seguinte, o Jornal da Bahia publicou matéria de primeira página sobre a greve, dizendo que não havia ganhadores ativos na cidade e que nada havia saído da alfândega, exceto alguns pequenos itens e mercadorias que eram transportados por escravos das partes envolvidas. O jornal continuou a publicar atualizações de primeira página durante a greve.[34] No dia 1º de junho, a Associação Comercial, grupo que representava alguns dos maiores comerciantes da cidade, protestou contra a portaria ao presidente da província da Bahia, João Lins Cansanção, Visconde de Sinimbu.[10] Cansanção, um político economicamente liberal, ordenou imediatamente que o conselho parasse de cobrar a taxa de inscrição e distribuísse as etiquetas gratuitamente.[33][36] Isto resultou num cisma entre o presidente e a Câmara Municipal, com o presidente argumentando que a Câmara não tinha autoridade para cobrar o imposto aos ganhadores sem o consentimento do governo provincial e que o peso da taxa seria repassado aos consumidores.[37] Apesar das objeções de alguns vereadores, a Câmara concordou em isentar a taxa de inscrição.[33] No início da greve, houve confusão entre os diferentes grupos sobre qual tinha sido a sua principal causa. A Associação Comercial argumentou que o imposto de registo era o principal culpado, os editores do Jornal culpavam as etiquetas de identificação obrigatórias e os ganhadores as viam como um sinal óbvio de humilhação e desumanização.[10][23] A Câmara Municipal, entretanto, afirmou que a greve começou porque os ganhadores “pretendem prescindir de qualquer tipo de fiscalização”.[37]

Com a revogação da parte financeira da legislação, os ganhadores continuaram a fazer greve por causa dos regulamentos,[38] especificamente a disposição de que deveriam usar etiquetas metálicas de identificação.[39] No dia 2 de junho, o Jornal noticiou que tinha havido algum movimento de mercadorias provenientes da alfândega, mas que o transporte como um todo era quase inexistente.[38] No terceiro dia, porém, alguns escravos começaram a desertar e a voltar ao trabalho.[39] Muitos tiveram suas placas adquiridas por seus proprietários e enfrentaram represálias por continuarem a greve.[40] De acordo com os arquivos mantidos pela Câmara Municipal, foram efetuados 40 registos no dia 4 de junho, depois de os proprietários terem sido informados de que não teriam de pagar a taxa, contra apenas três registos efetuados antes daquela data. O Jornal noticiou que alguns escravos que usavam as suas etiquetas em público foram atacados com pedras por grevistas, e outros optaram por retirar as suas placas e retomar a greve após pressão de outros africanos. Apesar destes incidentes, a solidariedade permaneceu relativamente forte entre os grevistas e a comunidade de apoio, com evidências de que algumas ganhadeiras permitiram aos grevistas comprar alimentos a crédito.[41] No dia 5 de junho, o Jornal qualificou a greve de “crise perigosa, uma revolução” liderada por “novos revolucionários”, rotulando-a de “revolução dos ganhadores”. Muitos brasileiros brancos na cidade ficaram alarmados com o impacto que a greve estava tendo e temiam uma rebelião total de escravos.[42]

No dia 8 de junho, alguns ganhadores começaram a voltar ao trabalho sem usar crachás de identificação.[43] Esse número continuou a aumentar nos dias seguintes.[41] No dia 9 de junho, a Câmara Municipal votou pela revogação da portaria e substituiu-a por uma nova que eliminou totalmente o imposto. Além disso, os libertos não eram mais obrigados a ter fiadores, mas apenas um "certificado de garantia" de um funcionário ou cidadão de boa reputação. Contudo, a nova lei ainda exigia que todos os ganhadores usassem suas etiquetas em público.[43] Na sequência desta nova lei, muitos libertos começaram a recolher certificados de garantia e a registar-se na prefeitura e, até 12 de junho, muitos ganhadores regressaram ao trabalho, usando as suas etiquetas.[23][43][44] No entanto, um número significativo voltou ao trabalho sem etiquetas, seja como forma de protesto contínuo ou porque a prefeitura estava sem etiquetas.[43][45] No dia seguinte, o Jornal noticiou que o comércio estava a retomar os níveis anteriores à greve, com a greve efectivamente encerrada.[43][44]

Consequências

Illustration showing two Brazilian slaves in Bahia carrying cloth covered sedan chair on shoulders with woman inside
Ilustração mostrando dois escravos na Bahia carregando uma liteira forrada de pano com uma mulher dentro.

A greve teve um grande impacto de curto prazo na economia e na história de Salvador, já que efetivamente interrompeu o transporte dentro da cidade por uma semana.[31][23][46] Em 1997, Reis chamou o evento de primeira greve geral da história do Brasil, ocorrendo vários anos antes de uma greve mais conhecida envolvendo impressores no Rio de Janeiro em 1858.[3] No final das contas, a greve foi parcialmente bem-sucedida em se opor ao decreto municipal. Embora os ganhadores ainda fossem obrigados a se registrar e usar crachás, eles não eram obrigados a pagar por eles, e os libertos achavam muito mais fácil obter um "certificado de garantia" do que encontrar um fiador. Segundo Reis, o sucesso parcial da greve pode ser atribuído em grande parte ao caráter organizado dos cantos, que permitia uma forma de trabalho organizado entre os ganhadores.[47] Além disso, os fortes laços étnicos entre os nagôs ajudaram a fomentar a solidariedade entre os grevistas e a comunidade afro-brasileira em Salvador; Reis afirma que a greve representava uma forma inicial de pan-africanismo que se espalhou pela Bahia no final do século XIX.[48][49]

Reis também afirma que as deficiências da greve podem ser atribuídas ao grande número de escravos que trabalhavam ao lado de libertos como ganhadores e eram mais propensos a desertar, servindo como fura-greves não intencionais.[49] Em 1880, uma nova legislação removeu a exigência de que os ganhadores usassem crachás de metal, embora ainda exigisse que eles usassem a identificação do registro na manga direita de suas camisas. Além disso, a nova legislação exigia que eles se registrassem na polícia e não diretamente no conselho da cidade.[50] Nas décadas seguintes, a porcentagem de escravos trabalhando como ganhadores diminuiu e, em 1888, ano em que a escravidão foi abolida no Brasil, os escravos constituíam apenas cerca de 2,5% da população de Salvador.[51]


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Destaque para Aldir Blanc
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Aldir Blanc Mendes 2/9/1946 Rio de Janeiro, RJ 4/5/2020 Rio de Janeiro, RJ
Poeta. Lerista. Cronista. Nascido no Estácio, na Rua Pedreira, aos três anos a família mudou-se para Vila Isabel, bairro da Zona Norte do Rio de Janeiro. Começou a compor aos 16 anos, com Sílvio da Silva Júnior. Em 1966, ingressou na Faculdade de Medicina, especializando-se em Psiquiatria. Em 1973, abandonou a Medicina, passando a se dedicar exclusivamente à música. Publicou vários livros, entre os quais [Rua dos Artistas e Arredores] (Ed. Codecri, 1978); [Porta de tinturaria] (1981), [Brasil passado a sujo] (Ed. Geração, 1993); [Vila Isabel - Inventário de infância] (Ed. Relume-Dumará, 1996), e [Um cara bacana na 19ª] (Ed. Record, 1996), com crônicas, contos e desenhos. Escreveu crônicas para os jornais O Dia (RJ), [O Estado de São Paulo] e O Globo. Lançou em 2006 o livro [Rua dos Artistas e transversais] (Editora Agir), que reúne seus livros de crônicas [Rua dos Artistas e arredores] e [Porta de tinturaria], e ainda trouxe outras 14 crônicas escritas para a revista [Bundas] e para o [Jornal do Brasil]. Considerado carioca exemplar em ação e comportamento, sendo frequentador assíduo dos blocos carnavalescos Simpatia é Quase Amor (nome de sua autoria) e Nem Muda Nem Sai de Cima, além de frequentar esporadicamente os bares cariocas Bip-Bip e Bar da Maria. Torcedor do clube carioca Vasco da Gama, o que torna público em suas crônicas. No ano de 1998 estreou o musical [Aldir Blanc, Um Cara Bacana], dirigido e estrelado pelo ator e cantor Cláudio Tovar, baseado em composições de sua autoria, em parcerias com vários melodistas, tais como João Bosco nas [Kid Cavaquinho] e [Lina de passe]. Dois anos depois, em 2010, seria a vez do musical [Era do Tempo Rei]. Baseado no romance homônimo de Ruy Castro, o musical contou com trilha sonora composta por Aldir Blanc e Carlos Lyra, para o qual compuseram polcas, maxixes, fados e lundus. Trabalhou como roteirista nas revistas [A Tocha da América] e [Fi-lo porque qui-lo]. Alexandre Ribeiro de Carvalho, André Sampaio e José Roberto de Morais, filmaram e dirigiram o documentário [Dois Pra Lá, Dois Pra Cá], no qual foi traçado a trajetória do escritor através de suas letras; de sua luta pelo direito autoral e suas paixões pelo clube carioca Vasco da Gama e a Escola de Samba Salgueiro. Também foi lançado o livro [Aldir Blanc - Resposta ao Tempo], biografia escrita pelo jornalista Luiz Fernando Viana, na qual, além da vida do escritor, foram perfiladas 450 letras de sua autoria. No ano de 2016 a Mórula Editorial relançou os livros [Ruas dos Artistas e Arredores], [Porta de Tinturaria] e um outro volume com textos produzidos para o site [No]. Também foi lançado um volume com textos sobre jazz Aldir Blanc - Crônicas Inéditas, com trabalhos publicados na Revista Bundas e em sua coluna no Jornal O Globo, entre outros, além da reedição do livro [Vila Isabel, Invenção da Infância], ampliado com outras crônicas sobre o bairro. Também em 2016 O músico Tiago Prata fundou o bloco carnavalesco [Blanc Bloco], que desfilava pela cidade cantando músicas do compositor. No ano posterior, em 2017, foi lançada a coleção [Aldir 70] (Mórula Editorial) em roda de samba na Livraria Folha Seca, na Rua do Ouvidor, Centro do Rio de Janeiro.

Arnaldo Antunes

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