Hoje domingo 13/10/2024 é uma data muito especial prá nós! Internacionalismo Proletário Já!
O futuro em jogo!
Eles se entendem, e estão apresentando nova estratégia enquanto a cadeia não vem. #Repost @eutocomlula
Será que os negacionistas, terraplanistas, invasores da câmara e senado, incendiários ainda não acreditam na necessidade de preservar a vida no planeta?
AGU vai à Justiça pedir R$ 89 milhões após queimadas em estados do Norte |
O mal se destrói sozinho, e é isso que vai acontecer com o bolsonarismo. |
Amor pelo opressor,
como mudar isso?
Precisamos atualizar a historiografia Brasileira e Mundial.
Estudar é preciso, feikeniar não é preciso!
Tudo para os banqueiros e para a extrema direita que é dona dos bancos, dona das mídias, dona do centrão, dona do orçamento secreto e a cada dia mais impõe suas verdades!
Só nos resta o BRIC's para mudar essa situação. Viva Brasil, Rússia, India, China, África do Sul e os que estão somando forças para acabar com essa pouca vergonha!
Índice bate a taxa de recondução nas eleições deste ano, de 81,4%, a maior da história, superando os 63,7% de 2008, até então o mais alto
Grande festa no prá lamento!
Dino mantém emendas suspensas: ‘permanece o grave e inaceitável quadro de descumprimento’
Decisão do ministro sai um dia após aprovação de ‘pauta-bomba’ no Congresso contra o STF
Presidente de verdade que ama seu POVO age dessa maneira não é negacionista e nem trai seu POVO jamais!
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Lula o Presidente do futuro no presente!
Viva a Democracia Renovada!
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Revolta dos Muckers ou Campanha do Morro do Ferrabrás foi um conflito armado ocorrido entre 1873–1874, entre tropas militares e integrantes de uma comunidade religiosa liderada desde 1869 pelo casal Jacobina Mentz Maurer e João Jorge Maurer (também chamado na colônia de Hansjörg Maurer), em São Leopoldo, atualmente Sapiranga, no Rio Grande do Sul. O cenário da revolta foi a linha Ferrabraz, abrangendo as atuais localidades de Campo Bom, Lomba Grande e Novo Hamburgo.[1][2][3]
Os muckers eram colonos que ocupavam o Morro Ferrabrás, na colônia chamada Padre Eterno, Fazenda Leão ou Leonerhof,[3] no centro do triângulo balizado por Novo Hamburgo, Taquara e Gramado, área povoada por agricultores imigrantes alemães. Esses colonos, sem assistência médica, religiosa ou educacional, entraram num processo de decadência social e empobrecimento. Nesse quadro de abandono, despontaram as lideranças de João Maurer, um curandeiro a quem os colonos confiavam sua saúde, e sua esposa Jacobina, que na falta de padres e pastores, passou a interpretar a Bíblia e assim a desfrutar grande credibilidade entre os colonos — credibilidade que aumentou em decorrência de seus ataques epilépticos, interpretados por seus seguidores como encontros com Deus. Também desempenhou um papel importante nos acontecimentos João Jorge Klein, pastor leigo e professor, cunhado de Jacobina Maurer.[4]
No episódio da revolta dos muckers, tropas do exército foram lançadas numa operação sangrenta, fruto da inabilidade das autoridades de São Leopoldo e da Província do Rio Grande do Sul.[5]
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Destaque 1 | || Aniversariantes da 1ª semana de Outubro intervalo de 06 a 12 |
indicativo da semana: Homenageados e aniversariantes da 4ª semana de outubro de 27/10 a 02/11
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3. Em 20/10/2024
Homenageados e aniversariantes da 3ª semana de outubro de 20 a 26 |
A Revolta dos Muckers ou Campanha do Morro do Ferrabrás foi um conflito armado ocorrido entre 1873–1874, entre tropas militares e integrantes de uma comunidade religiosa liderada desde 1869 pelo casal Jacobina Mentz Maurer e João Jorge Maurer (também chamado na colônia de Hansjörg Maurer), em São Leopoldo, atualmente Sapiranga, no Rio Grande do Sul. O cenário da revolta foi a linha Ferrabraz, abrangendo as atuais localidades de Campo Bom, Lomba Grande e Novo Hamburgo.[1][2][3]
Os muckers eram colonos que ocupavam o Morro Ferrabrás, na colônia chamada Padre Eterno, Fazenda Leão ou Leonerhof,[3] no centro do triângulo balizado por Novo Hamburgo, Taquara e Gramado, área povoada por agricultores imigrantes alemães. Esses colonos, sem assistência médica, religiosa ou educacional, entraram num processo de decadência social e empobrecimento. Nesse quadro de abandono, despontaram as lideranças de João Maurer, um curandeiro a quem os colonos confiavam sua saúde, e sua esposa Jacobina, que na falta de padres e pastores, passou a interpretar a Bíblia e assim a desfrutar grande credibilidade entre os colonos — credibilidade que aumentou em decorrência de seus ataques epilépticos, interpretados por seus seguidores como encontros com Deus. Também desempenhou um papel importante nos acontecimentos João Jorge Klein, pastor leigo e professor, cunhado de Jacobina Maurer.[4]
No episódio da revolta dos muckers, tropas do exército foram lançadas numa operação sangrenta, fruto da inabilidade das autoridades de São Leopoldo e da Província do Rio Grande do Sul.[5]
Antecedentes
Os muckers eram uma pequena comunidade religiosa, de cerca de 150 pessoas,[3] estabelecida ao pé do Morro Ferrabrás, no até então município de São Leopoldo. O número de simpatizantes, porém, teria chegado entre 700 e 1000 pessoas,[6] numa colônia com cerca de 14 mil habitantes.[3] A região era ocupada por imigrantes alemães, que haviam chegado ao Rio Grande do Sul a partir de 1824. Eram colonos originários da região de Hunsrück, no sudoeste da Alemanha, onde, na época, predominava uma grande miséria, em consequência das guerras napoleônicas. O termo mucker geralmente é traduzido como "santarrão", ou "falso beato", mas Dreher (2017) considera que a origem pode ser também o verbo alemão "mucken", relacionado ao zumbido do enxame de abelhas, que poderia simbolizar as rezas do grupo, significando assim "rezadores".[3] O próprio grupo, porém, não se autodenominou de nenhuma forma. Nas documentações oficiais, a denominação mucker só aparece uma vez, sendo em geral chamados de Mauristas ou Maurersekte (Seita dos Maurer).[3]
A família de Jacobina já tinha um histórico de envolvimento em contendas religiosas na Alemanha. Os avós haviam emigrado para o Brasil, fugindo de perseguições religiosas.[3] Ambos haviam deixado a igreja evangélica e a escola, estabelecendo uma comunidade religiosa independente com mais seis ou sete famílias, o que culminou na sua perseguição. Na Alemanha os membros dessa dissidência, que se manteve por vários anos, era conhecida como pietista. Em 1824, entre os primeiros imigrantes alemães que chegaram ao Brasil, estavam os avós de Jacobina. O grupo foi recebido pelo imperador Dom Pedro I e pela imperatriz Leopoldina. Em seu encontro com a imperatriz, Libório Mentz, o avô de Jacobina, confidenciou-lhe que viera para o Brasil fugindo da repressão religiosa na Alemanha. Em resposta, a imperatriz garantiu-lhe que, no Brasil, eles teriam garantida a liberdade de culto.[7]
Em 1866, após se casar com João Maurer, a fama de Jacobina começou a crescer. A comunidade se organizou em volta do casal de agricultores Jacobina Mentz Maurer e João Jorge Maurer. João Jorge era também carpinteiro e curandeiro, atividade auxiliada por Jacobina que reunia os pacientes em cultos domésticos onde eram feitas leituras e interpretações da Bíblia.[3]
Os seguidores dos Maurer seguiam regras rígidas, tais como: não fumar, não beber e não ir às festas. Além disso, eles começaram a tirar seus filhos das escolas comunitárias. Tudo isso gerou desconfiança e rejeição, por parte dos demais colonos, aos seguidores do casal.[8] Passaram a ser acusados de separatismo por se afastarem da igreja e da comunidade, professando uma variação mais ortodoxa da fé cristã que lembrava o pietismo dos avós em vez do alinhamento aos pastores luteranos ordenados e os padres jesuítas.[3] Para Dreher (2017), o movimento mucker é uma reação a uma nova igreja que está se formando com a chegada de pastores vindos de universidades influenciados pelas mudanças que a Europa vivia em contraposição ao cristianismo leigo que marcara as primeiras décadas da imigração alemã.[3]
Características da população mucker
As crianças até 13 anos de idade representavam 30% dos adeptos; os adultos entre 33 e 47 anos eram 26% e formavam a liderença do grupo. 70% dos muckers adultos eram casados e 9% eram idosos com mais de 58 anos. Todos os muckers eram de origem alemã, mas 64% já eram nascidos no Brasil e, destes, 94% eram descendentes de famílias antigas, que haviam chegado ao país antes de 1830. Entre os 36% nascidos na Alemanha, mais da metade deles chegou ao Brasil quando ainda eram crianças.[7]
A maioria dos muckers só falava alemão; 57,3% eram analfabetos e 23,5% semianalfabetos (incluindo a própria Jacobina). Apenas 42,5% dos muckers eram proprietários dos seus próprios lotes e a maioria trabalhava em terras de parentes ou de terceiros. Quanto à profissão, 69% dos homens adultos eram lavradores, 13% eram artesãos-lavradores e 11% eram artesãos. No que concerne à religião, 85% dos muckers eram protestantes, sendo que 55% da população de São Leopoldo pertencia a essa religião.[7] Os seguidores de Maurer, aliás, não consideravam ter optado por outra religião, nem Jacobina a fundadora de uma nova crença, mas afirmavam professar a religião evangélica.[3]
Desenvolvimento da revolta dos muckers
Em maio de 1873, alguns colonos queixaram-se à polícia sobre os Mucker, o que levou a abertura de um inquérito policial. João Jorge Maurer acabou preso por 45 dias, tendo de assinar um termo concordando em não realizar mais reuniões em sua casa. Jacobina, no mesmo período, foi internada na Santa Casa de Porto Alegre para exames. Nos depoimentos, o casal Maurer é considerado incapaz de comandar o grupo, levantando suspeitas sobre João Jorge Klein, cunhado de Jacobina, que seria o mentor.[3] Em novembro do mesmo ano, 32 frequentadores da casa dos Maurer foram presos sem acusação formal, após um atentado contra o inspetor de quarteirão João Lehn, responsável por fiscalizar o cumprimento do termo de João Maurer, que acabou preso por violá-lo. Dois outros homens foram presos, suspeitos de realizar o atentado e um terceiro perdeu a guarda de um órfão. Este menino acabou sendo assassinado em abril de 1874, na casa de seu novo tutor. Os dois homens encapuzados que teriam praticado o crime não foram identificados, mesmo assim foram acusados o antigo tutor e um companheiro seu, que posteriormente foi preso e levado a julgamento.
Em seguida, a casa de Martinho Kassel, um ex-seguidor do casal, foi incendiada, tendo seus filhos e sua mulher morrido no desastre. O crime foi ligado aos mucker. Nos dias 25 e 26 de junho, sete casas, galpões e vendas foram incendiados por seguidores de Maurer. Opositores à seita foram assassinados. Também seguidores tiveram suas casas saqueadas e queimadas. Ao escurecer de 28 de junho de 1874, o coronel Genuíno ordenou um ataque sobre a casa dos Maurer esperando obter sua prisão. Mas ele teve uma surpresa. Os muckers entrincheirados em troncos de árvores e depressões de terreno que conheciam muito bem, reagiram violentamente ao custo de 4 mortos e 30 feridos. Sendo noite, o coronel Genuíno ordenou um retraimento para 10 quilômetros à retaguarda, na atual Campo Bom.
Decorrido 21 dias, em 19 de julho de 1874, o coronel Genuíno, com reforços recebidos, inclusive 150 colonos alemães voluntários, atacou novamente e incendiou o reduto dos muckers — a casa do casal Maurer. No ataque, morreram 12 homens e 8 mulheres muckers. Foram presos 6 homens e 36 mulheres.
Cerca de 17 muckers se retiraram para outro reduto. Eles constituíam parte das lideranças mais expressivas. Para o coronel Genuíno, a vitória parecia ter sido completa.
Ao amanhecer de 20 de julho de 1874, o acampamento das tropas governistas é atingindo por tiros de tocaia, disparados de mato próximo, seguindo-se cerrado tiroteio. O coronel Genuíno foi atingido com um tiro sobre a artéria da coxa, vindo a falecer, após esvair-se em sangue, sem socorro do médico, que se deslocara para São Leopoldo com os outros feridos.[9]
Após os combates do dia 21, as tropas militares refluem para Campo Bom. O tenente-coronel Augusto César assumiu o comando.[10]
Em 21 de julho de 1874, um novo ataque ao reduto dos muckers é repelido, com 5 mortos e 6 feridos do Exército. Quatro dias depois, no dia 25, a força civil composta de colonos de Sapiranga, Taquara, Dois Irmãos e outras localidades, tentaram, sem êxito, um ataque ao reduto Mucker. Foi aí que o capitão Francisco Clementino Santiago Dantas, que participara dos ataques iniciais ao lado do coronel Genuíno ofereceu-se ao Presidente da Província para comandar o ataque final.
Em 2 de agosto de 1874, decorrido 35 dias do início das operações, o capitão Santiago Dantas atacou o último reduto dos Muckers, após uma delação de prisioneiros. No renhido combate, pereceram 17 deles,[11] dos quais 13 homem e 4 mulheres, entre elas Jacobina Maurer. João Maurer fugiu e nunca foi encontrado.
Os Muckers presos antes e durante a luta, após processo em que foram condenados, apelaram e foram libertados em 1883. Os muckers sobreviventes, para fugir às perseguições dos habitantes do lugar, mudaram-se para a Terra dos Bastos, em Lajeado. Lá, no Natal de 1898, foram atacados e chacinados por colonos da Picada May, por acreditarem terem sido eles os assassinos da senhora Schroeder. Mas foi o marido que a matara para se casar com outra mulher. A verdade só veio à luz depois do linchamento dos muckers remanescentes, todos inocentes. Também na Fazenda Pirajá, em Nova Petrópolis, houve perseguição e violências contra colonos identificados com o movimento mucker.
Participaram do combate aos muckers os mais tarde coronéis Carlos Teles, que será sitiado por 46 dias em Bagé, e João Cezar Sampaio, que o libertou em 8 de janeiro de 1894, à frente da Divisão do Sul. O último era genro do coronel Genuíno, morto no Ferrabraz. Ambos, Carlos Teles e Sampaio, destacar-se-iam por seus feitos na guerra de Canudos.
Filmografia
- Os Muckers (1978). Filme dirigido por Jorge Bodanzky e Wolf Gauer, com Marlise Saueressig como Jacobina, que ganhou um kikito de melhor atriz. A maior parte do filme é falado em Hunsrückisch,[12] que é o dialeto germânico mais difundido entre os descendentes de alemães no Rio Grande do Sul.[13]
- A Paixão de Jacobina (2002). Filme dirigido por Fábio Barreto, com Letícia Spiller interpretando Jacobina.
Referências
- ↑ VON KOSERITZ, Carl. A Fraude Mucker na Colônia Alemã: Uma contribuição para a história da cultura da germanidade daqui. In: DREHER, Martin N.. A religião de Jacobina. São Leopoldo: Oikos, 2017. p. 181-205.
- ↑ DONATO, Hernâni. Dicionário das batalhas brasileiras, IBRASA, 1996, p. 132
- ↑ ab c d e f g h i j k l Dreher, Martin Norberto,. A religião de Jacobina. São Leopoldo, RS: [s.n.] ISBN 978-85-7843-636-0. OCLC 1022850378
- ↑ Klein, Renato (19 de setembro de 2018). «A guerra dos Mucker». Fato Novo. Consultado em 16 de janeiro de 2023
- ↑ Klein, Renato (19 de setembro de 2018). «A guerra dos Mucker - 3ª parte». Fato Novo. Consultado em 16 de janeiro de 2023
- ↑ Amado, Janaína (1978). Conflito Social no Brasil: A revolta dos "Mucker". São Paulo: Símbolo
- ↑ ab c Biehl, João Guilherme. «A Guerra dos Imigrantes: o espírito alemão e o estranho mucker no sul do Brasil» (PDF). joaobiehl.net. Consultado em 18 de agosto de 2024
- ↑ Carneiro, Lígia Gomes (8 de setembro de 2007). «- Porto Alegre - Os Muckers - Um episódio de fanatismo religioso». riogrande.com.br. Consultado em 20 de julho de 2013. Arquivado do original em 20 de julho de 2013
- ↑ Gevehr, Daniel Luciano (24 de fevereiro de 2015). «Um jesuíta alemão no Brasil meridional conta a história dos Mucker:: o cenário e sua protagonista através da narrativa de Ambrósio Schupp». periodicos.unb.br. Consultado em 18 de agosto de 2024
- ↑ Zanon, Maria de Lurdes (2013). O Movimento Mucker à luz do Cristianismo primitivo na interpretação de Rinaldo Fabris e José Comblin (PDF). repositorio.pucrs.br (Dissertação). Porto Alegre: PUC-RS. Consultado em 18 de agosto de 2024
- ↑ «Capitão Francisco Clementino de Santiago Dantas». Jornal Repercussão. 28 de fevereiro de 2020. Consultado em 18 de agosto de 2024
- ↑ Goethe-Institut Porto Alegre Programação Cultura maio/junho 2014; página 8
- ↑ Karen Pupp Spinassé (2008). «O hunsrückisch no Brasil: a língua como fator histórico da relação entre Brasil e Alemanha» (PDF). Espaço Plural
Bibliografia
- AMADO, Janaína. Conflito social no Brasil. A revolta dos "Mucker". São Paulo: Ed. Símbolo, 1978.
- BIEHL, João Guilherme. Jammertahl. O vale da lamentação. Crítica à construção de Messianismo Mucker. Santa Maria: UFSM, 1991.
- DANTAS, Francisco Clementino de Santiago. Ligeira Notícia sobre as Operações Militares contra os muckers na Província do Rio Grande do Sul. Rio de Janeiro: Typographia da Gazeta de Notícias, 1877.
- DICKIE, Maria Amélia Schmidt. Afetos e Circunstâncias. Um estudo sobre os muckers e seu tempo. São Paulo: Universidade de São Paulo, 1996.
- DOMINGUES, Moacyr, Cel. Av. A Nova face dos muckers. São Leopoldo: Rotermund, 1977.
- DREHER, Martin N.. A religião de Jacobina. São Leopoldo: Oikos, 2017.
- GEVEHR, Daniel Luciano. Fanáticos, violentos e ferozes liderados por Jacobina endiabrada. As representações anti-mucker em "O Ferrabras" (1949-1960). São Leopoldo: UNISINOS, 2003.
- KUNZ, Marinês Andrea. Mosaico Discursivo. A representação de Jacobina Maurer em textos históricos, literários e fílmicos. Novo Hamburgo: Feevale, 2006.
- MUXFELDT, Hugo. Os mucker 100 anos depois. Porto Alegre: Ed. do Autor, 1983.
- PETRY, Leopoldo. Episódio do Ferrabraz - Os muckers. São Leopoldo: Rotermund. 1957.
- SANT'ANA, Elma. Minha Amada Maria. Cartas dos mucker. Canoas: Editora da Ulbra, 2004.
- SCHUPP, Ambrósio. Os "mucker". A tragédia histórica do Ferrabrás. Uma nova tradução vernácula da terceira edição alemã por Arthur Rabuske. Porto Alegre: Martins Livreiro, 1993.
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Destaques da semana
Meus homenageados de 14/10 - Destaque Mestre Marçal ---------------------------------- Destaque para Rafaela Bueno - Amiga CLLA --------------------------------- Destaque para Mestre Marçal --------------------------------- Armando Vieira Marçal 14/10/1902 Rio de Janeiro, RJ 20/6/1947 Rio de Janeiro, RJ Compositor. Ritmista. Pai do percussionista Mestre Marçal e avô de Marçalzinho. De família muito pobre, teve muitas dificuldades na infância, e não conseguiu nem mesmo cursar o primário. Especializou-se como lustrador de móveis, trabalhando em diversos hotéis do Rio de Janeiro. Ainda trabalhando como lustrador, faleceu aos 45 anos, no seu escritório da Victor, de ataque cardíaco. Meus lembrados de 11/10 ----------------------------- Destaque para Cartola ------------------------- Angenor de Oliveira (Rio de Janeiro, 1908 – 1980) Nasceu no Rio de Janeiro, em 11 de outubro de 1908, filho de Sebastião Joaquim de Oliveira e Aída Gomes de Oliveira. Angenor era o terceiro dos dez filhos do casal, que morava no Catete, mas, quando Angenor tinha oito anos, mudou-se para as Laranjeiras, onde o garoto viu ser construído o estádio do Fluminense, que se tornaria seu clube do coração. Quando criança, apesar de não ser um excelente aluno, Angenor conseguiu estudar até a quarta série. O menino era muito apegado ao avô, Luis Cipriano Gomes, que havia sido cozinheiro do ex-presidente do Brasil, Nilo Peçanha. No bairro das Laranjeiras, para onde a família Oliveira havia se mudado em 1916, havia dois ranchos carnavalescos: o [União da Aliança] e os [Arrepiados]. Ambos desfilavam no feriado do carnaval. Seu Sebastião de Oliveira participava do segundo rancho, tocando cavaquinho e Angenor também chegou a desfilar no grupo, pouco antes de completar os onze anos. As cores oficiais do rancho eram o verde e o rosa, cores que teriam inspirado Angenor quando, mais tarde, fundou a estação Primeira de Mangueira. Foi nessa época do convívio inicial com o rancho do qual o pai fazia parte, que Cartola começou a aprender os primeiros acordes no cavaquinho. Em 1919, devido a uma crise financeira, a família se mudou para o morro da Mangueira, mais precisamente à região do morro conhecida como Buraco Quente. Lá, o garoto de onze anos começou a trabalhar em uma tipografia, para ajudar na renda familiar. Nos momentos de folga, Angenor viria a conhecer, logo no início da convivência no morro, o amigo Carlos, que seria mais tarde apelidado de Carlos Cachaça e quem lhe apresentaria as casas mais famosas do morro, onde eram cultuados os deuses afro-brasileiros e onde o batuque [corria solto]. Carlos fundaria, mais tarde, com Angenor e outros bambas mais, a Mangueira. Destaque para Jorge Vercillo -------------------------------- Jorge Luiz Sant'anna Vercillo (Rio de Janeiro, 11 de outubro de 1968) é um cantor, compositor e violonista brasileiro. Com mais de 30 anos de carreira, Vercillo é hoje um dos maiores nomes da MPB. Até o momento, Vercillo lançou 12 CDs inéditos e 3 DVDs, tendo conquistado 1 Disco de Diamante, 3 Discos de Platina e ganhando 2 vezes o Grammy Latino (2009 e 2010), sendo indicado em 2012 e outra indicação em 2013. Vercillo é também recordista de temas de novela na Rede Globo com 23 canções. É considerado um hitmaker brasileiro, tendo mais de 20 canções de (1999 a 2019) no top Brasil no seguimento adulto e popular,tendo vendido o número em torno de 4,5 milhões de cópias em sua carreira. Assim em 2000, a terceira canção mais executada do país nas rádios foi a canção [Final feliz], do terceiro disco de Vercillo, Leve. Já no ano de 2002, a canção mais executada do país foi a faixa [Que nem maré], do famoso álbum Elo, cujo tenha sido o segundo álbum mais vendido do ano de 2002 no país com 1,5 milhões de cópias vendidas num momento delicado da indústria fonográfica brasileira, lançado pela gravadora EMI Music. Já posteriormente nos anos de 2003 e 2004, Vercillo segue no topo das paradas com seu álbum Livre, com faixas como: [Monalisa], single que novamente alcança o topo das paradas no Brasil, e [Contraste]. Desde então, o destaque de Vercillo continuou ascendendo nos anos seguintes com os álbuns [Signo de ar], com o single que dá nome ao disco acrescentando nos Hits de Vercillo, assim como as faixas [Melhor Lugar] e [Ciclo], esta como tema principal da novela A Lua me disse da Rede Globo. Faixas muito executadas nas rádios de todo Brasil nos anos de 2005 e 2006, dando vazão ao projeto [Jorge Vercillo ao vivo 2006],(um dos DVDs de canção nacional mais vendidos do ano com 250 mil cópias vendidas). Em seguida em 2007, Vercillo lança o álbum [Todos nós somos um], dando vazão á uma nova sonoridade de estúdio, ganhando um Grammy de Melhor álbum de MPB, com grande recepção da crítica. Esse álbum contém a faixa [Ela une todas as coisas], canção importante na carreira de Vercillo, sendo um dos principais temas de novela:Caras e Bocas da Rede Globo, e surpreendentemente sendo a canção mais executada em casamentos em todo Brasil. Em diante Vercillo já lançou 6 álbuns e 2 Dvds ao vivo. Sem exceção, em cada álbum, Vercillo emplaca sucessivos hits nacionais, executados nas rádios de todo Brasil. Já foram gravadas tanto por novos expoentes, quanto por grandes nomes da canção brasileira, como Ana Carolina, Maria Bethânia, Caetano Veloso, Buchecha, Chrystian & Ralf,Claudia Leitte, Luiza Possi, Belo, Jorge Aragão,dentre outros. Destaque para Amiga Luciléa Pereira Rosário ------------------------------------------------- Destaque para Dener Santos -------------------------------- Destaque para João do Vale ------------------------------- João Batista do Vale 11/10/1933 Pedreiras, MA 6/12/1996 São Luís, MA Cantor. Compositor. Foi o quinto de oito irmãos, dos quais apenas três sobreviveram à infância pobre. Os pais eram agricultores pobres e sem terra. Por volta dos seis anos de idade foi apelidado de [Pé de xote], pois vivia pulando e dançando. Um de seus avós fora trazido de Angola como escravo e posteriormente fugiu. Chegou a perder a vaga no Grupo Escolar Oscar Galvão para dar lugar ao filho de um coletor de impostos. Auxiliava nas despesas da casa, vendendo balas, doces e bolos que a mãe fazia. Com 12 anos mudou-se com a família para São Luís, onde trabalhou vendendo laranjas nas ruas. Nesse período participou do Noite Linda, um grupo de bumba-meu-boi, como fazedor de versos, o chamado [amor]. De 14 para 15 anos fugiu de casa, indo de trem para Teresina, onde conseguiu emprego como ajudante de caminhão. Fazia viagens entre Fortaleza e Teresina. Um dia viajou até Salvador e resolveu ficar por lá, por estar mais perto do Rio de Janeiro, para onde tencionava ir. Mais tarde foi para Minas Gerais, onde trabalhou como garimpeiro na cidade de Teófilo Otoni, onde obteve dinheiro para a sonhada viagem à então capital da República. Foi para o Rio de Janeiro de carona em caminhão e arranjou emprego de pedreiro em Copacabana, numa obra na Rua Barão de Ipanema. Trabalhava e dormia na obra, visitando periodicamente as rádios, principalmente a Nacional, à procura de artistas que gravassem suas composições. Mostrava suas músicas a muitos artistas, inclusive à cantora Marlene e a Tom Jobim, que naquela época tocava piano num inferninho em Copacabana. Em 08/10 Destaque para o Dia do Nordestino----------------------------------------------- Dia 08 de outubro é celebrado o Dia do Nordestino, contemplando a diversidade cultural e folclórica típica da região que engloba os estados da Paraíba, Maranhão, Alagoas, Sergipe, Ceará, Bahia, Rio Grande do Norte e Piauí. Grande arcabouço de nomes e identidades nacionais, celebres nordestinos como Castro Alves, Bárbara de Alencar, Patativa do Assaré, Luiz Gonzaga, Jorge Amado e Padre Cícero figuram a diversidade étnica e cultural da região. Origem A criação desta data é uma homenagem ao centenário do poeta popular, compositor e cantor cearense Antônio Gonçalves da Silva, conhecido como Patativa do Assaré (1909 – 2002), natural do município caririense de Assaré. O Dia do Nordestino foi oficializado com a lei nº 14.952, de 13 de julho de 2009, na cidade de São Paulo, região com a maior concentração de nordestino em todo o país (com exceção do próprio Nordeste, obviamente). Terra de lutas Com característica marcante da resistência e força, a população nordestina por muitas vezes é acometida por ataques xenofóbicos, principalmente após o resultado das últimas eleições presidenciais. Mundialmente conhecida por seu clima tropical e população que, gigante por natureza, a região enfrenta as dificuldades da vida sem perder o encantamento. Os nordestinos, que vem historicamente resistindo a situações como seca, fome, abandono e tantas outras dificuldades, mas que consegue superar tais condições. Tais situações ressaltam o protagonismo da popualção nordestina diante das adversidades. Essas características fortes são descritas na mais recente produção dos cineastas Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles, onde o longa (Bacurau), lançado no último mês de agosto, retrata bastante esta perspectiva. Música Rico em ritmos, o nordeste dança no compasso do frevo, maracatu, xaxado, axé, baião e do forró com suas deliciosas vertentes. Da região, saíram nomes como Raul Seixas , Chico Science, Gilberto Gil e Luiz Gonzaga, que são ícones da música brasileira, além de Alceu Valença, Tom Zé, Hebert Vianna, Dorival Caymmi, Djavan, Dominguinhos, Gal Costa, João Gilberto, Caetano Veloso, Maria Bethânia e Zé Ramalho. Um dos marcos da cultura nordestina e precursor desta é o (Rei do Baião), o cantor Luiz Gonzaga, natural de Exu, no Pernambuco. Suas letras e melodias refletem a realidade do povo nordestino e mostram toda a cultura e diversidade em uma musicalidade única e reconhecida até hoje. Destaque para Dilma Scher - Interbras/Petrobras ----------------------------------------------------------------- Destaque para Paulinho Nogueira --------------------------------------------- Paulo Artur Mendes Pupo Nogueira 8/10/1929 Campinas, SP 2/8/2003 São Paulo, SP Instrumentista. Compositor. Desde a infância manifestou tendência para as artes, principalmente desenho e música, através do violão. Começou a tocar violão aos dez anos de idade. Viveu em Campinas até terminar o colegial, quando mudou-se para São Paulo. Foi professor de violão e desenvolveu um método próprio de ensino do instrumento. É o inventor da craviola. Morreu de infarte na cidade de São Paulo. |
1. Em 06/10/2024
Tema: A Revolta de Vila Rica
Ocorreu na Vila Rica de Nossa Senhora do Pilar do Ouro Preto, como era então denominada a atual cidade de Ouro Preto, no estado de Minas Gerais, tendo, por um de seus líderes, o idealista Matheus Barbosa Silva Nogueira, que, muitas vezes, dá nome à revolta.[3]
Entre suas causas diretas, estavam a criação das casas de fundição, proibindo a circulação de ouro em pó, e o monopólio do comércio dos principais gêneros por reinóis (lusitanos). A revolta obteve, do governador dom Pedro Miguel de Almeida Portugal, Conde de Assumar, uma enérgica reação que culminou com a execução do principal líder, Filipe dos Santos.[2]
Contexto histórico
Vivera já a região das minas (atual estado de Minas Gerais) grandes agitações que demonstraram, como diz Pedro Calmon, um povo "aguerrido, vaidoso do seu poderio" nas montanhas, conscientes de que a lei apenas seria cumprida se houvesse a concordância de seus habitantes: foi assim que, no começo do século XVIII, começou a Guerra dos Emboabas, contrapondo o emboaba Manuel Nunes Viana a D. Fernando de Mascarenhas e aos paulistas,[5] e que resultou na separação da capitania de São Paulo e Minas de Ouro em 1709.[3]
As leis, nos sertões, eram impostas por verdadeiros "régulos" (como registrou um governante, em 1737), em que o governo era distante e não dispunha de força, ao contrário dos habitantes – solidários, organizados e armados.[5]
A produção das minas crescia, ao passo que os tributos enviados à Corte permaneciam estagnados. Em Portugal cobrava-se uma explicação; esta residia no contrabando, que enorme prejuízo causava à fazenda real.[5] Uma das medidas adotadas, em 1719,[nota 1] foi a imposição das casas de fundição segundo a qual ficava proibido a circulação de ouro em pó – devendo todo o minério ser fundido numa daquelas instituições a serem criadas em Vila Rica, Sabará, São João del-Rei e em Vila do Príncipe – lugar em que seria pago o quinto.[3][6] Por esta forma, sairia, dali, o chamado "ouro quintado", o único que poderia circular livremente – ou seja, que seria marcado com o sinete da Coroa, e sobre o qual teria sido pago tributo.[3]
A situação anterior vigente, que as Câmaras de Vereadores aceitavam, era a de uma soma certa e fixa a ser paga ao final de cada ano. O então governador, dom Brás Baltasar da Silveira, insistira em impor o chamado imposto sobre as bateias, que consistia no pagamento por cada minerador de 12 oitavas de ouro (cada oitava equivale a 3,5859 gramas). As Câmaras propuseram que pagariam o tributo nas saídas, com a condição de que o ouro circulasse livremente. Ocorre uma insurreição, que resultou no pagamento pelas Câmaras do pagamento fixo de 30 arrobas; que, entretanto, continuavam a não atender aos anseios da Coroa.[5] A esta taxa fixa de pagamento, era dado o nome de "finta".[3] Essas ordens resultaram na revolta de Pitangui, e deixaram a região em constante estado de descontentamento e de iminente sublevação.[6]
O aspecto econômico falava também aos poderosos da região, cujos interesses estavam em jogo com as mudanças pretendidas pela Coroa, dentre os quais o mais rico deles, de Vila Rica, o mestre de campo Pascoal da Silva Guimarães.[5] O próprio líder dos emboabas, Manuel Nunes Viana, incitava o povo contra a quintagem do ouro.[3]
Antecedentes
Contra aquele estado de coisas, o rei dom João V nomeou dom Pedro Miguel de Almeida Portugal e Vasconcelos, Conde de Assumar, como governador. Sua função incluía aplicar, nas Minas, três disposições que contrariavam os interesses locais:
- Anunciar a instalação, na capitania, de um bispado, objetivando a moralização do clero, que, ali, vivia dissolutamente, praticando desde delitos a desrespeito do celibato, além de envolver-se no tráfico do ouro;[6]
- Aplicação da Carta Régia de 25 de abril de 1720, onde se extinguiam funções, aumentava-se o poder do governador e, ainda, trazia, para as Minas, um contingente de Dragões;[nota 2]
- Imposição do cumprimento da Carta de 1728, que criava as casas de fundição, e que já causara tumultos.[6]
O envio dos soldados era uma precaução contra a exorbitante cobrança imposta, antecipando a Coroa que haveria resistência. O Conde de Assumar já havia despertado a antipatia entre os mineiros e, quando os primeiros militares chegaram em Ribeirão do Carmo, Domingos Rodrigues do Prado liderava, em Pitangui, uma agitação contra o governador.[3]
O transtorno que as casas de fundição iriam provocar (o deslocamento forçado até elas, as despesas com burocracia, a hospedagem, atrasos, etc.) era mais uma dificuldade que o povo não estava disposto a tolerar. Nesse cenário, além de Pitangui, outros povoados se agitaram, e os dragões acabaram por utilizar a repressão violenta. Todavia, a crise se espalhara: estava acesa a chama que eclodiria na Revolta de Filipe dos Santos.[3][6]
Filipe dos Santos
Não há muitas informações sobre Filipe dos Santos Freire. Não se sabe onde nascera, porém a só amizade com o potentado Pascoal da Silva Guimarães faz deduzir fosse também lusitano, como registrou Diogo de Vasconcelos, acentuando ainda que algumas tradições davam-no como "homem de cor",[7] embora a moderna historiografia seja assente que fosse mesmo português.[6] Era uma pessoa pobre, contudo, a quem nada afetaria a taxação excessiva do quinto.[3] Possuía o dom da oratória, sendo muito querido pelo povo.[5]
Conspiração
Os fatos levaram os dois potentados de Vila Rica, Manoel Mosqueira Rosa e seus filhos, e Pascoal da Silva Guimarães, aos quais se juntara o humilde Filipe dos Santos, insuflando com seu verbo ao povo, a combinar uma ação violenta que intimidasse o Ouvidor Martinho Vieira e, por meio deste, demoveriam o Governador de seus intentos – tal como ocorrera ao seu antecessor.[5] Pascoal da Silva tinha outros interesses: além de sua imensa fortuna que incluía ricas lavras de ouro, duas grandes fazendas e mais de dois mil escravos, devia à Coroa cerca de 30 arrobas de ouro. Apesar disto, três dias antes de eclodir o movimento, o filho de Pascoal – João da Silva – escrevera uma carta a Assumar, denunciando a conspiração, mas a única providência então tomada foi a de levar o fato ao conhecimento do Ouvidor.[6]
E foi na noite de São Pedro, quando as fogueiras e o espoucar de fogos típicos da festa ajudariam a ocultar suas movimentações,[6] que, por volta das onze horas da noite, os conspiradores, mascarados, desceram das matas de Ouro Podre,[8] onde Pascoal Guimarães possuía suas lavras e haviam previamente se reunido, tomando as ruas de Vila Rica rumo à casa do Ouvidor aos gritos de "Viva o povo!" – mas Martinho Vieira já tinha se evadido.[5]
Dirigiram-se, então, os revoltosos ao prédio da Câmara, quando Filipe dos Santos assume o comando dos acontecimentos, através da oratória.[5] Os sediciosos, no Paço, elaboram um memorial ao Governador, então ainda em seu palácio em Ribeirão do Carmo. A redação coube ao letrado José Peixoto da Silva, e nela constavam as reivindicações dos mineiros:[6]
- Redução de vários tributos;[6]
- Diminuição das custas processuais;[nota 3][3][6]
- Abolição dos monopólios comerciais do gado, fumo, aguardente e sal;[3]
- Fim das casas de fundição.[3]
Não deporiam as armas, até terem atendidos todos os pleitos. Filipe dos Santos envia ao próprio José Peixoto como seu emissário ao Governador.[5]
As Gerais se levantam
José Peixoto dirige-se a Ribeirão do Carmo (primitivo nome da cidade de Mariana), levando ao Conde o documento dos sediciosos. Vai a galope, gritando por todo o caminho:[3]
- As Gerais estão levantadas!
O Conde, então, compreendeu que a situação chegara ao limite extremo e procurou ganhar tempo. Respondendo que faria as concessões, condicionou, entretanto, que a ordem fosse refeita. Comprometeu-se também a convocar uma Junta Geral para deslindar as questões todas – mas a manobra não foi aceita pelos rebelados.[3] No dia 2 de julho[3] os revoltados partem todos até onde estava o Conde, a passos largos e clamando que o povo tinha de ser atendido.[5] O conde, entretanto, sem prever o desenrolar dos fatos, procurou fortificar-se em sua residência, aquartelando ali os soldados, pois achara prudente não se afastar dali.[3] Pedira reforços ao Rio de Janeiro e,[5] de imediato, ao saber que a multidão partira de Vila Rica, enviou um dos seus tenentes e a Câmara da Vila do Carmo para recebê-la à entrada da cidade.[3]
A turba entra pacificamente na Vila, postando-se na praça diante do palácio do Governador onde, numa das janelas, Assumar fala a todos de modo conciliador e, para decepção dos líderes, é aclamado pela multidão. Novamente é enviado José Peixoto que, na sala de audiências, volta a apresentar as reivindicações por escrito, às quais se somaram o perdão geral, em nome do Rei e outros pedidos menores. A cada item, respondia o Conde: "deferido como pedem".[3]
Peixoto, então, numa das janelas do Paço, anuncia ao povo o alvará concedendo-lhes todos os pleitos, e novamente a multidão explode em aclamação,[3] fazendo-os voltar de onde tinham saído com a convicção de que eram vitoriosos.[5] Imaginando-se livres das interferências da Coroa, das exigências e prerrogativas impostas, partiram triunfalmente em retorno. O Governador, entretanto, agira por astúcia,[5] jamais tencionando cumprir qualquer um daqueles compromissos.[3]
A reação
Tão logo voltaram para suas casas os rebelados, Assumar cuida de organizar sua represália, fazendo reunir os Dragões e também os ricos da cidade, não afeitos aos de Vila Rica, para que pegassem em armas e fornecessem escravos para reforço das tropas,[5] que então chegaram a 1 500 homens.[6]
Ordenou o Conde aos Dragões que prendessem os cabeças do movimento: Pascoal da Silva, Manuel Mosqueira da Rosa, Sebastião da Veiga Cabral e alguns frades.[3]
Antes que a Vila reagisse contra a prisão dos líderes, Assumar penetrou na cidade com todo o seu contingente, surpreendendo-a, em 16 de julho. Filipe dos Santos pregava a revolta diante das portas da igreja de Cachoeira do Campo, quando foi aprisionado e, em Sabará, foi capturado Tomé Afonso Pereira que ali conclamava a reação.[3] Ludibriados, os partidários do levante ainda tentaram alguma represália, mas nada adiantou, com a chegada das tropas de Assumar, lideradas pelo sargento-mor Manuel Gomes da Silva.
O Conde então agiu com vingança e violência, mandando incendiar as casas dos rebelados, o incêndio alastrando-se e destruindo ruas inteiras do arraial que hoje leva o nome de "Morro da Queimada",[8][3][nota 4] que era onde ficava a residência de Pascoal da Silva.[5] Outras ruas também foram consumidas pelo fogo.[6]
Filipe dos Santos, tido por principal líder,[9] foi julgado sumariamente. Segundo a sentença, o réu deveria ser arrastado pelas vias públicas da vila e, posteriormente, esquartejado, tendo suas partes expostas em Cachoeira, onde foi preso, em São Bartolomeu, em Itaubira e em Ribeirão. Além disso, seus bens deveriam ser confiscados à Coroa.[10]
A execução de Filipe dos Santos
Algumas controvérsias existiam sobre como teria sido a execução do líder Filipe dos Santos. Clóvis Moura diz que não há consenso acerca de como lhe foi aplicada a pena capital: se enforcado e depois esquartejado, ou atado em quatro cavalos que, incitados, lhe estraçalharam o corpo.[7] Diogo de Vasconcelos, entretanto, que é usado como principal fonte por Clóvis Moura, tratou esta última versão como um mito:
Outros autores, como Carlos Mota, consignam apenas que foi enforcado e esquartejado,[9] o mesmo ocorrendo com Souto Maior. Pedro Calmon faz a seguinte descrição, sem ser específico:
Mota, contudo, complementa que, após o esquartejamento, teve a cabeça decepada pendurada num poste, e as outras partes de seu corpo expostas ao longo das estradas.[9]
As Consequências
Vencedor, o Conde de Assumar impôs todas as suas vontades: as Câmaras se calaram, o povo ficou submisso enquanto a polícia do governador passava a vigiar todo o distrito, com uma legislação pesada que a todos subjugava.[5] As casas de fundição foram, então, instaladas, passando a funcionar a partir de 1725.[6]
As estradas passaram então a ser ainda mais limitadas para o escoamento do ouro, a fim de se evitar o contrabando e a sonegação. Foi criado um sistema de salvo-conduto, erguidos postos de alfândega e de pedágio nos caminhos que levavam às regiões mineradoras.[9]
Apesar disto, o descontentamento permanecia latente; outras revoltas ocorreram em Brejo do Salgado (1736), Montes Claros (1736), a Conspiração do Curvelo (1775).[6] E, mesmo com o aumento da vigilância, novas formas de contrabando burlavam a fiscalização, incrementando o intercâmbio com a região do Prata.[9]
Ainda se pode apontar como consequência do levante a emancipação da Capitania das Minas do Ouro da de São Paulo;[6] e o fato de ter se registrado que no movimento tenha sido falado em República, fazendo com que a revolta seja considerada uma precursora da Conjuração Mineira de 1789.[3]
Documento
Após os acontecimentos, o Conde de Assumar registrou:
Análises
Segundo Lúcio dos Santos "...bem pesadas as coisas, não era de caráter genuinamente popular a revolta de 1720. Na realidade, porém, já se ia gradativamente formando e afirmando a consciência da nova nacionalidade, de modo a surgirem resistências abertas aos excessos do poder."[13]
Silva e Bastos dão-no como de amplitude meramente local, e que não buscou contestar a dominação portuguesa, mas somente contra os seus abusos, sem qualquer intenção emancipacionista.[14]
Impacto cultural
A poetisa Cecília Meireles deixou, no seu Romanceiro da Inconfidência, um canto onde lamenta a destruição e perseguição do Conde de Assumar a Filipe dos Santos e os outros revoltosos; ali seus versos retratam um algoz cruel – "Dizem que o Conde se ria! / mas quem ri, chora também", pois que abusara do poder, e traíra sua própria palavra.
Também Carlos Drummond de Andrade consignou sobre o mesmo lugar que "[As ruínas do Morro da Queimada] são ásperas, cruéis, e se não vem seguramente daquele dia de julho de 1720, em que a soldadesca de Conde de Assumar ateou fogo no arraial de Ouro Podre".[15]
Ver também
- Conjuração Baiana
- Inconfidência Mineira
- Lutas e revoluções no Brasil
- Parque Arqueológico Morro da Queimada
Notas
- ↑ Conquanto Aquino informe haver sido uma lei de 1718, Souto Maior informa com precisão que a instituição do Quinto decorreu da carta-régia de 11 de fevereiro de 1719.
- ↑ Aquino, op. cit., e também Souto Maior, id., referem-se a "Dragões de Cavalaria". Entretanto, os Dragões somente integraram, em Portugal, a cavalaria quando da reforma militar de 1742 – daí não seguir-se, aqui, ao que diziam as fontes.
- ↑ As custas processuias das chamadas regiões mineradoras eram, de ordinário, bastante superiores daquelas onde não ocorria a atividade extrativa[3][6].
- ↑ Pedro Calmon dá o nome do lugar como Morro da Queimada, op. cit. – embora Aquino consigne Morro dos Queimados. Como se poderá ver adiante sobre o Parque Arquelógico criado em 2005, seguiu-se a denominação usada pelo primeiro.
Referências
- ↑ «Revolta de Vila Rica de 1720». Historia.net. Consultado em 30 de setembro de 2014
- ↑ ab Silva, Francisco de Assis; Bastos, Pedro Ivo de Assis. «Os Principais Movimentos Nativistas». In: Editora Moderna. História do Brasil: Colônia, Império e República. 1976. São Paulo: [s.n.] pp. 240 ilustrada
- ↑ ab c d e f g h i j k l m n o p q r s t u v w x y z Maior, A. Souto. «X - O sentimento nativista: a revolta de Vila Rica. Filipe dos Santos». In: Cia. Editora Nacional. História do Brasil. 1968 6ª ed. São Paulo: [s.n.] pp. 196–198
- ↑ Anastasia, Carla Maria Junho (1998). Vassalos Rebeldes: Violência Coletiva Nas Minas Na Primeira Metade Do Século Xviii. BH: Editora C/Arte. 200 páginas
- ↑ ab c d e f g h i j k l m n o p q r Calmon, Pedro. «As Agitações Nativistas: Nas Minas». In: Cia. Editora Nacional. História da Civilização Brasileira. 1939 3ª ed. São Paulo: [s.n.] pp. 164–67
- ↑ ab c d e f g h i j k l m n o p q Aquino, Rubim Santos Leão de. «Rebeliões, guerras internas e repressão». In: Editora Record. Sociedade Brasileira: Uma História Através dos Movimentos Sociais (vol.1). 1999 2ª ed. São Paulo: [s.n.] pp. 318–22. ISBN 9788501056740 599 pp.
- ↑ ab Moura, Clóvis. «verbete: Filipe dos Santos». In: EdUsp. Dicionário da Escravidão Negra no Brasil. 2004. [S.l.: s.n.] p. 373. ISBN 9788531408120 434
- ↑ ab «Histórico | Morro da Queimada». morrodaqueimada.fiocruz.br. Consultado em 18 de março de 2021
- ↑ ab c d e MOTA, Carlos Guilhere. «Na Rota das Inconfidências: A Revolta de Filipe dos Santos». História do Brasil: Uma Interpretação. [S.l.: s.n.] pp. 196–97
- ↑ «Sentença condenando à morte Filipe dos Santos, 1720 | Impressões Rebeldes». www.historia.uff.br. Consultado em 2 de fevereiro de 2021
- ↑ de Vasconcelos, Diogo. Imprensa Nacional, ed. História Antiga de Minas Gerais. 1948. Rio de Janeiro: [s.n.] pp. 201–2
- ↑ de MELLO E SOUZA, Laura. Fundação João Pinheiro, ed. Discurso histórico e político sobre a sublevação que nas Minas houve no ano de 1720. 1995. Belo Horizonte: [s.n.] pp. 84, 85
- ↑ In: História do Brasil. SILVA, Francisco de Assis; BASTOS, Pedro Ivo de Assis. op cit.
- ↑ SILVA, Francisco de Assis; BASTOS, Pedro Ivo de Assis. (1988). Editora Moderna, ed. História do Brasil: Colônia, Império e República 2ª ed. São Paulo: [s.n.] pp. 94–95
- ↑ CDA. «Memória e História». Consultado em 15 de junho de 2010
Fonte: Revolta de Vila Rica – Wikipédia, a enciclopédia livre (wikipedia.org)
https://youtu.be/E0ur4xxA48I?si=dRAivQSGZ0MZRfFD
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01 outubro 2018
Legenda: Casal de idosos rodeados por netos na comunidade tribal de Banjara, próxima à cidade indiana de Hyderabad, em 1981. Foto: ONU/John Isaac
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