Hoje, domingo 20/10/2024, a partir das 19:00 no canal Professor Ivan Luiz de Maricá - You tube.
O que nos interessa são as boas notícias, são os fatos sem fakes, sem incendiários, sem negacionistas, sem terraplanistas e sem golpistas, estávamos com muitas saudades das boas notícias. Pelo fim do ódio e da mentira.. Viva Presidente Lula!
O dia 5 de outubro foi proclamado pela UNESCO como Dia Mundial dos Professores em 1994,[1] para celebrar a aprovação, em 5 de outubro de 1966, a Recomendação da UNESCO / OIT sobre o Estatuto dos Professores, em cooperação com OIT, numa conferência intergovernamental especial convocada pela UNESCO e realizada em Paris.[2]
No dia 5 de outubro celebra-se também a adoção, pela Conferência Geral da UNESCO, em 1997, da Recomendação da UNESCO sobre o Estatuto do Pessoal Docente do Ensino Superior.[3]
Em alguns países há um dia especial para os professores. Em alguns deles é feriado enquanto em outros são realizadas apenas comemorações em dias úteis.
Inspirado por um professor paulista, no Brasil o Dia do Professor é comemorado em 15 de outubro.
No dia 15 de outubro de 1827, Pedro I, Imperador do Brasil
baixou um Decreto Imperial que criou o Ensino Elementar no Brasil. Pelo decreto, "todas as cidades, vilas e lugarejos tivessem suas escolas de primeiras letras". Esse decreto falava de bastante coisa: descentralização do ensino, o salário dos professores, as matérias básicas que todos os alunos deveriam aprender e até como os professores deveriam ser contratados. A ideia, inovadora e revolucionária, teria sido ótima - caso tivesse sido cumprida.[4]
Mas foi somente em 1947, 120 anos após o referido decreto, que ocorreu a primeira homenagem e comemoração de um dia efetivamente dedicado ao professor. Começou em São Paulo, em uma pequena escola no número 1520 da Rua Augusta, onde existia o Ginásio Caetano de Campos,[5] conhecido como "Caetaninho". O longo período letivo do segundo semestre ia de 1 de junho a 15 de dezembro, com apenas dez dias de férias em todo este período. Quatro professores tiveram a ideia de organizar um dia de parada para se evitar a estafa e de congraçamento e troca de ideias com os pais. O principal, entretanto, era a análise conjunta do conteúdo do aprendizado e de rumos no ensino para o restante do ano.
O professor Salomão Becker,[6] ainda no primeiro semestre deste ano de 1947, sugeriu que o encontro se chamasse "Dia do Professor" e se desse no dia de 15 de outubro, data em que, na sua cidade natal, Piracicaba, professores e alunos traziam doces de casa para uma pequena confraternização. A sugestão foi aceita e a comemoração teve presença maciça - inclusive dos pais.[7] O discurso do professor Becker, além de ratificar a ideia de se manter na data um encontro anual, trazia a essência daquele encontro. Disse ele: "Professor é profissão. Educador é missão", "Em Educação, não avançar já é retroceder". "Professor, a profissão que dá origem a todas as outras".[8] Com a participação dos professores Alfredo Gomes, Antônio Pereira e Claudino Busko, a ideia estava lançada.
A comemoração - que se mostrou um sucesso - espalhou-se pela cidade e pelo país a partir daí. No ano seguinte, 1948, na Capital de São Paulo, dezenas de escolas já celebravam a data.[9] Os Estados de São Paulo e Santa Catarina foram os primeiros a oficializar a data como feriado escolar,[10] seguidos depois por vários outros. No Brasil, a data se torna oficial nacionalmente como feriado escolar pelo Decreto Federal 52 682,[11] de 14 de outubro de 1963. O Decreto definia a essência e razão do feriado, como idealizado 16 anos antes: "Para comemorar condignamente o Dia do Professor, os estabelecimentos de ensino farão promover solenidades, em que se enalteça a função do mestre na sociedade moderna, fazendo participar os alunos e as famílias".
No Brasil, o Dia do Professor é comemorado em 15 de outubro.
No dia 15 de outubro de 1827, Dom Pedro I, Imperador do Brasil sancionou a lei que criou o Ensino Elementar no Brasil, estabelecendo que "todas as cidades, vilas e lugarejos tivessem suas escolas de primeiras letras".[12]
Antonieta de Barros, primeira mulher negra eleita no Brasil e criadora da primeira lei que instituiu o dia do professor no Brasil.A jornalista, professora e política brasileira Antonieta de Barros, a primeira negra brasileira a assumir um mandato popular, foi deputada estadual em duas legislaturas de Santa Catarina. Antonieta, que foi pioneira e inspiração para o movimento negro, além de ter contribuído no parlamento, na imprensa e no magistério, foi uma ativa defensora da emancipação feminina, de uma educação de qualidade para todos e pelo reconhecimento da cultura negra, em especial no sul do Brasil. Em sua segunda passagem pelo parlamento, criou a Lei Nº 145, de 12 de outubro de 1948, que instituiu o dia do professor e o feriado escolar em 15 de outubro. Apesar de ter âmbito estadual, essa foi primeira lei que associa a data ao dia do professor.[13]
Ele não é um feriado na Índia. É considerado um "dia comemorativo", onde professores e estudantes vão para as escolas como de costume, mas as atividades habituais e de classe são substituídas por atividades de celebração, agradecimentos e recordações. Em algumas escolas neste dia, a responsabilidade de ensinar é deixada por conta dos alunos das séries mais avançadas como uma avaliação por seus professores.
Tradicionalmente, as pessoas na Índia têm tido grande respeito e estima pelos professores. Um antigo ditado indiano (geralmente ensinado para as crianças), coloca o professor em terceiro lugar: "Maata, Pitha, Guru, Daivam", significando a mãe, o pai e o professor é Deus. Há um outro ditado na forma de uma parelha de versos (doha), que diz, "Guru Govind doou khare kake lagon paai? Balihari guru aap ki Govind deeo batai," significando "Eu estou em dificuldade de saber quem saudar primeiro: o professor ou o Deus. Eu escolherei o professor porque ele é um instrumento da sabedoria de meu Deus". Ainda, um ponto central na escritura Hindu mostra "Guru Bramha, Guru Vishnu, Guru devo Maheshwaraha - Gurusakshath parabramha tasmai shree gurve namaha", que se traduz como "O professor é a santíssima trindade. O professor é a manifestação do próprio senhor".
16 de maio é o Dia do Professor (malaio: Hari Guru) na Malásia.
O Dia do Professor (em turco: Öğretmenler Günü) é comemorado em 24 de novembro na Turquia. O dia 24 de novembro foi dedicado aos professores por Kemal Atatürk. Atatürk achou e declarou que aquela nova geração seria criada por professores. (turco: "Öğretmenler yeni nesil sizin eseriniz olacaktır." - M. Kemal Atatürk)
O Dia do Professor comemorado em dias úteis
Na Albânia, o Dia do Professor é um feriado não oficial em 7 de março, um dia antes do Dia das Mães (8 de março).
O Dia do Professor foi primeiramente instituído na Universidade Central Nacional em 1931. Foi adotado pelo governo central de Taiwan em 1932 e em 1939 o dia foi transferido para 28 de setembro, que é o dia do aniversário de Confúcio. Foi extinto pelo governo da República Popular da China em 1951 e restabelecido em 1985 sendo que o dia foi novamente mudado para 10 de setembro. Atualmente mais e mais pessoas estão fazendo esforços para retornar o Dia do Professor para o dia de nascimento de Confúcio.
Na República Tcheca, o Dia do Professor (Den učitelů) é um feriado não oficial, comemorado em 28 de março, aniversário de Jan Ámos Komenský (Comenius). As crianças levam flores para seus professores. Representantes do governo utilizam este dia para demonstrar agradecimento a esta profissão e premiar os melhores professores.
O Dia do Professor no Irã é comemorado em 2 de maio (Ordi, behesht 12, no calendário iraniano).
O Dia Internacional do Professor na América Latina é 11 de setembro, em memória ao dia da morte de Domingo Faustino Sarmiento, um político argentino e pedagogo respeitado. Esta data foi estabelecida na Conferência Interamericana sobre Educação de 1943, no Panamá.
Muitos países latino-americanos, porém, têm uma data separada para comemorar o Dia do Professor de acordo com acontecimentos de sua própria história. No Brasil, o Dia do Professor é 15 de outubro. No México, em setembro de 1917, o Congresso Federal decretou o dia 15 de maio como Dia do Professor (Día del Maestro). No Peru, o Dia do Professor é comemorado em 6 de julho.
Polônia
Na Polônia o Dia do Professor (Dzień Nauczyciela), ou Dia da Educação Nacional (Dzień Edukacji Narodowej) é 14 de outubro. Nesse dia a Komisja Edukacji Narodowej (Comissão de Educação Nacional) foi criada em 1773.
Rússia
Na Rússia o Dia do Professor é 5 de outubro. Antes de 1994, esse dia era comemorado no primeiro domingo de outubro.
Singapura
Em Singapura, o Dia do Professor é um feriado oficial escolar, comemorado em 1 de setembro. As comemorações são geralmente realizadas no dia anterior, quando os estudantes têm metade do dia livre.
Eslováquia
Na Eslováquia, o Dia do Professor (Deň učiteľov) é um feriado não oficial, comemorado em 28 de março, aniversário de Jan Ámos Komenský (Comenius).
Coreia do Sul
Na Coreia do Sul o Dia do Professor (스승의 날) é 15 de maio. Nesse dia, os professores são geralmente presenteados com cravos por seus alunos e ambos desfrutam de um dia escolar mais curto. Ex-estudantes prestam seus respeitos aos seus antigos professores visitando-os e oferecendo-lhes presentes. Atualmente muitas escolas por todo o país suspendem suas aulas para comemorarem esta data.
Taiwan
Na República da China (Taiwan) é comemorado em 28 de setembro. O dia presta homenagem às virtudes, às dificuldades dos professores e também as suas contribuições não apenas em relação aos seus próprios alunos, mas também para com toda a sociedade. As pessoas geralmente aproveitam o dia para expressar sua gratidão aos seus professores, tais como lhes fazendo uma visita ou enviando-lhes um cartão. Esta data foi escolhida por comemorar o nascimento de Confúcio, que se acredita ter sido o modelo de mestre e educador da antiga China.
Em 1939, o Ministério da Educação estabeleceu que o feriado nacional seria em 27 de agosto, atribuído ao dia de nascimento de Confúcio. Em 1952, o governo o mudou para setembro, alegando ser esta a data correta pelo Calendário gregoriano.
O festival comemorativo acontece nos templos de Confúcio espalhados por toda a ilha, conhecido como a "Grande Cerimônia Dedicada a Confúcio" (祭孔大典). A cerimônia acontece às seis horas da manhã com batida de tambores. 54 músicos vestindo roupões com cintos azuis, 36 (ou 64) dançarinos vestidos de amarelo com cintos verdes. Eles são conduzidos pelo chefe descendente de Confúcio (atualmente Kung Te-cheng) e acompanhado por oficiais do cerimonial. Três animais -- a vaca, a cabra, e o porco -- são sacrificados. A pelagem retirada desses animais sacrificados é chamada de Cabelos da Sabedoria.
Além disso, institutos locais de educação e órgãos civis oferecem prêmios a determinados professores por suas influências excelentes e positivas.
Tailândia
16 de janeiro foi adotado como o Dia do Professor na Tailândia por uma resolução do governo em 21 de novembro de 1956. O primeiro Dia do Professor aconteceu em 1957.
Estados Unidos
Nos Estados Unidos, o Dia do Professor é um feriado não oficial na terça-feira da primeira semana de maio.
A Associação de Educação Nacional (National Education Association) descreve o Dia Nacional do Professor como "um dia para homenagear os professores e reconhecer todas as contribuições duradouras que eles realizam em nossas vidas".
A Associação apresenta uma história do Dia Nacional do Professor: A origem do Dia do Professor não é precisa. Por volta de 1944 um professor de Arkansas Mattye Whyte Woodridge começou a se corresponder com líderes políticos e educacionais sobre a necessidade de se ter um dia nacional para homenagear os professores. Woodbridge escreveu para Eleanor Roosevelt que em 1953 convenceu o Congresso dos Estados Unidos a proclamar o Dia Nacional do Professor.
A Associação juntamente com seus estados afiliados Kansas e Indiana e Dodge City (Kansas) pressionaram o Congresso para criar um dia nacional para os professores. O Congresso declarou 7 de março de 1980, como o Dia Nacional do professor apenas para aquele ano.
A Associação de Educação Nacional e seus afiliados continuaram a comemorar o Dia do Professor na primeira terça-feira de março até 1985, quando a Associação Nacional de Pais e Professores estipulou a Semana de Avaliação do Professor na primeira semana de maio. A Assembleia Representativa da Associação de Educação Nacional então votou para que se fizesse na terça-feira daquela semana o Dia Nacional do Professor.
A partir de 7 de setembro de 1976, foi adotado o Dia do Professor em 11 de setembro no estado de Massachusetts.
Vietnã
No Vietnã, o Ngày nhà giáo Việt Nam (Dia do Educador Vietnamita) cai em 20 de novembro. Naquele dia, os estudantes têm o dia livre, mas se espera que eles visitem seus atuais e antigos professores em suas casas e lhes levem flores para demonstrar sua consideração.
Referências
↑ «World teachers day». UNESCO. Consultado em 15 de outubro de 2018
↑ «Recomendação da UNESCO/OIT sobre o Estatuto dos Professores». UNESCO. Consultado em 15 de outubro de 2018
↑ «Recomendação da UNESCO sobre o Estatuto do Pessoal Docente do Ensino Superior». UNESCO. Consultado em 15 de outubro de 2018
↑ «A lei de 15 de outubro de 1827». DireitoNet. Consultado em 23 de novembro de 2021
↑ «| CAETANO DE CAMPOS». www.caetanodecampos.com.br. Consultado em 23 de novembro de 2021
↑ «A história de Salomão Becker, o criador do Dia do Professor». Secretaria da Educação do Estado de São Paulo. 15 de outubro de 2019. Consultado em 23 de novembro de 2021
↑ «educador - Ministério da Educação». portal.mec.gov.br. Consultado em 23 de novembro de 2021
↑ «APEOESP - 'Para meu pai, educação não avançar já era retroceder', diz filho do criador do Dia do Professor». www.apeoesp.org.br. Consultado em 23 de novembro de 2021
↑ «15 de outubro - Dia do Professor». Mundo Educação. Consultado em 23 de novembro de 2021
↑ «Lei n° 174, de 13/10/1948». www.al.sp.gov.br. Consultado em 23 de novembro de 2021
↑ «D52682». www.planalto.gov.br. Consultado em 23 de novembro de 2021
↑ «LEI DE 15 DE OUTUBRO DE 1827 - Publicação Original - Portal Câmara dos Deputados». www2.camara.leg.br. Consultado em 9 de outubro de 2018
↑ Fernanda da Escóssia (ed.). «A filha de ex-escrava que virou deputada e inspira o movimento negro no Brasil». BBC Brasil. Consultado em 15 de outubro de 2021
↑ LEI Nº 145, DE 12 DE OUTUBRO DE 1948 (14 de outubro de 1948). «LEI Nº 145, DE 12 DE OUTUBRO DE 1948 - Dia do Professor». Assembleia Legislativa de Santa Catarina - SC. Consultado em 15 de outubro de 2020
Destaque para 18/10 - Chiquinha Gonzaga
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Chiquinha nasceu no Rio de Janeiro, em 1847. Era filha de José Basileu Neves Gonzaga (1817 - 1891), então major do Exército Imperial Brasileiro, e de Rosa de Lima Maria[3] [4] - esta, filha de Tomásia, uma mulher preta escravizada.[5][6][7] Ainda muito nova, Rosa começou a se relacionar com José Basileu, proveniente de uma ilustre e rica família. Ela engravidou de Basileu pela primeira vez aos 15 anos e aos 16 já era mãe de Mamede. Basileu reconhecia os filhos apenas durante ou depois do batismo. Em seguida nasceria Joana.[8][9]
Chiquinha, além dos dois irmãos mais velhos, tinha também mais quatro irmãos mais novos: Juca (José Basileu Filho), com nove anos, José Carlos, com dois anos, e o recém-nascido Feliciano. Os irmãos Mamede e Joana, nascidos antes, e Tomásia, nascida em 1853, parecem não ter vingado, pois não se tem mais notícias deles nas memórias da família. O casal ainda teria mais tarde Rosa, Joana e Nicolau Tolentino.[8]
Figuras ilustres do Império pertenciam à família de origem de José Basileu. Seu pai, Feliciano José Neves Gonzaga, se casou com Joana Perpétua da Costa Barros, de alta linhagem, em 1814, Joana era prima de Joana Maria da Fonseca Costa, avó de Luís Alves de Lima e Silva, Duque de Caxias, e irmã de Maria Balbina da Costa Barros, de quem descendiam Manuel Antônio da Fonseca Costa, Marquês da Gávea, e João de Sousa da Fonseca Costa, Visconde da Penha.[6]:p.21 [8]
Fonte: Chiquinha Gonzaga – Wikipédia, a enciclopédia livre (wikipedia.org)
Qual a razão da busca desse conhecimento?
Identificamos que o Povo Brasileiro não precisa sofrer, porque foi apontado a origem do seu sofrimento e agora mais uma vez a Nação Brasileira (que ainda não nasceu) poderá ficar liberta do sofrimento não dando espaço para os que se posicionam contra a obra do grande arquiteto com o propósito de impedir a evolução no planeta Terra.
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Incendiários criminosos
Araquém Alcântara não escolheria um lugar qualquer para morar em São Paulo. O mais importante fotógrafo de natureza do Brasil, que já percorreu o país inteiro registrando a nossa gente e os nossos biomas, reside próximo ao Parque Burle Marx, um oásis verde na capital paulista.
Lá, o catarinense, que cresceu em Santos, guiou a reportagem de VEJA SÃO PAULO por uma curta trilha por dentro da vegetação. No dia 13 de novembro, ele inaugura a nova galeria do Senac Santo Amaro com uma retrospectiva, e prepara o lançamento de quatro livros para 2025, incluindo um sobre queimadas e secas, com cenas de terror registradas nos últimos meses na Amazônia e no Pantanal. Com 54 anos de carreira e mais de sessenta livros publicados, o andarilho conta no papo a seguir o que viu e o que ainda quer ver no seu país.
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Obrigado Nordestino pelo livramento!
Após o primeiro turno das eleições municipais, 52 cidades brasileiras vão conhecer os seus próximos prefeitos apenas no dia 27 de outubro, quando ocorre o segundo turno. Entre elas estão 15 capitais.
Rumo às vitórias no 2º turno eleições municipais
O PT vai disputar o segundo turno em quatro capitais: Porto Alegre, Fortaleza, Natal e Cuiabá. A etapa final da eleição vai acontecer no dia 26 de outubro.A deputada federal Maria do Rosário (PT) e o outro foram os mais votados neste domingo e vão disputar o segundo turno pela prefeitura da capital gaúcha no próximo dia 26.
A deputada federal Natalia Bonavides (PT) foi para o segundo turno em Natal.
Na maior capital do Nordeste, em Fortaleza, o deputado estadual Evandro Leitão (PT) vai disputar o segundo turno.
Em Cuiabá, o deputado estadual Lúdio Cabral (PT) enfrentará com grande garra seu adversário.
Transmissão fraterna pela Rádio e TV RepensarNatália Bonavides nossa Prefeita em Natal!
PT avança para o segundo turno em quatro capitais: eleições finais agitadas.
O PT surpreende ao se classificar para o segundo turno em quatro capitais brasileiras.
As eleições finais estão marcadas para 26 de outubro, prometendo disputas acirradas.PT vai disputar segundo turno em quatro capitais Maria do Rosário, Evandro Leitão, Lúdio Cabral e Natalia Bonavides são os petistas que conquistaram vaga na segunda fase da campanha municipal em capitais.O PT vai disputar o segundo turno em quatro capitais: Porto Alegre, Fortaleza, Natal e Cuiabá. A etapa final da eleição vai acontecer no dia 26 de outubro.
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Vencer no RS com Maria do Rosário
é fundamental para o Brasil e para nós.
Maria do Rosário Nunes (Veranópolis, 22 de novembro de 1966) é uma professora e política brasileira, atualmente deputada federal pelo Rio Grande do Sul, filiada ao Partido dos Trabalhadores e que é reconhecida pelo seu trabalho como defensora dos direitos humanos.[2]
Exerceu de 1º de janeiro de 2011[3] até 1º de abril de 2014[4] o cargo de Ministra da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República e, atualmente, ocupa uma cadeira na Câmara Federal. Em 2014, foi aprovada para o curso de doutorado em ciência política na UFRGS.[5]
Clique no link e conheça um pouco mais Maria do Rosário
Biografia
Formação
Carreira política
Secretaria de Direitos Humanos
Processo contra Jair Bolsonaro
CPI da Petrobras
Blitz da Lei Seca
Operação Lava Jato
Desempenho nas eleições segundo a vontade dos eleitores gaúchos para Maria do Rosário e agora para recuperar Porto Alegre o Povo, com certeza, vai eleger Maria do Rosário PREFEITA e não pré-feita como alguns por aí.
Fenômeno Lula
O governo Lula anunciou, nesta quinta-feira (17), novos investimentos na ordem de R$ 1,2 bilhão para a educação básica da Bahia. 🚩📍 Contidos no Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), os recursos vão beneficiar mais de 400 mil estudantes no estado, por meio da expansão do programa Pé-de-Meia, da aquisição de 244 ônibus escolares e da construção de 94 creches, 62 escolas de tempo integral e oito institutos federais. “Pé-de-Meia é uma revolução na educação brasileira”, elogiou o presidente. Saiba mais no site do PT ➡ https://bit.ly/3zYNRGJ
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Maria do Rosário Nunes (Veranópolis, 22 de novembro de 1966) é uma professora e política brasileira, atualmente deputada federal pelo Rio Grande do Sul, filiada ao Partido dos Trabalhadores e que é reconhecida pelo seu trabalho como defensora dos direitos humanos.[2]
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URGENTE!! PF VAI PRA CIMA DE NIKOLAS E CONVOCA DEPOIMENTO PRA CASSAÇÃO!!! |
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Ação contra Dalangnol fazer piada e elogiar Ellon Musk de burlar justiça sobre bloqueio do X, usando subterfúgios, na Assessoria Criminal da PGR, com Paulo Gonet |
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Intervalo de 22 a 28 de Outubro Dia 22 | Dia 23 | Dia 24 | Dia 25 | Dia 26 | Dia 27 | Dia 28 | Maria Bicalho | Hermano Filho Ricardo Saraiva Rosalina Cândido Célia Silva Pan Ling Juca Chaves Pão de Açucar Luciana Santos Rolando Boldrin Notícias Relevantes 519/45/2022 NRDC 577/46/2022 Nely Barros | Ida Mendonça Regina Souza AldaFigueira Igor Ribeiro Pelé Aviador Ernane Avelino Letícia Lopes | Mulheres Islândia Zeno Bandeira Ziraldo João Martins Rubem Oliveira | Roberto Menescal Geraldo Filme Notícias Relevantes 520/46/2022 Leila Pereira | Rosangela Souza Sérgio Barreiros Ocimar Santos Esperança Monteiro Milton Nascimento José Coelho | Linda Oliveira Louise Valente Simone Teixeira Ronaldo Boscoli Notícias Relevantes 521/47/2022 Presidente Lula Fábinho Maricá | Adilson Ferreira Carlos Paar Marlene Pereira Larissa Vieira Isabela Oliveira Aylton Azevedo Servidor Público Garrincha Fabinho Maricá Zélia Duncan Capiba Juca Chaves Noticias Petroleiras 465/43/2021 Em 22/10 estão em plena festa, | Destaque para Juca Chaves | ------------------------------- Jurandyr Czaczkes Chaves, mais conhecido como Juca Chaves (Rio de Janeiro, 22 de outubro de 1938), é um compositor, músico e humorista brasileiro. Filho de um judeu austríaco chamado Josef Czaczkes, que abrasileirou seu nome acrescentando o sobrenome Chaves e de Clarita Wainstein, filha de um judeu lituano. Com formação em música erudita, começou a compor ainda na infância. Iniciou sua carreira no fim da década de 1950, tocando modinhas e trovas num estilo suave. Nos anos 60, montou um circo nas proximidades da Lagoa Rodrigo de Freitas, do Corte de Cantagalo. Ali apresentou seu show Menestrel Maldito. Conforme o próprio Juca, o nome do circo era uma sigla: S de [snob], D de [divino Dener], R de [ralé], U de [uanderful], W de [water-closet], S de [Sdruws mesmo]. O humorista costumava contar a seguinte história sobre o Sdruws, perto do qual ficava uma favela. Juca convidara para o circo políticos, empresários e também pessoal da alta-sociedade carioca, e antes da primeira apresentação resolveu reunir os líderes da favela para lhes falar com franqueza, indo direto ao assunto: [Vim aqui para saber como vai ficar o negócio do roubo!] - Uma mulher baixinha, morena, (líder da favela), foi logo respondendo com firmeza: [Olha aqui seu Juca, nós entendemos a sua preocupação e lhe agradecemos pela sinceridade, mas pode o senhor ficar tranquilo, porque a nossa comunidade já se garantiu, e pediu proteção à polícia!]. Juca foi um crítico do Regime Militar, da grande imprensa e do próprio mercado fonográfico. Chegou a ser exilado em Portugal na década de 1970 mas, ao incomodar o regime então ditatorial desse país com suas sátiras que então ganhavam espaço nas rádios e televisão locais, transferiu-se para a Itália. De volta ao Brasil, apresentou programas de televisão. Na década de 1980, lançou sua gravadora independente, a Sdruws Records. Um de seus bordões mais conhecidos é: [Vá ao meu show e ajude o Juquinha a comprar o seu caviar], seguido de sua risada característica. Dentre suas canções mais conhecidas estão [Caixinha, Obrigado], [A Cúmplice], [Menina], [Que Saudade], [Por Quem Sonha Ana Maria] (interpretada no filme Marido de Mulher Boa de 1960) e [Presidente Bossa Nova]. Em 2003, outro sucesso de Juca Chaves nos anos 70 - a canção [Take me Back to Piauí] - foi editado na coletânea [Brazilian Beats Volume 4] da gravadora britânica Mr. Bongo, especializada em música popular brasileira. Juca Chaves tem duas filhas adotadas e reside na Bahia. Também é conhecido por ser um fanático torcedor do São Paulo Futebol Clube. Em 2006, lançou-se candidato a senador na Bahia pelo PSDC, ficando em 4º lugar, com 19 603 votos (0,35% do total). Suas propagandas em formato de poesias distinguiam-no dos demais candidatos Destaque para o Pão de Açucar ----------------------------------- Destaque para Luciana Santos - Jd Gramacho - Caxias RJ ---------------------------------------------------------------- Destaque para Rolando Boldrin ---------------------------------- Compositor. Cantor. Instrumentista. Ator. Aprendeu a tocar viola com sete anos. Aos 12 anos, formou uma dupla com um de seus irmãos, Boy e Formiga. Fizeram apresentações na Rádio de sua cidade. Em 1953, mudou-se para São Paulo a fim de tentar a carreira artística. Trabalhou como sapateiro, frentista, carregador e garçom. ou |
3. Em 20/10/2024
Quando perguntavam o porquê de tantos comentários, as vozes mais precavidas diziam que era apenas “o ronco da abelha”, nome por qual acabou ficando conhecido o movimento.
Resumo
O Ronco da Abelha: resistência popular e conflito na consolidação do Estado nacional, 1851 - 1852
Se o estopim da revolta do Ronco da Abelha foi a promulgação de duas leis que interfeririam no ordenamento costumeiro daquela sociedade, ameaçando, segundo acreditavam, sua condição de homens livres ou libertos, vemos que “A pulsão do Estado para extrair recursos, recrutar homens, estabelecer metas, criar iniciativas, homogeneizar padrões de medida, impor línguas e religiões, ordenar a vida coletiva, não se exerce sobre matéria passiva ou tábula rasa. Antes atua em sinergia com uma ordem material e com conflitos de interesses que moldam sua historicidade. Conflitos, oposições, revoluções, identidades alternativas são parte desta história, como o são também a penosa construção de consensos e conciliações”.
Os fatores compreensivos
“Ronco da abelha” ou “guerra dos marimbondos” identificam os movimentos armados contra aquelas resoluções do governo imperial. Mário Mello, em artigo de 1920, chama os eventos ocorridos em Pernambuco de ‘guerra dos marimbondos´, enquanto na Paraíba teria ocorrido o ‘ronco da abelha’’. Guillermo Palacios também trabalha com essa diferenciação, estudando mais a fundo a ´guerra dos marimbondos´ pernambucana.
De acordo com o ministro da Justiça, Eusébio de Queirós, e segundo os poucos estudos disponíveis6, as revoltas tiveram maior alcance em Pernambuco. No dia 1º de janeiro de 1852, homens, mulheres e meninos armados cercaram a igreja matriz de Pau D`Alho, sob a liderança de João dos Remédios. Seria um benzedor? Um homem das ervas? Nada nos é dito. João dos Remédios teria comandado, inicialmente, cerca de mil pessoas, tendo o grupo em Pau D`Alho chegado, no final do movimento, a quatro mil pessoas. Ao perceberem que não teriam chance de vitória, as autoridades locais mandaram aviso ao governo da província e se retiraram - inclusive um destacamento de 18 praças.
Aparentemente, houve um roteiro de ação semelhante nas diversas localidades: homens e mulheres invadiam as igrejas, rasgavam os editais afixados, intimidavam os juízes de paz e as autoridades policiais para não executá-los, atacavam os engenhos, ocorrendo, em alguns locais, confrontos com a força pública.
O fato de que leis como a ordenação de um censo e de um registro civil provocasse tão ampla revolta, parece muito revelador das dinâmicas da sociedade imperial de meados do século XIX. Segundo um ofício do Juiz Municipal do Termo de Igaraçu, da Província de Pernambuco, encaminhado em 7 de janeiro de 1852 ao Chefe de Polícia da mesma Província, dando notícia dos acontecimentos, a população acreditava que aqueles decretos fossem para “reduzir à escravidão a gente de cor”.
A motivação era séria: para aqueles homens pobres, tratava-se de evitar a todo custo a escravidão. Para compreender os profundos temores vividos por aquelas pessoas e como condições aparentemente tão diferentes, como a da escravidão ou a da liberdade, podiam parecer tão próximas, é preciso afinar o olhar para saber como era o cotidiano dos homens livres pobres e dos libertos em meados do século XIX no Brasil.
A pedra de toque estava no fato de que o censo previa a regularização do registro civil. Segundo a prática tradicional, os nascimentos, casamentos e óbitos eram registrados nos livros eclesiásticos, em volumes distintos, de acordo com a condição escrava ou livre do indivíduo.
No novo sistema, o juiz de paz seria o responsável pelos registros e não haveria mais a separação pelos livros entre escravos e livres. Em época de crise de mão-de-obra, de fim do tráfico de escravos, ser registrado como negro era visto como altamente arriscado.
E o interessante está em perceber que no calor dos acontecimentos, ou seja, em seguida à aprovação da lei proibindo o tráfico, a população já previa o deslocamento de mão-de-obra interprovincial, e corriam então boatos de que “o sul quer[ia] escravizar os filhos do norte”.
Os movimentos ocorridos em 1851 e 1852 sugerem uma das questões centrais no cotidiano das populações livres pobres no Império: a vivência da instabilidade. Analisando o sertão mineiro, Judy A. Bieber Freitas encontrou mais de 50 diferentes denúncias de escravidão ilegal de livres entre 1850 e 1860. O fim do tráfico atlântico em 1850 potencializou esse processo, que só alcançaria maior controle com a lei de 1871, que impunha a matrícula obrigatória.
Parte dos estudiosos que se dedicou ao assunto entendeu que, para além da reação contra os dois decretos, podia-se ver nos movimentos do Ronco da Abelha um rescaldo da Praieira. De fato, sabe-se que o líder mais popular da Praieira, Pedro Ivo, capitão de artilharia que comandou uma coluna com cerca de 1500 homens composta por pequenos arrendatários, vaqueiros, jornaleiros que lutou em Recife em 2 de fevereiro de 1849, seguiu para o sul da província depois da derrota, onde resistiu até fins de 1850. Na região fronteiriça de Alagoas, comandou tropas de caboclos e índios, travando luta de guerrilha e derrotando diversos destacamentos legais. Estariam os seguidores de Pedro Ivo envolvidos nos episódios do Ronco da Abelha? A explicação proposta por Hamilton Monteiro16 e por Isabel Andrade Marson se encaminha nesse sentido.
Esse será, sem dúvida, mais um problema para a pesquisa aprofundar. Há muitos indícios, contudo, que parecem indicar que os movimentos da revolta do Ronco da Abelha não eram apenas uma continuação da Praieira. Foram movimentos dispersos, que ocorreram em várias localidades, com lideranças locais, das quais mal se tem notícia, extravasando, aparentemente, o raio de ação dos líderes praieiros.
Um outro leque de fatores parece-nos de extrema importância. São as condições locais, a conjuntura socioeconômica dessas regiões. Evaldo Cabral de Mello chama a atenção para a tradicional forma de ocupação da região da mata norte, onde se cultivava mandioca, fumo e algodão. Segundo o historiador, no final do século XVIII, o algodão alcançou grande expansão: “dos tabuleiros da mata norte oriental pela mata norte interior, pelo agreste e pelas capitanias da Paraíba, Rio Grande do Norte e do Ceará”. O setor algodoeiro abrigava uma massa de pequenos agricultores “que conheceram certa promoção”. As vilas da mata norte cresceram, Goiana chegou inclusive a ter um tímido desenvolvimento têxtil. Na mata sul, continuavam os tradicionais grandes produtores de açúcar, e a paisagem era bem menos diversificada, inclusive no seu litoral18. Contudo, os anos de 1830 a 1847 foram de uma importante transformação: a participação do açúcar no comércio exterior de Pernambuco passou de 59% para 84%, enquanto o algodão caiu de 34% para 9%. Ou seja, toda a região norte foi convertida para o açúcar.
As províncias de Alagoas, Pernambuco, Paraíba, formavam um conjunto historicamente próximo, seja do ponto de vista administrativo, seja da história de sua ocupação. Na região de Pernambuco e da Paraíba, sobretudo, na zona da mata norte, diversas localidades foram cenário das revoltas do Ronco da Abelha, sendo que, nas duas décadas anteriores, os produtores de algodão tinham sofrido um processo de empobrecimento e expulsão de suas terras de cultivo. No Ceará, outro foco da revolta, a perda com a queda do algodão também foi severa. Certamente todas essas explicações, ou essas diferentes formas de compreensão, seja a partir da perspectiva do medo da escravização, das agitações contra os potentados locais (senhores de engenho foram alvos), ou da resposta às pressões conjunturais socioeconômicas, colaboram para o entendimento da revolta. Ademais, pretendemos que a leitura dos documentos permita um novo enquadramento dessas questões, revelando-nos um pouco mais do mundo de João dos Remédios e daqueles que lutaram ao seu lado.
E muito mais....
Revolta do Ronco da Abelha (Fonte:WIkipedia) foi um movimento popular armado ocorrido entre dezembro de 1851 e fevereiro de 1852, que envolveu vilas e cidades de cinco províncias do nordeste: Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Ceará e Sergipe, sendo mais forte nas duas primeiras províncias.[1]
Antecedentes
É importante frisar antes da análise principal da Revolta, a situação em que se encontrava o Nordeste da América Portuguesa no fim do Período Colonial e na primeira metade no Império Brasileiro. Desde o ciclo do ouro o eixo econômico do Império Português voltou-se para o sul da colônia americana, no atual Minas Gerais e o fluxo de escravos vindos da África Portuguesa se dirigia agora com mais intensidade as minas, e algumas vezes os escravos vinham mesmo do Nordeste.
Esta situação contrastava com o cenário do primeiro período colonial, aonde através, principalmente do cultivo da cana-de-açúcar, as províncias de Pernambuco e da Bahia representavam, quase que esmagadoramente, o grande centro do ultramar lusitano. Desde as bandeiras paulistas que vendiam índios escravos aos senhores de engenho e eram contratadas para destruir quilombos, até chegou a concentrar os esforços ainda do Império Colonial Holandês durante as invasões.
A chegada da corte portuguesa em 1808 no Rio de Janeiro só polarizou ainda mais o desenvolvimento e a importância para a região sul da colônia, já que agora lá se concentrava, inclusive politicamente, o Império Português, principalmente a partir de 1815 no Congresso de Viena com a criação do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarve.
Revolução Pernambucana
Em 1817 acontece a Revolução Pernambucana, aonde as elites da província se rebelaram contra o governo do Reino Unido e proclamaram uma República, instaurando um novo governo provisório marcado por ideais liberais, mas que no entanto foi sufocado logo depois por D. João VI.
Confederação do Equador
Não muito depois, acontece a Confederação do Equador em 1824. Um movimento parecido com a Insurreição de 1817, no entanto com repercussão muito maior, partindo de Pernambuco obteve apoio claro das outras províncias nordestinas na criação de um novo estado Republicano, a Confederação do Equador, em resposta ao novo Império Brasileiro liderado por D. Pedro I, que segundo os revoltosos possuía um caráter muito centralizador. A Revolta também foi sufocada, mas desta vez devido a sua maior grandeza de forma mais enérgica que a anterior.
A Praieira
A Revolta
Decretos de 18 de Junho de 1851
Com os antecedes é possível perceber que tanto a elite, como a população nordestina, não estavam contentes com o governo colonial, e mesmo com a Independência do Brasil se mostravam igualmente desiludidos com o primeiro reinado do Império Brasileiro. A partir da regência, a elite nordestina foi se conciliando com o Governo Central, deslocando a insatisfação para a população.
O quadro da população livre do nordeste era a uma pobreza bastante significativa que não encontrava meios de se manter mediante a mão de obra escrava que, no momento, era excedente para a crise econômica que se instalava na região desde o fim do domínio Português.
O grande parte reinado de Pedro II dedicou-se a modernizar o sistema imperial, acreditava-se que o Império Brasileiro era parte da esfera ocidental cristã europeia na América. Um país mais civilizado que seus vizinhos, principalmente por ser uma monarquia contrastando com as ditaduras militares no Prata. Embora na realidade a população, principalmente no nordeste, estivesse bastante longe desta civilidade almejada.
Uma das situações mais arcaicas que se encontrava no Império era a falta de uma estatística populacional, para isso foram feitos os decretos 797 - Censo Geral do Império e o 798 - Registro Civil dos Nascimentos e Óbitos.
O Censo Geral determinava o arrolamento da população para o censo que seria realizado no dia 15 de Julho de 1852, com fixação dos editais nas Igrejas Matrizes e anúncios em jornais em 1º de Julho daquele ano. Mas a realização de um censo não ocorreria sem a criação do registro civil dos nascimentos e óbitos, realizado pelos escrivães dos Juizados de Paz dos distritos, a partir de 1º de janeiro de 1852.
Movimento armado
Uma das leis de modernização seria o decreto do registro civil. A revolta aconteceu a partir do momento em que o Governo Imperial resolvia adotar novas práticas em busca de uma modernização do país.
Estes decretos fizeram espalhar-se o boato de que o governo queria reduzir os cidadãos pobres ou os negros já forros à condição de escravos.
No entanto a intenção do Estado era colher dados para calcular a população, com o objetivo de sistematizar o recrutamento para o serviço militar.
Um grande número de pessoas reagindo aos boatos se armaram com foices, enxadas e espingardas, atacaram prédios e autoridades públicas, em meio a gritos de “Abaixo a Lei, morra o Governo” como palavras de ordem.
Em meio à violência destas ações, o governo foi obrigado a reagir, mobilizando mais de mil soldados da polícia, além da convocação da Guarda Nacional e do auxilio da igreja que tinha como função esclarecer a população para o respeito da ordem pública.
Já no final de janeiro 1852 a paz social foi restabelecida, mas, em meio à baderna resultante, ficou difícil identificar os verdadeiros líderes do movimento. Muitas pessoas são acusadas, mas não se consegue obter provas concretas do envolvimento das mesmas. Finalmente, o governo edita o decreto 970, de 29 de janeiro de 1852, que suspende os decretos 797 e 798, adiando a realização do primeiro censo no Brasil para vinte anos depois.
Este movimento tem evidente relação social com a revolta do quebra-quilos que viria ocorrer duas décadas depois, o fato da população nordestina estar distante econômica e socialmente da capital e dos grandes centros além da falta de informação e da relutância do povo em relação as mudanças foram a principal causa desses dos dois conflitos populares do século XIX.
Referências
- ↑ InfoEscola. «Revolta do ronco da Abelha». Consultado em 28 de outubro de 2012
Homenageados e aniversariantes da 3ª semana de outubro de 20 a 26
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Destaque em 19 de outubro para Vinicius de Moraes
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Francisca Edviges Neves Gonzaga, mais conhecida como Chiquinha Gonzaga (Rio de Janeiro, 17 de outubro de 1847 – Rio de Janeiro, 28 de fevereiro de 1935), foi uma compositora, instrumentista e maestrina brasileira.
Pioneira musicista, Chiquinha foi a primeira pianista chorona (musicista de choro), autora da mais conhecida marcha carnavalesca com letra ("Ó Abre Alas", 1899) e também a primeira mulher a reger uma orquestra popular no Brasil. Em uma época em que imperavam as valsas, polcas e tangos no cenário musical de elite no Brasil, Chiquinha incorporava em suas composições a diversidade encontrada na música das classes mais baixas. Foi também pioneira na defesa dos direitos autorais de músicos e autores teatrais. A necessidade de adaptar o som do piano ao gosto popular rendeu-lhe o reconhecimento como primeira compositora popular do Brasil.[1]
No Passeio Público do Rio de Janeiro há uma herma em sua homenagem, obra do escultor Honório Peçanha. Em maio de 2012 foi sancionada a Lei 12 624, que instituiu o Dia da Música Popular Brasileira, comemorado no dia de seu aniversário.[2]
A Revolta dos Muckers ou Campanha do Morro do Ferrabrás foi um conflito armado ocorrido entre 1873–1874, entre tropas militares e integrantes de uma comunidade religiosa liderada desde 1869 pelo casal Jacobina Mentz Maurer e João Jorge Maurer (também chamado na colônia de Hansjörg Maurer), em São Leopoldo, atualmente Sapiranga, no Rio Grande do Sul. O cenário da revolta foi a linha Ferrabraz, abrangendo as atuais localidades de Campo Bom, Lomba Grande e Novo Hamburgo.[1][2][3]
Os muckers eram colonos que ocupavam o Morro Ferrabrás, na colônia chamada Padre Eterno, Fazenda Leão ou Leonerhof,[3] no centro do triângulo balizado por Novo Hamburgo, Taquara e Gramado, área povoada por agricultores imigrantes alemães. Esses colonos, sem assistência médica, religiosa ou educacional, entraram num processo de decadência social e empobrecimento. Nesse quadro de abandono, despontaram as lideranças de João Maurer, um curandeiro a quem os colonos confiavam sua saúde, e sua esposa Jacobina, que na falta de padres e pastores, passou a interpretar a Bíblia e assim a desfrutar grande credibilidade entre os colonos — credibilidade que aumentou em decorrência de seus ataques epilépticos, interpretados por seus seguidores como encontros com Deus. Também desempenhou um papel importante nos acontecimentos João Jorge Klein, pastor leigo e professor, cunhado de Jacobina Maurer.[4]
No episódio da revolta dos muckers, tropas do exército foram lançadas numa operação sangrenta, fruto da inabilidade das autoridades de São Leopoldo e da Província do Rio Grande do Sul.[5]
Antecedentes
Os muckers eram uma pequena comunidade religiosa, de cerca de 150 pessoas,[3] estabelecida ao pé do Morro Ferrabrás, no até então município de São Leopoldo. O número de simpatizantes, porém, teria chegado entre 700 e 1000 pessoas,[6] numa colônia com cerca de 14 mil habitantes.[3] A região era ocupada por imigrantes alemães, que haviam chegado ao Rio Grande do Sul a partir de 1824. Eram colonos originários da região de Hunsrück, no sudoeste da Alemanha, onde, na época, predominava uma grande miséria, em consequência das guerras napoleônicas. O termo mucker geralmente é traduzido como "santarrão", ou "falso beato", mas Dreher (2017) considera que a origem pode ser também o verbo alemão "mucken", relacionado ao zumbido do enxame de abelhas, que poderia simbolizar as rezas do grupo, significando assim "rezadores".[3] O próprio grupo, porém, não se autodenominou de nenhuma forma. Nas documentações oficiais, a denominação mucker só aparece uma vez, sendo em geral chamados de Mauristas ou Maurersekte (Seita dos Maurer).[3]
A família de Jacobina já tinha um histórico de envolvimento em contendas religiosas na Alemanha. Os avós haviam emigrado para o Brasil, fugindo de perseguições religiosas.[3] Ambos haviam deixado a igreja evangélica e a escola, estabelecendo uma comunidade religiosa independente com mais seis ou sete famílias, o que culminou na sua perseguição. Na Alemanha os membros dessa dissidência, que se manteve por vários anos, era conhecida como pietista. Em 1824, entre os primeiros imigrantes alemães que chegaram ao Brasil, estavam os avós de Jacobina. O grupo foi recebido pelo imperador Dom Pedro I e pela imperatriz Leopoldina. Em seu encontro com a imperatriz, Libório Mentz, o avô de Jacobina, confidenciou-lhe que viera para o Brasil fugindo da repressão religiosa na Alemanha. Em resposta, a imperatriz garantiu-lhe que, no Brasil, eles teriam garantida a liberdade de culto.[7]
Em 1866, após se casar com João Maurer, a fama de Jacobina começou a crescer. A comunidade se organizou em volta do casal de agricultores Jacobina Mentz Maurer e João Jorge Maurer. João Jorge era também carpinteiro e curandeiro, atividade auxiliada por Jacobina que reunia os pacientes em cultos domésticos onde eram feitas leituras e interpretações da Bíblia.[3]
Os seguidores dos Maurer seguiam regras rígidas, tais como: não fumar, não beber e não ir às festas. Além disso, eles começaram a tirar seus filhos das escolas comunitárias. Tudo isso gerou desconfiança e rejeição, por parte dos demais colonos, aos seguidores do casal.[8] Passaram a ser acusados de separatismo por se afastarem da igreja e da comunidade, professando uma variação mais ortodoxa da fé cristã que lembrava o pietismo dos avós em vez do alinhamento aos pastores luteranos ordenados e os padres jesuítas.[3] Para Dreher (2017), o movimento mucker é uma reação a uma nova igreja que está se formando com a chegada de pastores vindos de universidades influenciados pelas mudanças que a Europa vivia em contraposição ao cristianismo leigo que marcara as primeiras décadas da imigração alemã.[3]
Características da população mucker
As crianças até 13 anos de idade representavam 30% dos adeptos; os adultos entre 33 e 47 anos eram 26% e formavam a liderença do grupo. 70% dos muckers adultos eram casados e 9% eram idosos com mais de 58 anos. Todos os muckers eram de origem alemã, mas 64% já eram nascidos no Brasil e, destes, 94% eram descendentes de famílias antigas, que haviam chegado ao país antes de 1830. Entre os 36% nascidos na Alemanha, mais da metade deles chegou ao Brasil quando ainda eram crianças.[7]
A maioria dos muckers só falava alemão; 57,3% eram analfabetos e 23,5% semianalfabetos (incluindo a própria Jacobina). Apenas 42,5% dos muckers eram proprietários dos seus próprios lotes e a maioria trabalhava em terras de parentes ou de terceiros. Quanto à profissão, 69% dos homens adultos eram lavradores, 13% eram artesãos-lavradores e 11% eram artesãos. No que concerne à religião, 85% dos muckers eram protestantes, sendo que 55% da população de São Leopoldo pertencia a essa religião.[7] Os seguidores de Maurer, aliás, não consideravam ter optado por outra religião, nem Jacobina a fundadora de uma nova crença, mas afirmavam professar a religião evangélica.[3]
Desenvolvimento da revolta dos muckers
Em maio de 1873, alguns colonos queixaram-se à polícia sobre os Mucker, o que levou a abertura de um inquérito policial. João Jorge Maurer acabou preso por 45 dias, tendo de assinar um termo concordando em não realizar mais reuniões em sua casa. Jacobina, no mesmo período, foi internada na Santa Casa de Porto Alegre para exames. Nos depoimentos, o casal Maurer é considerado incapaz de comandar o grupo, levantando suspeitas sobre João Jorge Klein, cunhado de Jacobina, que seria o mentor.[3] Em novembro do mesmo ano, 32 frequentadores da casa dos Maurer foram presos sem acusação formal, após um atentado contra o inspetor de quarteirão João Lehn, responsável por fiscalizar o cumprimento do termo de João Maurer, que acabou preso por violá-lo. Dois outros homens foram presos, suspeitos de realizar o atentado e um terceiro perdeu a guarda de um órfão. Este menino acabou sendo assassinado em abril de 1874, na casa de seu novo tutor. Os dois homens encapuzados que teriam praticado o crime não foram identificados, mesmo assim foram acusados o antigo tutor e um companheiro seu, que posteriormente foi preso e levado a julgamento.
Em seguida, a casa de Martinho Kassel, um ex-seguidor do casal, foi incendiada, tendo seus filhos e sua mulher morrido no desastre. O crime foi ligado aos mucker. Nos dias 25 e 26 de junho, sete casas, galpões e vendas foram incendiados por seguidores de Maurer. Opositores à seita foram assassinados. Também seguidores tiveram suas casas saqueadas e queimadas. Ao escurecer de 28 de junho de 1874, o coronel Genuíno ordenou um ataque sobre a casa dos Maurer esperando obter sua prisão. Mas ele teve uma surpresa. Os muckers entrincheirados em troncos de árvores e depressões de terreno que conheciam muito bem, reagiram violentamente ao custo de 4 mortos e 30 feridos. Sendo noite, o coronel Genuíno ordenou um retraimento para 10 quilômetros à retaguarda, na atual Campo Bom.
Decorrido 21 dias, em 19 de julho de 1874, o coronel Genuíno, com reforços recebidos, inclusive 150 colonos alemães voluntários, atacou novamente e incendiou o reduto dos muckers — a casa do casal Maurer. No ataque, morreram 12 homens e 8 mulheres muckers. Foram presos 6 homens e 36 mulheres.
Cerca de 17 muckers se retiraram para outro reduto. Eles constituíam parte das lideranças mais expressivas. Para o coronel Genuíno, a vitória parecia ter sido completa.
Ao amanhecer de 20 de julho de 1874, o acampamento das tropas governistas é atingindo por tiros de tocaia, disparados de mato próximo, seguindo-se cerrado tiroteio. O coronel Genuíno foi atingido com um tiro sobre a artéria da coxa, vindo a falecer, após esvair-se em sangue, sem socorro do médico, que se deslocara para São Leopoldo com os outros feridos.[9]
Após os combates do dia 21, as tropas militares refluem para Campo Bom. O tenente-coronel Augusto César assumiu o comando.[10]
Em 21 de julho de 1874, um novo ataque ao reduto dos muckers é repelido, com 5 mortos e 6 feridos do Exército. Quatro dias depois, no dia 25, a força civil composta de colonos de Sapiranga, Taquara, Dois Irmãos e outras localidades, tentaram, sem êxito, um ataque ao reduto Mucker. Foi aí que o capitão Francisco Clementino Santiago Dantas, que participara dos ataques iniciais ao lado do coronel Genuíno ofereceu-se ao Presidente da Província para comandar o ataque final.
Em 2 de agosto de 1874, decorrido 35 dias do início das operações, o capitão Santiago Dantas atacou o último reduto dos Muckers, após uma delação de prisioneiros. No renhido combate, pereceram 17 deles,[11] dos quais 13 homem e 4 mulheres, entre elas Jacobina Maurer. João Maurer fugiu e nunca foi encontrado.
Os Muckers presos antes e durante a luta, após processo em que foram condenados, apelaram e foram libertados em 1883. Os muckers sobreviventes, para fugir às perseguições dos habitantes do lugar, mudaram-se para a Terra dos Bastos, em Lajeado. Lá, no Natal de 1898, foram atacados e chacinados por colonos da Picada May, por acreditarem terem sido eles os assassinos da senhora Schroeder. Mas foi o marido que a matara para se casar com outra mulher. A verdade só veio à luz depois do linchamento dos muckers remanescentes, todos inocentes. Também na Fazenda Pirajá, em Nova Petrópolis, houve perseguição e violências contra colonos identificados com o movimento mucker.
Participaram do combate aos muckers os mais tarde coronéis Carlos Teles, que será sitiado por 46 dias em Bagé, e João Cezar Sampaio, que o libertou em 8 de janeiro de 1894, à frente da Divisão do Sul. O último era genro do coronel Genuíno, morto no Ferrabraz. Ambos, Carlos Teles e Sampaio, destacar-se-iam por seus feitos na guerra de Canudos.
Filmografia
- Os Muckers (1978). Filme dirigido por Jorge Bodanzky e Wolf Gauer, com Marlise Saueressig como Jacobina, que ganhou um kikito de melhor atriz. A maior parte do filme é falado em Hunsrückisch,[12] que é o dialeto germânico mais difundido entre os descendentes de alemães no Rio Grande do Sul.[13]
- A Paixão de Jacobina (2002). Filme dirigido por Fábio Barreto, com Letícia Spiller interpretando Jacobina.
Referências
- ↑ VON KOSERITZ, Carl. A Fraude Mucker na Colônia Alemã: Uma contribuição para a história da cultura da germanidade daqui. In: DREHER, Martin N.. A religião de Jacobina. São Leopoldo: Oikos, 2017. p. 181-205.
- ↑ DONATO, Hernâni. Dicionário das batalhas brasileiras, IBRASA, 1996, p. 132
- ↑ ab c d e f g h i j k l Dreher, Martin Norberto,. A religião de Jacobina. São Leopoldo, RS: [s.n.] ISBN 978-85-7843-636-0. OCLC 1022850378
- ↑ Klein, Renato (19 de setembro de 2018). «A guerra dos Mucker». Fato Novo. Consultado em 16 de janeiro de 2023
- ↑ Klein, Renato (19 de setembro de 2018). «A guerra dos Mucker - 3ª parte». Fato Novo. Consultado em 16 de janeiro de 2023
- ↑ Amado, Janaína (1978). Conflito Social no Brasil: A revolta dos "Mucker". São Paulo: Símbolo
- ↑ ab c Biehl, João Guilherme. «A Guerra dos Imigrantes: o espírito alemão e o estranho mucker no sul do Brasil» (PDF). joaobiehl.net. Consultado em 18 de agosto de 2024
- ↑ Carneiro, Lígia Gomes (8 de setembro de 2007). «- Porto Alegre - Os Muckers - Um episódio de fanatismo religioso». riogrande.com.br. Consultado em 20 de julho de 2013. Arquivado do original em 20 de julho de 2013
- ↑ Gevehr, Daniel Luciano (24 de fevereiro de 2015). «Um jesuíta alemão no Brasil meridional conta a história dos Mucker:: o cenário e sua protagonista através da narrativa de Ambrósio Schupp». periodicos.unb.br. Consultado em 18 de agosto de 2024
- ↑ Zanon, Maria de Lurdes (2013). O Movimento Mucker à luz do Cristianismo primitivo na interpretação de Rinaldo Fabris e José Comblin (PDF). repositorio.pucrs.br (Dissertação). Porto Alegre: PUC-RS. Consultado em 18 de agosto de 2024
- ↑ «Capitão Francisco Clementino de Santiago Dantas». Jornal Repercussão. 28 de fevereiro de 2020. Consultado em 18 de agosto de 2024
- ↑ Goethe-Institut Porto Alegre Programação Cultura maio/junho 2014; página 8
- ↑ Karen Pupp Spinassé (2008). «O hunsrückisch no Brasil: a língua como fator histórico da relação entre Brasil e Alemanha» (PDF). Espaço Plural
Bibliografia
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- DREHER, Martin N.. A religião de Jacobina. São Leopoldo: Oikos, 2017.
- GEVEHR, Daniel Luciano. Fanáticos, violentos e ferozes liderados por Jacobina endiabrada. As representações anti-mucker em "O Ferrabras" (1949-1960). São Leopoldo: UNISINOS, 2003.
- KUNZ, Marinês Andrea. Mosaico Discursivo. A representação de Jacobina Maurer em textos históricos, literários e fílmicos. Novo Hamburgo: Feevale, 2006.
- MUXFELDT, Hugo. Os mucker 100 anos depois. Porto Alegre: Ed. do Autor, 1983.
- PETRY, Leopoldo. Episódio do Ferrabraz - Os muckers. São Leopoldo: Rotermund. 1957.
- SANT'ANA, Elma. Minha Amada Maria. Cartas dos mucker. Canoas: Editora da Ulbra, 2004.
- SCHUPP, Ambrósio. Os "mucker". A tragédia histórica do Ferrabrás. Uma nova tradução vernácula da terceira edição alemã por Arthur Rabuske. Porto Alegre: Martins Livreiro, 1993.
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Ottilia S.Souza Lourival Aires Destaque para o Dia do Nordestino ----------------------------------------------- Dia 08 de outubro é celebrado o Dia do Nordestino, contemplando a diversidade cultural e folclórica típica da região que engloba os estados da Paraíba, Maranhão, Alagoas, Sergipe, Ceará, Bahia, Rio Grande do Norte e Piauí. Grande arcabouço de nomes e identidades nacionais, celebres nordestinos como Castro Alves, Bárbara de Alencar, Patativa do Assaré, Luiz Gonzaga, Jorge Amado e Padre Cícero figuram a diversidade étnica e cultural da região. Origem A criação desta data é uma homenagem ao centenário do poeta popular, compositor e cantor cearense Antônio Gonçalves da Silva, conhecido como Patativa do Assaré (1909 – 2002), natural do município caririense de Assaré. O Dia do Nordestino foi oficializado com a lei nº 14.952, de 13 de julho de 2009, na cidade de São Paulo, região com a maior concentração de nordestino em todo o país (com exceção do próprio Nordeste, obviamente). Terra de lutas Com característica marcante da resistência e força, a população nordestina por muitas vezes é acometida por ataques xenofóbicos, principalmente após o resultado das últimas eleições presidenciais. Mundialmente conhecida por seu clima tropical e população que, gigante por natureza, a região enfrenta as dificuldades da vida sem perder o encantamento. Os nordestinos, que vem historicamente resistindo a situações como seca, fome, abandono e tantas outras dificuldades, mas que consegue superar tais condições. Tais situações ressaltam o protagonismo da popualção nordestina diante das adversidades. Essas características fortes são descritas na mais recente produção dos cineastas Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles, onde o longa (Bacurau), lançado no último mês de agosto, retrata bastante esta perspectiva. Música Rico em ritmos, o nordeste dança no compasso do frevo, maracatu, xaxado, axé, baião e do forró com suas deliciosas vertentes. Da região, saíram nomes como Raul Seixas , Chico Science, Gilberto Gil e Luiz Gonzaga, que são ícones da música brasileira, além de Alceu Valença, Tom Zé, Hebert Vianna, Dorival Caymmi, Djavan, Dominguinhos, Gal Costa, João Gilberto, Caetano Veloso, Maria Bethânia e Zé Ramalho. Um dos marcos da cultura nordestina e precursor desta é o (Rei do Baião), o cantor Luiz Gonzaga, natural de Exu, no Pernambuco. Suas letras e melodias refletem a realidade do povo nordestino e mostram toda a cultura e diversidade em uma musicalidade única e reconhecida até hoje. Destaque para Dilma Scher - Interbras/Petrobras ----------------------------------------------------------------- Destaque para Paulinho Nogueira --------------------------------------------- Paulo Artur Mendes Pupo Nogueira 8/10/1929 Campinas, SP 2/8/2003 São Paulo, SP Instrumentista. Compositor. Desde a infância manifestou tendência para as artes, principalmente desenho e música, através do violão. Começou a tocar violão aos dez anos de idade. Viveu em Campinas até terminar o colegial, quando mudou-se para São Paulo. Foi professor de violão e desenvolveu um método próprio de ensino do instrumento. É o inventor da craviola. Morreu de infarte na cidade de São Paulo. |
1. Em 06/10/2024
Tema: A Revolta de Vila Rica
Ocorreu na Vila Rica de Nossa Senhora do Pilar do Ouro Preto, como era então denominada a atual cidade de Ouro Preto, no estado de Minas Gerais, tendo, por um de seus líderes, o idealista Matheus Barbosa Silva Nogueira, que, muitas vezes, dá nome à revolta.[3]
Entre suas causas diretas, estavam a criação das casas de fundição, proibindo a circulação de ouro em pó, e o monopólio do comércio dos principais gêneros por reinóis (lusitanos). A revolta obteve, do governador dom Pedro Miguel de Almeida Portugal, Conde de Assumar, uma enérgica reação que culminou com a execução do principal líder, Filipe dos Santos.[2]
Contexto histórico
Vivera já a região das minas (atual estado de Minas Gerais) grandes agitações que demonstraram, como diz Pedro Calmon, um povo "aguerrido, vaidoso do seu poderio" nas montanhas, conscientes de que a lei apenas seria cumprida se houvesse a concordância de seus habitantes: foi assim que, no começo do século XVIII, começou a Guerra dos Emboabas, contrapondo o emboaba Manuel Nunes Viana a D. Fernando de Mascarenhas e aos paulistas,[5] e que resultou na separação da capitania de São Paulo e Minas de Ouro em 1709.[3]
As leis, nos sertões, eram impostas por verdadeiros "régulos" (como registrou um governante, em 1737), em que o governo era distante e não dispunha de força, ao contrário dos habitantes – solidários, organizados e armados.[5]
A produção das minas crescia, ao passo que os tributos enviados à Corte permaneciam estagnados. Em Portugal cobrava-se uma explicação; esta residia no contrabando, que enorme prejuízo causava à fazenda real.[5] Uma das medidas adotadas, em 1719,[nota 1] foi a imposição das casas de fundição segundo a qual ficava proibido a circulação de ouro em pó – devendo todo o minério ser fundido numa daquelas instituições a serem criadas em Vila Rica, Sabará, São João del-Rei e em Vila do Príncipe – lugar em que seria pago o quinto.[3][6] Por esta forma, sairia, dali, o chamado "ouro quintado", o único que poderia circular livremente – ou seja, que seria marcado com o sinete da Coroa, e sobre o qual teria sido pago tributo.[3]
A situação anterior vigente, que as Câmaras de Vereadores aceitavam, era a de uma soma certa e fixa a ser paga ao final de cada ano. O então governador, dom Brás Baltasar da Silveira, insistira em impor o chamado imposto sobre as bateias, que consistia no pagamento por cada minerador de 12 oitavas de ouro (cada oitava equivale a 3,5859 gramas). As Câmaras propuseram que pagariam o tributo nas saídas, com a condição de que o ouro circulasse livremente. Ocorre uma insurreição, que resultou no pagamento pelas Câmaras do pagamento fixo de 30 arrobas; que, entretanto, continuavam a não atender aos anseios da Coroa.[5] A esta taxa fixa de pagamento, era dado o nome de "finta".[3] Essas ordens resultaram na revolta de Pitangui, e deixaram a região em constante estado de descontentamento e de iminente sublevação.[6]
O aspecto econômico falava também aos poderosos da região, cujos interesses estavam em jogo com as mudanças pretendidas pela Coroa, dentre os quais o mais rico deles, de Vila Rica, o mestre de campo Pascoal da Silva Guimarães.[5] O próprio líder dos emboabas, Manuel Nunes Viana, incitava o povo contra a quintagem do ouro.[3]
Antecedentes
Contra aquele estado de coisas, o rei dom João V nomeou dom Pedro Miguel de Almeida Portugal e Vasconcelos, Conde de Assumar, como governador. Sua função incluía aplicar, nas Minas, três disposições que contrariavam os interesses locais:
- Anunciar a instalação, na capitania, de um bispado, objetivando a moralização do clero, que, ali, vivia dissolutamente, praticando desde delitos a desrespeito do celibato, além de envolver-se no tráfico do ouro;[6]
- Aplicação da Carta Régia de 25 de abril de 1720, onde se extinguiam funções, aumentava-se o poder do governador e, ainda, trazia, para as Minas, um contingente de Dragões;[nota 2]
- Imposição do cumprimento da Carta de 1728, que criava as casas de fundição, e que já causara tumultos.[6]
O envio dos soldados era uma precaução contra a exorbitante cobrança imposta, antecipando a Coroa que haveria resistência. O Conde de Assumar já havia despertado a antipatia entre os mineiros e, quando os primeiros militares chegaram em Ribeirão do Carmo, Domingos Rodrigues do Prado liderava, em Pitangui, uma agitação contra o governador.[3]
O transtorno que as casas de fundição iriam provocar (o deslocamento forçado até elas, as despesas com burocracia, a hospedagem, atrasos, etc.) era mais uma dificuldade que o povo não estava disposto a tolerar. Nesse cenário, além de Pitangui, outros povoados se agitaram, e os dragões acabaram por utilizar a repressão violenta. Todavia, a crise se espalhara: estava acesa a chama que eclodiria na Revolta de Filipe dos Santos.[3][6]
Filipe dos Santos
Não há muitas informações sobre Filipe dos Santos Freire. Não se sabe onde nascera, porém a só amizade com o potentado Pascoal da Silva Guimarães faz deduzir fosse também lusitano, como registrou Diogo de Vasconcelos, acentuando ainda que algumas tradições davam-no como "homem de cor",[7] embora a moderna historiografia seja assente que fosse mesmo português.[6] Era uma pessoa pobre, contudo, a quem nada afetaria a taxação excessiva do quinto.[3] Possuía o dom da oratória, sendo muito querido pelo povo.[5]
Conspiração
Os fatos levaram os dois potentados de Vila Rica, Manoel Mosqueira Rosa e seus filhos, e Pascoal da Silva Guimarães, aos quais se juntara o humilde Filipe dos Santos, insuflando com seu verbo ao povo, a combinar uma ação violenta que intimidasse o Ouvidor Martinho Vieira e, por meio deste, demoveriam o Governador de seus intentos – tal como ocorrera ao seu antecessor.[5] Pascoal da Silva tinha outros interesses: além de sua imensa fortuna que incluía ricas lavras de ouro, duas grandes fazendas e mais de dois mil escravos, devia à Coroa cerca de 30 arrobas de ouro. Apesar disto, três dias antes de eclodir o movimento, o filho de Pascoal – João da Silva – escrevera uma carta a Assumar, denunciando a conspiração, mas a única providência então tomada foi a de levar o fato ao conhecimento do Ouvidor.[6]
E foi na noite de São Pedro, quando as fogueiras e o espoucar de fogos típicos da festa ajudariam a ocultar suas movimentações,[6] que, por volta das onze horas da noite, os conspiradores, mascarados, desceram das matas de Ouro Podre,[8] onde Pascoal Guimarães possuía suas lavras e haviam previamente se reunido, tomando as ruas de Vila Rica rumo à casa do Ouvidor aos gritos de "Viva o povo!" – mas Martinho Vieira já tinha se evadido.[5]
Dirigiram-se, então, os revoltosos ao prédio da Câmara, quando Filipe dos Santos assume o comando dos acontecimentos, através da oratória.[5] Os sediciosos, no Paço, elaboram um memorial ao Governador, então ainda em seu palácio em Ribeirão do Carmo. A redação coube ao letrado José Peixoto da Silva, e nela constavam as reivindicações dos mineiros:[6]
- Redução de vários tributos;[6]
- Diminuição das custas processuais;[nota 3][3][6]
- Abolição dos monopólios comerciais do gado, fumo, aguardente e sal;[3]
- Fim das casas de fundição.[3]
Não deporiam as armas, até terem atendidos todos os pleitos. Filipe dos Santos envia ao próprio José Peixoto como seu emissário ao Governador.[5]
As Gerais se levantam
José Peixoto dirige-se a Ribeirão do Carmo (primitivo nome da cidade de Mariana), levando ao Conde o documento dos sediciosos. Vai a galope, gritando por todo o caminho:[3]
- As Gerais estão levantadas!
O Conde, então, compreendeu que a situação chegara ao limite extremo e procurou ganhar tempo. Respondendo que faria as concessões, condicionou, entretanto, que a ordem fosse refeita. Comprometeu-se também a convocar uma Junta Geral para deslindar as questões todas – mas a manobra não foi aceita pelos rebelados.[3] No dia 2 de julho[3] os revoltados partem todos até onde estava o Conde, a passos largos e clamando que o povo tinha de ser atendido.[5] O conde, entretanto, sem prever o desenrolar dos fatos, procurou fortificar-se em sua residência, aquartelando ali os soldados, pois achara prudente não se afastar dali.[3] Pedira reforços ao Rio de Janeiro e,[5] de imediato, ao saber que a multidão partira de Vila Rica, enviou um dos seus tenentes e a Câmara da Vila do Carmo para recebê-la à entrada da cidade.[3]
A turba entra pacificamente na Vila, postando-se na praça diante do palácio do Governador onde, numa das janelas, Assumar fala a todos de modo conciliador e, para decepção dos líderes, é aclamado pela multidão. Novamente é enviado José Peixoto que, na sala de audiências, volta a apresentar as reivindicações por escrito, às quais se somaram o perdão geral, em nome do Rei e outros pedidos menores. A cada item, respondia o Conde: "deferido como pedem".[3]
Peixoto, então, numa das janelas do Paço, anuncia ao povo o alvará concedendo-lhes todos os pleitos, e novamente a multidão explode em aclamação,[3] fazendo-os voltar de onde tinham saído com a convicção de que eram vitoriosos.[5] Imaginando-se livres das interferências da Coroa, das exigências e prerrogativas impostas, partiram triunfalmente em retorno. O Governador, entretanto, agira por astúcia,[5] jamais tencionando cumprir qualquer um daqueles compromissos.[3]
A reação
Tão logo voltaram para suas casas os rebelados, Assumar cuida de organizar sua represália, fazendo reunir os Dragões e também os ricos da cidade, não afeitos aos de Vila Rica, para que pegassem em armas e fornecessem escravos para reforço das tropas,[5] que então chegaram a 1 500 homens.[6]
Ordenou o Conde aos Dragões que prendessem os cabeças do movimento: Pascoal da Silva, Manuel Mosqueira da Rosa, Sebastião da Veiga Cabral e alguns frades.[3]
Antes que a Vila reagisse contra a prisão dos líderes, Assumar penetrou na cidade com todo o seu contingente, surpreendendo-a, em 16 de julho. Filipe dos Santos pregava a revolta diante das portas da igreja de Cachoeira do Campo, quando foi aprisionado e, em Sabará, foi capturado Tomé Afonso Pereira que ali conclamava a reação.[3] Ludibriados, os partidários do levante ainda tentaram alguma represália, mas nada adiantou, com a chegada das tropas de Assumar, lideradas pelo sargento-mor Manuel Gomes da Silva.
O Conde então agiu com vingança e violência, mandando incendiar as casas dos rebelados, o incêndio alastrando-se e destruindo ruas inteiras do arraial que hoje leva o nome de "Morro da Queimada",[8][3][nota 4] que era onde ficava a residência de Pascoal da Silva.[5] Outras ruas também foram consumidas pelo fogo.[6]
Filipe dos Santos, tido por principal líder,[9] foi julgado sumariamente. Segundo a sentença, o réu deveria ser arrastado pelas vias públicas da vila e, posteriormente, esquartejado, tendo suas partes expostas em Cachoeira, onde foi preso, em São Bartolomeu, em Itaubira e em Ribeirão. Além disso, seus bens deveriam ser confiscados à Coroa.[10]
A execução de Filipe dos Santos
Algumas controvérsias existiam sobre como teria sido a execução do líder Filipe dos Santos. Clóvis Moura diz que não há consenso acerca de como lhe foi aplicada a pena capital: se enforcado e depois esquartejado, ou atado em quatro cavalos que, incitados, lhe estraçalharam o corpo.[7] Diogo de Vasconcelos, entretanto, que é usado como principal fonte por Clóvis Moura, tratou esta última versão como um mito:
Outros autores, como Carlos Mota, consignam apenas que foi enforcado e esquartejado,[9] o mesmo ocorrendo com Souto Maior. Pedro Calmon faz a seguinte descrição, sem ser específico:
Mota, contudo, complementa que, após o esquartejamento, teve a cabeça decepada pendurada num poste, e as outras partes de seu corpo expostas ao longo das estradas.[9]
As Consequências
Vencedor, o Conde de Assumar impôs todas as suas vontades: as Câmaras se calaram, o povo ficou submisso enquanto a polícia do governador passava a vigiar todo o distrito, com uma legislação pesada que a todos subjugava.[5] As casas de fundição foram, então, instaladas, passando a funcionar a partir de 1725.[6]
As estradas passaram então a ser ainda mais limitadas para o escoamento do ouro, a fim de se evitar o contrabando e a sonegação. Foi criado um sistema de salvo-conduto, erguidos postos de alfândega e de pedágio nos caminhos que levavam às regiões mineradoras.[9]
Apesar disto, o descontentamento permanecia latente; outras revoltas ocorreram em Brejo do Salgado (1736), Montes Claros (1736), a Conspiração do Curvelo (1775).[6] E, mesmo com o aumento da vigilância, novas formas de contrabando burlavam a fiscalização, incrementando o intercâmbio com a região do Prata.[9]
Ainda se pode apontar como consequência do levante a emancipação da Capitania das Minas do Ouro da de São Paulo;[6] e o fato de ter se registrado que no movimento tenha sido falado em República, fazendo com que a revolta seja considerada uma precursora da Conjuração Mineira de 1789.[3]
Documento
Após os acontecimentos, o Conde de Assumar registrou:
Análises
Segundo Lúcio dos Santos "...bem pesadas as coisas, não era de caráter genuinamente popular a revolta de 1720. Na realidade, porém, já se ia gradativamente formando e afirmando a consciência da nova nacionalidade, de modo a surgirem resistências abertas aos excessos do poder."[13]
Silva e Bastos dão-no como de amplitude meramente local, e que não buscou contestar a dominação portuguesa, mas somente contra os seus abusos, sem qualquer intenção emancipacionista.[14]
Impacto cultural
A poetisa Cecília Meireles deixou, no seu Romanceiro da Inconfidência, um canto onde lamenta a destruição e perseguição do Conde de Assumar a Filipe dos Santos e os outros revoltosos; ali seus versos retratam um algoz cruel – "Dizem que o Conde se ria! / mas quem ri, chora também", pois que abusara do poder, e traíra sua própria palavra.
Também Carlos Drummond de Andrade consignou sobre o mesmo lugar que "[As ruínas do Morro da Queimada] são ásperas, cruéis, e se não vem seguramente daquele dia de julho de 1720, em que a soldadesca de Conde de Assumar ateou fogo no arraial de Ouro Podre".[15]
Ver também
- Conjuração Baiana
- Inconfidência Mineira
- Lutas e revoluções no Brasil
- Parque Arqueológico Morro da Queimada
Notas
- ↑ Conquanto Aquino informe haver sido uma lei de 1718, Souto Maior informa com precisão que a instituição do Quinto decorreu da carta-régia de 11 de fevereiro de 1719.
- ↑ Aquino, op. cit., e também Souto Maior, id., referem-se a "Dragões de Cavalaria". Entretanto, os Dragões somente integraram, em Portugal, a cavalaria quando da reforma militar de 1742 – daí não seguir-se, aqui, ao que diziam as fontes.
- ↑ As custas processuias das chamadas regiões mineradoras eram, de ordinário, bastante superiores daquelas onde não ocorria a atividade extrativa[3][6].
- ↑ Pedro Calmon dá o nome do lugar como Morro da Queimada, op. cit. – embora Aquino consigne Morro dos Queimados. Como se poderá ver adiante sobre o Parque Arquelógico criado em 2005, seguiu-se a denominação usada pelo primeiro.
Referências
- ↑ «Revolta de Vila Rica de 1720». Historia.net. Consultado em 30 de setembro de 2014
- ↑ ab Silva, Francisco de Assis; Bastos, Pedro Ivo de Assis. «Os Principais Movimentos Nativistas». In: Editora Moderna. História do Brasil: Colônia, Império e República. 1976. São Paulo: [s.n.] pp. 240 ilustrada
- ↑ ab c d e f g h i j k l m n o p q r s t u v w x y z Maior, A. Souto. «X - O sentimento nativista: a revolta de Vila Rica. Filipe dos Santos». In: Cia. Editora Nacional. História do Brasil. 1968 6ª ed. São Paulo: [s.n.] pp. 196–198
- ↑ Anastasia, Carla Maria Junho (1998). Vassalos Rebeldes: Violência Coletiva Nas Minas Na Primeira Metade Do Século Xviii. BH: Editora C/Arte. 200 páginas
- ↑ ab c d e f g h i j k l m n o p q r Calmon, Pedro. «As Agitações Nativistas: Nas Minas». In: Cia. Editora Nacional. História da Civilização Brasileira. 1939 3ª ed. São Paulo: [s.n.] pp. 164–67
- ↑ ab c d e f g h i j k l m n o p q Aquino, Rubim Santos Leão de. «Rebeliões, guerras internas e repressão». In: Editora Record. Sociedade Brasileira: Uma História Através dos Movimentos Sociais (vol.1). 1999 2ª ed. São Paulo: [s.n.] pp. 318–22. ISBN 9788501056740 599 pp.
- ↑ ab Moura, Clóvis. «verbete: Filipe dos Santos». In: EdUsp. Dicionário da Escravidão Negra no Brasil. 2004. [S.l.: s.n.] p. 373. ISBN 9788531408120 434
- ↑ ab «Histórico | Morro da Queimada». morrodaqueimada.fiocruz.br. Consultado em 18 de março de 2021
- ↑ ab c d e MOTA, Carlos Guilhere. «Na Rota das Inconfidências: A Revolta de Filipe dos Santos». História do Brasil: Uma Interpretação. [S.l.: s.n.] pp. 196–97
- ↑ «Sentença condenando à morte Filipe dos Santos, 1720 | Impressões Rebeldes». www.historia.uff.br. Consultado em 2 de fevereiro de 2021
- ↑ de Vasconcelos, Diogo. Imprensa Nacional, ed. História Antiga de Minas Gerais. 1948. Rio de Janeiro: [s.n.] pp. 201–2
- ↑ de MELLO E SOUZA, Laura. Fundação João Pinheiro, ed. Discurso histórico e político sobre a sublevação que nas Minas houve no ano de 1720. 1995. Belo Horizonte: [s.n.] pp. 84, 85
- ↑ In: História do Brasil. SILVA, Francisco de Assis; BASTOS, Pedro Ivo de Assis. op cit.
- ↑ SILVA, Francisco de Assis; BASTOS, Pedro Ivo de Assis. (1988). Editora Moderna, ed. História do Brasil: Colônia, Império e República 2ª ed. São Paulo: [s.n.] pp. 94–95
- ↑ CDA. «Memória e História». Consultado em 15 de junho de 2010
Fonte: Revolta de Vila Rica – Wikipédia, a enciclopédia livre (wikipedia.org)
https://youtu.be/E0ur4xxA48I?si=dRAivQSGZ0MZRfFD
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01 outubro 2018
Legenda: Casal de idosos rodeados por netos na comunidade tribal de Banjara, próxima à cidade indiana de Hyderabad, em 1981. Foto: ONU/John Isaac
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